Marco Dassori
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O Codam avalia, nesta quarta (31), uma pauta de R$ 1,22 bilhões, com um total de 65 projetos para o PIM, tanto de implantação (24), quanto de diversificação (34) e atualização (7). As propostas previstas na 297ª Reunião Ordinária do Conselho de Desenvolvimento do Amazonas preveem ainda a geração de 1.846 novos postos de trabalho na economia no Polo Industrial de Manaus e em Rio Preta da Eva, nos próximos três anos. Há ainda a previsão de aproveitamento de 770 postos por meio de remanejamentos internos nas empresas envolvidas.
Esta é a quarta reunião deste ano e o número de projetos submetidos foi considerado recorde, pela Sedecti (Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação). Caso a pauta seja aprovada na íntegra, o Codam terá dado sinal verde a mais de R$ 6,76 bilhões em investimentos e 6.173 novos empregos neste ano, alocados em um total de 165 projetos. Dessa forma, o quantitativo superaria o balanço dos quatro primeiros encontros do Conselho em 2021, no que se refere às iniciativas industriais (141). Mas, ficaria devendo em termos de aportes de capital (R$ 18,3 bilhões) e criação de postos de trabalho (6.431).
Lideranças do PIM ouvidas pela reportagem do Jornal do Commercio enfatizam, no entanto, que os números colecionados na pauta da reunião do Codam desta quarta (31) são uma ótima notícia, em um período em que a ZFM enfrenta ataques de diversas frentes – como a crise do IPI e o contencioso com São Paulo em torno dos créditos presumidos de ICMS –, além de não estar imune aos problemas enfrentados pela indústria de uma forma geral – oscilações na demanda e entraves no fornecimento de insumos.
Implantação e diversificação
A pauta de projetos submetida ao crivo dos conselheiros conta com número mais encorpado de projetos e empregos (1.373) do que os contabilizados naa anterior (39), embora também tenha menor previsão de investimentos (R$ 1,54 bilhões). Como de hábito, o rol de propostas é extenso e de fabricação de produtos diversos, como artefatos de borracha, massas de padaria, itens de limpeza, termoplásticos, celulares, embalagens, material de construção, alimentos, componentes elétricos, confecções, e periféricos de informática, entre outros.
Dos 65 projetos listados na pauta, 63 projetos foram direcionados para a capital, com investimentos previstos em R$ 1,21 bilhão e estimativa de 1.807 novos postos de trabalho. No interior, apenas Rio Preto da Eva (a 81 quilômetros de Manaus) foi contemplado na atual pauta. Uma mesma empresa apresentou dois projetos que somam R$ 6,93 milhões em injeção de capital e devem demandar 39 contratações no município vizinho.
O principal destaque entre as propostas de implantação e de atualização no PIM vem da Flextronics Internacional Tecnologia Ltda., que apresenta dois projetos para produção de eletroeletrônicos diversos – televisores, telefones celulares e estação telemétrica, com estimativa total de geração de 753 postos de trabalho em suas linhas de produção. O somatório do capital total previsto pela companhia em ambas as iniciativas (R$ 464,23 milhões e R$ 36,23 milhões) para tanto representa 40% do investimento total da pauta da reunião do Codam de hoje.
Outra iniciativa importante em termos de atualização vem da Wasion da Amazônia Indústria de Instrumentos Eletrônicos Ltda., que planeja produzir medidores de energia elétrica correspondente, mediante a 11% do investimento da pauta (R$ 135,66 milhões) e oferta de 245 novos empregos. Já a empresa Valgrup AM Indústria de Masterbatch Ltda pretende implantar uma linha de produção local para fabricar masterbatch de poliuretano, dispondo de 10% do investimento total desta pauta (R$ 122,95 milhões) e abrindo 42 vagas no Polo Industrial de Manaus.
“Números expressivos”
O presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Antonio Silva, reforçou à reportagem do Jornal do Commercio a importância da frequência com que as reuniões do Codam vêm sendo realizadas e enfatizou que tal previsibilidade é fundamental para garantir segurança dos investimentos no Polo Industrial de Manaus. O dirigente acrescenta que os números da pauta demonstram que a ZFM continua sendo atrativa, apesar do teste de estresse ao qual vem sendo submetido.
“Sem dúvida, os números da pauta são expressivos. É importante, que em um período de inconstância, o nosso modelo econômico continue a ser atrativo para o segmento produtivo. Ressalto o alto número de projetos e mão de obra estimada, bem como a diversidade dos projetos e o espraiamento para o interior. Temos boas expectativas para o último quadrimestre do ano”, declarou.
O presidente da Eletros (Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos), José Jorge do Nascimento Júnior, concorda. “Realmente, é uma pauta rica e histórica, segundo o levantamento da Sedecti, pela quantidade de projetos a serem submetidos ao Conselho. É uma boa notícia. Isso mostra que, apesar de tudo, a Zona Franca de Manaus continua sendo um destino que o investidor entende como importante e seguro. É bom a gente ter essa sinalização de que mais empresas estão apostando em nosso modelo, neste momento de busca de retomada da economia”, finalizou.