18 de novembro de 2024

O país do pão e circo

A política do pão e circo deu certo no Brasil, principalmente nas regiões pobres onde o índice de escolaridade é baixíssimo (Norte e Nordeste).

A política do pão e circo deu certo no Brasil, principalmente nas regiões pobres onde o índice de escolaridade é baixíssimo (Norte e Nordeste). Mas, na realidade, qual o significado da expressão pão e circo? Quem estudou e aprendeu História sabe muito bem que essa política foi adotada pelo Império Romano.
O crescimento urbano causou muitos problemas sociais para Roma. A escravidão gerou uma massa de desempregados, haja vista que muitos camponeses ficaram sem emprego. Eles migraram para as cidades romanas em busca de trabalho e melhores condições de vida. Não conseguiram aquilo que almejavam.
O imperador receoso de que pudesse acontecer uma revolta dos desempregados criou a política do pão e circo, que consistia em oferecer aos romanos alimentação e diversão (e isso os políticos fazem bem no Brasil) o que fazia a população esquecer os problemas da vida, diminuindo as chances de uma rebelião.
Tudo era custeado pelo governo. Essa era a conhecida política do pão e circo, pois enquanto houvesse ambos o povo ficava satisfeito e não se rebelava contra o imperador. E essa estratégia deu certo num país de população pouco informada, como o Brasil. Não temos dúvida alguma em afirmar que a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas que acontecerão, em 2016, no Rio de Janeiro, são exemplos claros desse tipo de política. E como se caracteriza o pão neste país? Vejamos: temos bolsas de todos os tipos, mas a mais badalada é a Bolsa Família, que garante aos indivíduos sobreviverem sem que seja necessário trabalhar para ganhar dinheiro. Entendemos que a Bolsa Família é um programa voltado para o comodismo. Ela premia quem não trabalha e cobra do trabalhador carga pesada de impostos objetivando sustentar pessoas que não contribuem em nada para a nação.
E o circo? O Brasil terá sérios problemas no futuro, mas como o povo brasileiro é fácil de ser enganado e manipulado (sem generalizar), então os governos já têm um plano pronto para que a população não tenha conhecimento do absurdo anunciado: uma Copa do Mundo e uma Olimpíada. Gostaríamos de dizer que não somos contra o futebol, e nem se trata de falta de patriotismo.
Não teríamos problemas sediar, no Brasil, a Copa do Mundo se não tivéssemos tantas favelas, violência, falta de saneamento, falta de segurança, falta de saúde e, pior, uma educação de péssima qualidade.
É preciso que o povo entenda que um policial ganha menos de R$ 2000,00 (dois mil reais), os médicos ganham cerca de R$3.000,00(três mil reais) e que os transplantados, aidéticos, portadores de hepatite C e outros, só conseguem medicamentos quando acionam a justiça.
Os professores do ensino fundamental e médio ganham cerca de R$ 900,00 (novecentos reais). A educação não é prioridade. Os professores universitários estão com seus salários aviltados e queremos fazer um investimento em algo que vai durar, no máximo, vinte dias.
Hoje, entendemos muito bem porque a população de Chicago não aceitou que as Olimpíadas fossem realizadas naquela cidade. A campanha que faziam pela mídia era de que os políticos e as construtoras ficariam com o dinheiro e o povo com a dívida.
Finalizando, podemos dizer que só depois de satisfazer as necessidades da população brasileira, (salário digno para o trabalhador, saúde, saneamento básico, educação, segurança, habitação) aí sim as autoridades brasileiras poderiam pensar em sediar uma Copa do Mundo.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.

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