18 de setembro de 2024

Ovos de Páscoa encarecem

Com a inflação em alta, os ovos de Páscoa deste ano chegam às prateleiras dos supermercados com o custo mais elevado. O consumidor deve pagar cerca de  5% a 8% mais caro pelo produto em relação ao ano passado, percentual estimado pela Amase (Associação Amazonense de Supermercados). 

Conforme o  vice-presidente da Amase, Ralph Assayag, o peso da inflação faz o setor acabar investindo em ovos menores, estes tiveram alta de 8%. No ano passado,  os ovos de chocolate foram adquiridos num valor 7% mais caro que em 2020.

Este ano, os insumos também foram pressionados pela inflação e foi preciso repassar os valores para o consumidor. “O preço do chocolate, em geral, é impactado por diferentes fatores. O cacau, o açúcar e o leite, por exemplo, assim como a variação do dólar, contratações, distribuição e impostos, também influenciam na formação do preço. No caso dos ovos de Páscoa, há de se considerar um processo de produção de alta complexidade, custos de embalagem, armazenagem e logística”, mencionou Ubiracy Fonseca, presidente da Abicab ((Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas).

Apesar de uma Páscoa mais cara, a expectativa da indústria e do varejo é que este ano o volume das comercializações da movimentação em torno da data seja positiva, considerando o freio nas vendas em virtude da pandemia. 

Embora as vendas nos supermercados ainda sejam modestas, o vice-presidente da Amase, Ralph Assayag, informou que o volume de pedidos para este ano foi 9% maior em comparação a 2019 (pré-pandemia). “Os supermercados adquiriram entre 35 e 36 mil toneladas de chocolates. Em 2019, o pedido foi de 33 mil toneladas. Em 2020 em torno de 18 a 20 toneladas. Estamos bastante otimistas”. 

A Abicab reiterou que a expectativa da indústria e do varejo é que este ano o volume das comercializações da movimentação em torno da data seja positiva, considerando o freio nas vendas em virtude da pandemia. 

“As preparações para a data comemorativa são feitas com antecedência para atender o varejo brasileiro da melhor forma possível. Nos últimos anos, a principal mudança na comercialização dos produtos de Páscoa aconteceu digitalmente. No geral, a pandemia impulsionou as vendas pelo e-commerce, sendo preferência de 71% dos brasileiros, segundo a ConQuist Consultoria. Os associados passaram também a ofertar os produtos, focando na melhor experiência de compra online por meio de plataformas digitais próprias, ou até mesmo em parcerias com empresas especializadas em delivery para atender a essa demanda do consumidor”, destacou a entidade. 

Precificação de produtos

A empresa Lacta, tradicional fabricante de chocolates, mencionou ao Jornal do Commercio, que inflação de 10% (geral nos últimos doze meses) e considerando pontos como frete internacional e custo de commodities, precisou  fazer um aumento de preços nos produtos de Páscoa.  

“Regionalizamos mais nossa estratégia de preço porque o Brasil não é um Brasil só, são vários. E o poder aquisitivo, da mesma forma que a inflação, foi afetado de maneira diferente nas várias regiões. Aplicamos aumento de preço, mas tentamos fazer isso de forma inteligente, para oferecer alternativas ao consumidor”, disse. 

Conforme a empresa, a Lacta possui um portfólio que cabe em todos os bolsos e momentos de consumo, para os mais variados perfis de consumidores -sejam aqueles que adoram surpreender, presentear, os que buscam seguir as tradições ou aqueles que apenas querem cumprir o papel da data de forma mais simbólica. Como líderes nesse mercado, procuramos atender a todas as possibilidades.  

“Mas o ponto sobre portfólio vasto, com opções para todos os momentos e necessidades dos consumidores ainda vale para compor a resposta da inflação, é uma forma estratégica de falar que apesar do aumento de preços, páscoa é chocolate, não apenas ovos de páscoa e que como líderes temos todos os tipos de opção”. 

Antecipação

É relevante citar que este ano, as fábricas aumentaram a produção dos itens, o varejo seguiu essa tendência e antecipou os pedidos para a data.  A pouco mais de um mês para a data, muitos supermercados da capital resolveram antecipar a decoração com os tradicionais ovos de chocolate. “A antecedência das aquisições de itens como caixa e a barra de chocolate encomendadas no ano passado, reforça a estratégia para turbinar as comercializações em 2022”, contou o vice-presidente da Amase. 

Oportunidades

Segundo mapeamento encomendado pela Abicab, para atender à demanda do período da Páscoa de 2022, a indústria de chocolates calcula que foram criados 8,5 mil postos de trabalho temporários no Brasil, sendo contratações diretas e indiretas -tanto em fábricas quanto em pontos de venda.

“A ocasião não é apenas esperada para o consumo, mas é também muito aguardada por parte da população que está em busca de oportunidades de emprego, uma vez que o setor tem a capacidade de gerar vagas de trabalho e negócios temporários”. 

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio

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