Andreia Leite
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Desde a última terça-feira (14), Manaus passou a contar com levantamento mensal de preços nas principais redes de supermercados, atacadões e atacarejos da cidade chamado de “Cesta Manauara”. O estudo realizado pela Perspectiva Mercado e Opinião permite monitorar preços de cesta de consumo do amazonense indicando os supermercados da capital com preços mais acessíveis.
A pesquisa é extremamente relevante principalmente nesse momento de inflação, em que o preço dos alimentos têm pesado no orçamento das famílias.O Amazonas não possui estudos de mercado que tenham um determinada periodicidade nesse aspecto.
“Algumas instituições, como por exemplo a Fecomércio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Amazonas), chegou a criar uma sondagem a cada seis meses. Mas o grande desafio hoje é gerar uma informação diferenciada que permita ao consumidor estabelecer por livre espontânea vontade e escolha mais inteligente acima de tudo pensando no seu bolso”, destacou o idealizador da pesquisa Durango Duarte.
De acordo com o levantamento, a divulgação dos preços médios, apresenta uma diferença 60% maior entre o estabelecimento mais barato e o mais caro, ou seja, quase R$ 270 a mais em 43 produtos de largo consumo, entre estivas, carne e peixe,
frios, verduras e legumes, frutas, temperos, produtos de limpeza e higiene pessoal, alimentos, itens de higiene e produtos de limpeza, em oito grupos de empresas.
Duarte explica que com R$ 270 reais mais barato, as famílias não comprariam 43 itens, provavelmente seriam em torno de 70 produtos. “A diferença é brutal. A pesquisa é um instrumento que permite a sociedade manauara independe da sua classe sócio econômica observar se está fazendo as melhores escolhas na hora das compras”.
Segundo ele, a maioria dos produtos dentro da ‘Cesta Manauara’, são itens que não podem ser tidos com melhor ou pior qualidade porque todos são da mesma marca e como pretendem divulgar o estudo mensalmente ele acredita que está ajudando as famílias a perceberem se estão fazendo uma boa aquisição e uma boa compra. “E isso é profundamente relevante e a pesquisa tem esse caráter importante para a sociedade manauara”, frisou.
Para o presidente do Corecon-AM (Conselho Regional de Economia do Amazonas), Marcus Evangelista, a pesquisa de preços nunca foi tão necessária quanto aos dias de hoje.
Cada empresa tem seus custos operacionais, poder de compra diferentes e margem de lucros individuais. Por isso se encontra a diferença entre estabelecimentos. “Vale muito a pena organizar a agenda para que seja possível fazer pelo menos duas visitas antes de efetivar a compra”.
Na análise da primeira pesquisa, o Assaí Atacadista aparece na lista com o menor preço R$ 416,79 e o Pátio Gourmet como o mais caro R$ 686,08 no dia da semana pesquisado: a segunda-feira (13), onde geralmente os estabelecimentos não realizam promoções.
Por meio das informações coletadas, o monitoramento de preços da cesta classifica pela ordem os seguintes supermercados: Nova Era com o valor médio de R$ 452,52 seguido pelo Hiper DB R$ 451,27; Baratão da Carne R$ 453,07; Veneza R$ 479,72; Carrefour R$ 484,24 e Atack R$ 485,80.
Metodologia inédita
Ao contrário das pesquisas de preços tradicionais, onde apenas são anotados os valores dos itens, a Perspectiva comprou todos os produtos de todas as redes de supermercados pesquisadas.
Um dos objetivos, segundo o CEO da empresa, Durango Duarte, foi ter a comprovação de que os mesmos itens foram comprados no mesmo dia.
As notas fiscais geradas foram digitalizadas e anexadas ao relatório da pesquisa, disponível no site empresa de pesquisa: https://perspectiva.inf.br/
Social
A empresa Perspectiva também realizará um trabalho de cunho social e filantrópico: a cada mês, todas as cestas utilizadas no estudo serão doadas para uma instituição de caridade e apoio de Manaus. Neste mês de março de 2023, a Fundação Doutor Thomas é contemplada com a doação.
Pesquisa em 3 fases
Para chegar até a quantidade de 43 produtos, em uma primeira etapa foram entrevistados 50 consumidores, que geraram uma lista inicial de mais de 300 itens.
Em seguida, realizou-se uma nova pesquisa, desta vez com 500 pessoas, para compactar a lista para 55 itens, fundamentais a serem adquiridos durante o mês.
A 3ª fase do estudo foi visitar os estabelecimentos comerciais e identificar quais marcas poderiam ser encontradas em todos os locais, com a mesma massa (miligrama/mg) e volume (mililitro/ml).
Após a comparação, a lista foi reduzida para os 43 itens. As compras foram todas no mesmo dia para que não houvesse diferença na aquisição dos produtos.
Na ausência de determinada marca de um item dos 43, este foi substituído por outro semelhante de preço menor.
Nos casos da carne e do frango que, geralmente, não vêm no peso exato de um quilo (1kg), foi realizada uma ponderação para que o preço inserido na tabela de análise fosse exatamente igual em todos os estabelecimentos. Desta forma, o preço considerado será o valor do quilo (kg) ou do litro (lt) do produto no dia da compra.
