13 de setembro de 2024

Pão tem maior alta de preços em Manaus e impacta cesta básica

O aumento relacionado à matéria-prima para a produção do tradicional pãozinho, tem sido o responsável pela alta no valor do alimento. Desde o ano passado, os preços dos produtos derivados da farinha de trigo como massas, biscoitos, bolos e afins 

mantêm patamar elevado.

As famílias em Manaus estão pagando 5,63% mais caro pelo preço do pão francês. Segundo pesquisa realizada pela Horus e Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas. O Levantamento apontou que o pãozinho está entre as maiores altas de preços médios da cesta de consumo básica na capital no mês de março.

De acordo com o estudo, o preço do ingrediente básico do pão, a farinha de trigo, tem sido impactado recentemente, em virtude do aumento internacional do preço do trigo, devido à guerra entre Ucrânia e Rússia, que são grandes exportadores do produto. Além disso, instabilidades climáticas ocorridas nas safras de outros grandes produtores do cereal, como o Canadá e os Estados Unidos, têm reduzido a oferta do trigo no mercado internacional, fazendo com que os preços subam.

O Sindpan-AM (Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria do Amazonas), comentou que o mercado é livre e as empresas, fazem o reajuste de acordo com os seus custos, essa é a fórmula praticada pelos estabelecimentos. 

As empresas de produtos panificados não realizam reajuste de preços desde 2020, informou o sindicato, ressaltando que durante a pandemia não foi possível repassar esses aumentos para o consumidor, pois houve queda na demanda. 

Os sucessivos aumentos nos insumos em 2022 atribuídos aos reflexos da pandemia, inflação e o conflito no leste europeu impactou o segmento.  O vice-presidente do sindicato, Jonas Neves, destacou que a farinha de trigo registrou alta de 47,44%. “O Brasil importa cerca de 60% do volume processado pelas indústrias e panificadoras, portanto desde o início do conflito o preço dos grãos aumentaram significativamente”. 

Outro recorte

Conforme informações do site agrolink, um levantamento realizado pela Efficienza, a tradição de comer o pãozinho está cada vez mais cara e pode variar muito entre um estado e outro. 

Em Manaus, esse valor é menor, segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Panificação, Carlos Azevedo. O preço chega a R$ 14,90 por quilo. No Paraná, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura e do Abastecimento, o preço do quilo do pãozinho varia entre R$ 15 e R$ 18 na capital e na região metropolitana. Já no Nordeste brasileiro, especificamente em Fortaleza (CE), o preço do quilo do pão varia de R$ 16 a R$ 20. Já os soteropolitanos pagam, em média, R$ 18,50 por quilo.

Ainda segundo dados do levantamento, a alta de preços se dá porque o Brasil ainda depende muito do trigo proveniente do mercado externo. No entanto, avalia que essa realidade pode mudar. Sendo Fábio Pizzamiglio, diretor da empresa, o Brasil uma das maiores potências agrícolas do mundo — caminha para se tornar autossuficiente com o trigo. 

Atualmente, das 12 milhões de toneladas desse commodity consumidos no Brasil, mais de seis milhões são importadas. Dados da Associação Brasileira da Indústria do Trigo mostram que o país é capaz de produzir 1,5 milhão de toneladas a mais neste ano, o que poderia garantir uma certa independência do produto vindo do exterior.

De acordo com o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), os preços do tradicional pão francês acumularam alta de 18,3% em 2022.

De acordo com o presidente do Sindpan-AM, Carlos Azevedo, uma Assembléia prevista para ocorrer no fim deste mês, com empresários ligados ao sindicato deve definir os rumos dos possíveis reajustes do valor do pão.. “Só podemos nos posicionar após a Assembleia”. 

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio

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