25 de novembro de 2024

Pão francês só poderá ser comercializado por quilo a partir de julho

A partir de 1º de junho, pão francês só poderá ser comercializado nas padarias e estabelecimentos por quilo

A  partir de 1° de junho o tão consumido pão francês só poderá ser comercializado nas padarias e estabelecimentos por quilo, isso porque  a portaria 181, publicada no “Diário Oficial da União” da sexta-feira (23) do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), determina a mudança. Os estabelecimentos terão que indicar em local fixado próximo ao balcão de venda o preço a ser pago pelo quilo de pão.

Desde de 2006 através da portaria 146 do Instituto, o pãozinho francês, era vendido a quilo,  porém no ano passado, houve uma flexibilidade para a venda também em unidade, de acordo com o Sindipan-AM (Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria do Amazonas). No Amazonas, o produto já é comercializado a quilo, no entanto, há quem venda por unidade, prática que, conforme a norma, não será mais permitida. 

Norma barra venda de pão francês por unidade
Foto: Divulgação

Representantes do setor são favoráveis à norma e destacam que a venda por peso evita que o cliente seja enganado. A vantagem de pagar pelo produto por peso favorece o consumidor que apesar de não perceber, paga de fato pelo que está levando.  “Os preços continuam os mesmos. Quando você paga o quilo, está pagando realmente, a quantidade que você comprou. Quando você compra por unidade, você não sabe se realmente está levando a quantidade que teria que ser”, diz o presidente do Sindipan, Carlos Azevedo.

Vale lembrar que os insumos para a produção do produto  tem constantes reajustes, em função da variação do dólar, e o Brasil não é autossuficiente na produção de trigo, tendo que importar o grão, principalmente da Argentina.

“Estamos segurando o preço do pão francês, porém existem empresas que estão operando no vermelho. O preço depende dos custos operacionais de cada estabelecimento, daí a variação de preços na cidade.

De acordo com o dirigente, a pandemia fez com que as empresas tivessem redução de até 60% em sua receita. “Esperamos que com estabilidade nos casos da Covid-19 e a vacinação atingindo um maior número da população, possamos começar a retomada de recuperação do setor.

Zeina Russo, empresária do ramo de panificação, afirma que para os panificadores que prezam pela organização a medida só reforça a obrigatoriedade que já é realizada pelas empresas. “É ótimo. Já fazemos isso. Os informais que vendem pão com preço baixo será ruim, pois terão que se adequar e cobrar o preço justo. Com a nova lei em vigor o consumidor não será lesado”. 

Ela avalia que por unidade a pessoa produz pão de 30 gramas enche de fermento o que acaba implicando no peso correto. “Nós estamos acostumados a essa organização. O nosso pão todo é pesado por quilo e a gente pesa a massa crua com 65 gramas”. 

Conforme o Sindicato,o preço final do pão francês cobrado pelas associadas, mantém os valores de 2019, com variação entre R$5 a R$14 o quilo do pão. “Os preços são praticados de acordo com os custos operacionais de cada empresa, a grande maioria pratica preços na ordem de R$10 o quilo”. Vale ressaltar que cada pãozinho, deve pesar 50 gramas, neste caso 20 pães, perfazem 1 quilo. 

Vale destacar que, em média, a unidade do pão francês é vendida a R$0,50. ”Não trabalhamos com essa formação e sim com o valor por quilo”, garante o presidente do Sindipan-AM.  

Para Azevedo, ainda é muito cedo para falar em demanda de consumo, onde as empresas estão muito aquém dos níveis antes da pandemia. “Esperamos que até o início do 2º semestre, tenhamos voltado à normalidade”.

O empresário do setor de indústria de panificação, Arian Ribeiro, é a favor da venda por quilo e admite que a prática de venda do pão já era obrigatória há bastante tempo, porém nunca existiu uma cobrança efetiva sobre a comercialização, principalmente em padarias menores de bairro. “Mas para o consumidor final, e até mesmo para a concorrência de preço é bem mais justo pois de fato o cliente vai pagar o que está levando de produto. E quando se está na venda por  unidade fica muito vago pois pode ser feito pães em diferentes peso e tamanhos”. 

Na opinião dele, existe uma resistência do consumidor, pois em Manaus, existe a cultura de comprar de R$1 a R$2  de pães. E no peso como existe variação é mais difícil acertar o valor.

A empresário concorda que o benefício da venda de pão por quilo traz segurança ao  consumidor “ele vai pagar efetivamente o que vai levar (falando de peso) e para o mercado a concorrência em relação ao preço de venda fica mais justa pois o cliente vai se adaptar a fazer comparação de preço do quilo do produto de acordo com padrão de tamanho, peso e qualidade”. 

Por dentro

A portaria determina ainda que a balança usada para a pesagem deve conseguir fazer divisão igual ou menor a cinco gramas. 

As novas regras passarão a valer no dia 1º de junho deste ano, quando ficará revogada a Portaria 146/2006, que também tratava da comercialização do pão francês. 

Foto/Destaque: Divulgação

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio

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