A expectativa de recuperação para a atividade de transporte por aplicativo após o ápice da crise em função do novo coronavírus, tem esbarrado num grande desafio, além do crescimento na procura por aluguéis de veículos para esta finalidade, as diárias tiveram um aumento entre 20% a 30% pós-Covid.
Com os serviços de mobilidade suspensos devido às medidas restritivas impostas pelo governo, mais de nove mil motoristas devolverem carros alugados durante a pandemia. O que fez o mercado na capital e no Brasil depreciar.
De acordo com a entidade que representa os motoristas de aplicativos na capital, assim como outros trabalhadores de diversos segmentos migraram para a atividade nesse período, muitos que dividiam os carros tiveram que devolver por atrasos nos financiamentos unido a isso a demanda por aluguel de veículos aumentou. “Ao menos 20% da categoria está tentando voltar à ativa e ainda não conseguiu. Seja por falta de recurso ou por dificuldades enfrentadas na ocasião, além de alguns que contraíram a Covid 19”,afirma Alexandre Matias, presidente da associação.
De acordo com o representante da categoria, antes da pandemia as diárias custavam entre R$ 40 a R$ 46, atualmente esse valor é de R$ 50 a R$ 63. “Funciona igual a transporte coletivo quando sofre reajuste é no geral. Tem empresa praticando o valor além”.
Uma das empresas que trabalha com este tipo de atividade no Amazonas, a Movida, explicou que não há tabela de preços para locação de carro e que cada empresa tem o seu. Conforme a empresa, a locadora trabalha com aluguel para motorista de aplicativo desde 2017 e hoje possui parceria com as principais empresas de aplicativo do Brasil, como a Uber, 99, Cabify e Lady Driver. A Movida criou condições especiais para este profissional que costuma rodar muito com o carro: para o pacote de 5000 km por mês, o valor é 20% mais barato na comparação com a locação normal. Os preços variam de loja para loja, de estado para estado, de período por período conforme a procura e a oferta que tem em um determina região. A Movida trabalha com um sistema de preço dinâmico, variando conforme critérios de oferta e procura.
No início da pandemia, a Movida procurou realizar algumas promoções para grupos específicos, como motorista de aplicativo que viu o número de passageiros diminuir consideravelmente. Uma delas foi o pagamento por quilômetro rodado. Esta rápida atuação contribuiu para minimizar a devolução de carros da locadora.
Nos últimos meses, a empresa já vem percebendo uma melhora significativa no aluguel de carro, retomada influenciada, principalmente, pelos aluguéis de longo prazo, pelo aumento da procura por motoristas de aplicativo e pela volta do turismo no Brasil, em especial para viagens de curta distância. No caso dos motoristas de aluguel já estamos com 100% do volume apresentado antes da pandemia. Com esta retomada, as condições especiais para o período da pandemia foram encerradas.
Mesmo com essas vantagens, o presidente da categoria explica que raramente um motorista de app roda 5.000 quilômetros por mês “se ele não bater depois dos 5.000 não tem mais direito a esses descontos. Além disso, existe um valor de caução de R$700 e esse valor serve para cobrir danos do veículo que é quase impossível um motorista de aplicativo nao devolver um carrro sem dano. Então, além da mensalidade que aumentou ainda tem esse lobby de a acertarem preços”.
Já a Localiza, argumentou que precificação da empresa é composta por um grande número de variáveis e os valores levam em conta datas, duração de contrato, locais de retirada e entrega do veículo, disponibilidade de frota, entre outros.
“A Localiza entende que o transporte individual, de modo responsável, pode se tornar alternativa segura em relação às restrições ao transporte coletivo ou público. Nesse contexto, os motoristas de aplicativo têm um papel fundamental na mobilidade ao oferecer um transporte seguro, higienizado e individual para seus passageiros. É uma tendência que já foi percebida nos Estados Unidos e Europa e que deve se expandir também para o Brasil”, diz o texto.
Custos dentro da normalidade
O presidente da Abla (Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis), Paulo Miguel Júnior, enfatizou que não houve efetivamente um reajuste dos preços de locações, mas sim uma retomada dos preços pré-pandemia. Algumas locadoras pode está com o estoque de veículos mais reduzidos podem ter elevado mais o preço , mas nao é algo desproporcional ao que estava antes da pandemia. “Isso ocorre porque durante a pandemia vários veículos foram devolvidos e agora com a liberação da circulação das pessoas a categoria voltou aos serviços”.
Segundo ele, o preço da locação formatado é de acordo com o preço do veículo e custo de manutenção, estes são os dois maiores ingredientes da formação de preços, além de tributos e o seguro que englobam esse valor.
Os motoristas de apps correspondem a 20% do mercado de locação. São clientes em potenciais que vem crescendo ano a ano dentro do setor.