24 de novembro de 2024

Otimismo para o Dia das Mães

O comércio de Manaus já se prepara para o Dia das Mães. Um dado que anima os lojistas é que oito em cada dez consumidores manifesta vontade de ir às compras. Mas, em sintonia com tendência captada em outras datas comemorativas, o manauense sinaliza querer gastar pouco: 61,5% esperam limitar o valor a R$ 200, de preferência em bens não duráveis ou semiduráveis. E, apesar da escalada das taxas de juros e de inadimplência, ainda prefere parcelar a compra a crédito. A conclusão vem dos dados de uma pesquisa do Ifpeam (Instituto Fecomercio de Pesquisas Empresariais do Amazonas).

“Maio vem com expectativas alvissareiras por uma série de motivos: a significativa melhora nas vendas no segundo semestre de 2022; e os reflexos positivos na economia, com vários indicadores apontando para uma retomada econômica acima das melhores expectativas. Mais importante é a ressocialização das pessoas que, aos poucos, foram perdendo o medo, recuperando a confiança para sair de casa e reencontrar parentes e amigos, voltar às compras. Esta pesquisa vem corroborar outros indicadores, que já apontavam para este caminho”, anunciou o Ifpeam, no texto de divulgação da sondagem.

A melhor notícia é que 92% dos entrevistados informam que vão comprar algum presente, na segunda data mais forte do calendário do setor. O consumidor justifica a decisão dizendo que “considera um gesto importante” (46%); “porque ela merece, já fez muito por mim e quero retribuir o carinho” (35%) e “tenho costume de presentear as pessoas que gosto” (9%). Somente 8% dizem que não pretendem presentear e explicam que estão desempregados (4,07%), que têm a mãe falecida (3,62%), ou simplesmente não responderam a pergunta (91,63%). 

Valor agregado

A maioria dos consumidores está disposta a gastar de R$ 101 a R$ 200 (27,6%) nas compras, mas 26% esperam limitar o dispêndio entre R$ 51 e R$ 100 (26%) e outros 21,9% estimam ir mais longe e ficar entre R$ 201 e R$ 400 (21,9%). Só 7,9% confirmam não ir além de R$ 50, e somente 6,8% garantem que vão extrapolar além dos R$ 400. A parcela dos indecisos se limita a 1,1%, neste caso. Outro sintoma dos tempos difíceis vem do fato de que 53% dos entrevistados responderam que vão comprar apenas um presente e só 29% dizem que vão comprar um segundo presente, e parcelas declinantes esperam estender as compras a três (6%), quatro (2%) e cinco (1%) presentes 

Na lista de compras, predominam itens tradicionais e de menor valor agregado, como roupas, calçados e acessórios (29%), perfumes (19%), cosméticos (11%), ou mesmo apostar em um almoço/jantar em um restaurante com a pessoa amada (12%). Quem está disposto a gastar mais aponta bens duráveis, como eletrodomésticos (10%), celulares (7%) e eletroeletrônicos (5%), ou investir em viagens e passeios (5%). A lista inclui ainda tratamentos e procedimentos estéticos (3%), utensílios de cozinha (3%), maquiagem (2%), flores (2%), livros (1%) e “outros” (1%), mas há também quem prefira dar vala-presente (6%), ou está indeciso (3%). 

As presenteadas são mães (68%), mas também esposas (28%), sogras (8%), irmãs (6%), avós (3%), namoradas (3%), filhas (2%), e tias (1%). Os presentes pedidos por elas são perfumes (21%), vestuário, calçados e acessórios (17%), cosméticos (16%), almoço/jantar (12%), passeio viagens (7%), celular/smartphone (5%), tratamentos de beleza (5%) e eletrodomésticos (5%).

Locais e pagamentos

Os locais preferidos para as compras são os shoppings (27,4%) e o Centro da cidade (21,5%). Lojas de rua e de bairros (18,6%), galerias populares (6,1%), lojas de departamentos (5,2%), supermercados e hipermercados (1,6%) e outros (0,9%), enquanto 15,8% não responderam e 2,9% dizem que “não sabem”. Quem manifestou predileção por compras online opta por Instagram (5,4%), sites de lojas virtuais (1,4%) e WhatsApp (0,5%) – mas, nada menos do que 92,8% não responderam.

Preponderam das promoções e descontos (26%) e do fator preço (24%) entre os principais fatores que influenciam o local de escolha, embora a qualidade (25%) também tenha percentual elevado de atenção de consumidores. Em seguida estão a diversidade de produtos (14%), localização (14%), atendimento (10%), frete grátis (8%), segurança (5%), facilidade de pagamento (4%), climatização (4%), disponibilidade imediata do produto (3%) e lojas e estabelecimentos que façam entrega em casa (1%).

A despeito da escalada das taxas de endividamento e inadimplência registradas em meses mais recentes, 58,2% dos consumidores de Manaus ainda apostam em meios de pagamento a crédito e pagos em várias vezes. Cartão de crédito parcelado (28,1%) e cartão da própria loja parcelado (23,3%) estão no topo das preferências, mas crediário/carnê parcelado (6,8%) também goza de simpatia significativa, e 8,1% dizem que vão pagar a crédito em apenas uma parcela. Pagamentos à vista, como dinheiro, Pix, transferência bancária, boleto bancário são a opção de apenas (21,3%) 

“O Dia das Mães é o segundo dia mais importante do calendário do comércio. Por isso, o Ifpeam foi ouvir o consumidor para ver o que ele precisa, o que ele busca, e quais são suas expectativas. Esses dados coletados são levados aos empresários, para que eles possam se identificar melhor, formar os estoques com mais consciência, ter um resultado mais positivo e, acima de tudo, desenvolver a economia, gerar emprego e renda, e atender a população com muita responsabilidade”, finalizou o presidente em exercício da Fecomercio-AM (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Amazonas), Aderson Frota.

BOX

Saiba mais sobre a pesquisa

A pesquisa foi realizada com uma amostra de 442 consumidores de Manaus, que foram entrevistados, entre os dias 13 a 20 de fevereiro, via Google Formulários, aplicativo de mensagens instantâneas e entrevistas pessoais em locais de “grande fluxo”. Mulheres são 59,5% e homens, 40,5%. A faixa etária predominante é a que vai de 30 a 39 anos (39%), sendo seguida pelos grupos de 25 a 29 anos (30%), entre 40 e 49 anos (14%), e de 18 a 24 anos (12%). A maioria tem renda de R$ 2.605 e R$ 3.906 (30,77%), de R$ 1.303 a R$ 2.604 (28,28%) e até R$ 1.302 (24,43%). Mas, há quem ganha também de R$ 3.907 a R$ 5.208 (9,05%) e acima de R$ 5.208 (6,11%). Por locais de moradia, estão divididos entre as regiões Leste (31%), Sul (27%), Norte (21%), Oeste (10%), Centro-Sul (9%) Centro-Oeste (2%).

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio

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