25 de novembro de 2024

“O pôr do Sol mais lindo do mundo”

Localizado a apenas duas horas de Manaus, numa gostosa viagem de hajato, ou por via terrestre, pela BR-319, Manaquiri não está no mapa do turista manauara, apesar do potencial turístico que possui. Mara Regina Carneiro, graduada em Turismo, pós-graduada em coordenação pedagógica e técnica em eventos, explicou ao Jornal do Commercio o que falta para Manaquiri ter o turismo como um dos seus segmentos econômicos. Ela atua em sala de aula, na recepção/atendimento ao cliente e na área de eventos, no município. 

Jornal do Commercio: O que, de efetivo, a Amazonastur está realizando, ou promovendo, nos municípios do Amazonas?

Mara Regina: A Amazonastur (Empresa Estadual de Turismo do Amazonas), em parceria com a Aadesam (Agência Amazonense de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental) criou o Projeto de Apoio ao Desenvolvimento do Setor Turístico do Estado do Amazonas, efetuando a contratação de 21 turismólogos para apoiar as atividades relacionadas ao desenvolvimento do turismo nos municípios que compõem o Mapa do Turismo Brasileiro, proposto pelo Ministério do Turismo. O projeto seleciona profissionais graduados em turismo para trabalhar em conjunto com as pastas de turismo municipais no planejamento, ordenamento e desenvolvimento de atividades para contribuir com o turismo responsável no Estado. Além disso os profissionais destinados a cada município trabalham ativamente nos projetos que a Amazonastur disponibiliza para a gestão sustentável do setor, tais como, o Brilha Amazonas, o Amazonas to Go, o Workshop Bem Receber, entre outras ações voltadas para qualificação profissional e orientações para o empreendedorismo e formalização das atividades do setor turístico. 

JC: Como se deu essa sua paixão por Manaquiri, e o que a atraiu nessa cidade?

MR: Em março de 2022 fui convocada para ministrar o curso de Agente de Informações Turísticas, pelo Cetam, no município e já entrei em sala de aula com a reflexão sobre “o que você, como munícipe, tem para me dizer sobre o Manaquiri, turisticamente?”. A partir daí passei a fazer os alunos olharem para a cidade de uma forma diferenciada e ali vi um grande desafio. Para eles, não havia nada demais no rio, ou no pôr do Sol daqui, mas para quem vem de fora, ah… é magnífico. Manaquiri tem o pôr do Sol mais lindo do mundo, o rio Jaraqui é encantado. As viagens às comunidades são esplêndidas. O que para eles é rotina, para o turista é coisa de outro mundo. 

JC: Como é sua atuação enquanto representante da Amazonastur num determinado município?

MR: Os turismólogos atuam dando suporte de conhecimento técnico e apoiando as ações da Amazonastur que são contempladas nos locais. Além disso, os profissionais fazem um estudo de potencial para desenvolvimento de segmentos, melhora de infraestrutura dos atrativos e propostas de roteiros. Auxiliam ainda na orientação dos prestadores de serviço para que procurem a formalização empresarial e façam sua certificação de atividade junto ao Ministério do Turismo. 

JC: Como turismóloga, o que você indica para se conhecer em Manaquiri e região?

MR: Indico o balneário Miriti Rossi, onde há piscina com tobogã, parquinho para crianças, espaço de jogos e campinho de futsal; o Sítio do Tio Guda, uma enorme fazenda, que possui uma piscina com borda infinita para o rio Jaraqui; o Canoas Bar, um bar com temática rústica todo entalhado à mão: o Restaurante Flor de Bacuri, um ambiente ao ar livre, com vista para um lago, com a cozinha de uma qualidade excepcional comandada pela chef Etelvina Vieira; e o Restaurante Tucumã, onde são servidos peixes regionais. Indico ainda a Janauacá Pousada, localizada em uma ilha na comunidade do Italiano, e ainda há os eventos do município: a Cavalgada, promovida pelo Sítio do Tio Guda; os festejos de São Pedro; o Velocasq; o Bazar Manaquiri; e a Expo Manaquiri. 

JC: Manaquiri fica a apenas duas horas de Manaus, mas os manauaras desconhecem seu potencial turístico e o de outros municípios. Na sua opinião, por que isso acontece?

MR: Além de ser um município novo e pequeno, ainda não está desenvolvido turisticamente. A maioria dos municípios amazonenses não procura se fazer conhecer pela população de Manaus que, como turistas, iria movimentar suas economias, gerando renda. Noto que, para os habitantes desses municípios, está bom como está. 

Mara, “os profissionais destinados a cada município trabalham nos projetos da Amazonastur”

JC: Na sua visão, quais atividades podem ser desenvolvidas nessa região onde você atua e o que falta?

MR: A região apresenta um potencial para desenvolver o segmento de turismo de eventos, pesca esportiva, turismo de base comunitária, etnoturismo e ecoturismo. Um plano de ação municipal de gestão da atividade, enquanto parte do desenvolvimento socioeconômico do município para a geração de emprego e renda, conservação ambiental e manutenção da cultura local, auxiliaria ainda mais a impulsionar a atividade.

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Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio

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