24 de novembro de 2024

Motos elétricas estão a caminho do PIM

Polo Industrial de Manaus está no alvo de investimentos de motorização elétrica no polo de duas rodas

A partir de novembro deste ano, o setor de duas rodas que concentra a produção de bicicletas no PIM (Polo Industrial de Manaus), deve ganhar um reforço com a inauguração de uma nova fábrica, com  um aparato voltado à motorização elétrica. Com o aporte de R$100milhões, é o primeiro projeto relacionado a produção de motos elétricas no PIM.

“O estado do Amazonas, atualmente, é o principal polo de duas rodas do Brasil. Manaus está pronta para atender a cadeia de suprimentos desse setor, e os incentivos são os melhores”, conta Renato Villar, fundador da empresa  Voltz Motors.  Ele destaca que o investimento de R$100 milhões tem grande participação da Creditas, com R$ 95 milhões. 

Para Sergio Furio, fundador e CEO da Creditas, o papel do crédito na venda de veículos, principalmente motocicletas, é importante no Brasil, e, por isso, iremos atuar também nessa demanda junto com a Voltz.

A Voltz já possui projetos aprovados e está iniciando os trabalhos para implantação, com meta para estar totalmente implantada em Manaus a partir do mês de novembro. “A operação em Manaus deve começar neste ano e centralizará toda a produção e montagem das motos elétricas”. A fábrica  planeja realizar um investimento inicial de mais de R$10 milhões e a capacidade anual de produção da fábrica será de aproximadamente 15 mil veículos/mês.

“A instalação da fábrica reafirma nosso objetivo de criar uma empresa com produção completamente brasileira e vai trazer mais agilidade para a logística. Por lá, vamos fabricar uma série de peças, como pedais, retrovisores, pastilhas, discos de freios, entre outros”, comenta Villar.

Para o presidente do CIEAM, Wilson Périco, existe uma grande tendência com a possibilidade da Zona Franca receber, além de novas fábricas, a expansão e ampliação da sua linha de produtos elétricos, até mesmo esperada pela indústria em função do que acontece em outros países. “E já temos produtos que usam a energia elétrica como combustível sendo produzidos aqui em Manaus”. 

Ele diz que a instalação da planta no PIM é bem-vinda, principalmente em função dos empregos que estes investimentos vão gerar. “Eu espero que se concretize o mais rápido possível”. 

Voltz está iniciando os trabalhos para implantação da fábrica até novembro Foto: Divulgação

Mão-de-obra

Inicialmente, a empresa espera empregar 60 pessoas, podendo gerar 200 empregos até 2023. Sobre faturamento, não a Voltz não abre os números.

Modelo de negócio e produtos

Atualmente, a Voltz conta com lojas conceito em Recife, cidade em que foi fundada, e em São Paulo e mais de 30 showrooms distribuídos pelo país. Nestes locais, os clientes podem testar seus produtos e conhecer sobre os veículos elétricos.

As vendas da Voltz são feitas exclusivamente por canais digitais, em que o consumidor seleciona o produto que deseja, com as configurações que precisa e efetua o pagamento. Depois, basta esperar que o produto seja entregue na porta de sua casa. A operação é inédita para uma empresa nacional de duas rodas.

Todos os veículos podem ser equipados com até duas baterias para aumentar a autonomia. Em seu “cardápio”, a Voltz conta com a scooter EV1, nos modelos básico e Sport, que possui mais autonomia e velocidade, e a moto inteligente EVS, projetada para aguentar o trânsito intenso e grandes distâncias.

“A EVS pode ser totalmente controlada por aplicativo de celular, além de possuir um smart controller programado para enviar dados para a nuvem da Voltz. O veículo é a nossa grande aposta para a mobilidade do futuro. Queremos transformar o mercado de duas rodas a partir de inovações tecnológicas em nossos produtos”, diz Villar.

Em sua configuração mais potente, a scooter EV1 alcança 180 km de autonomia e 75km/h de velocidade máxima. Já a EVS chega até 120 km/h em seu pico de velocidade e também possui 180 km de autonomia. As baterias dos veículos da Voltz são portáteis e podem ser carregadas em qualquer tomada. A carga completa de uma bateria costuma levar até 5 horas.

Foto/Destaque: Divulgação

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio

Veja também

Pesquisar