Evaldo Ferreira: @evaldo.am
Em dezembro de 2016 falecia Phelippe Daou, um dos fundadores da Rede Amazônica de Rádio e Televisão. Dois meses antes, os outros dois fundadores haviam partido. Phelippe Daou Jr. teve que assumir a cadeira do pai. Se Phelippe Daou encontrou dificuldades para começar do zero, um canal de televisão, para Phelippe Daou Jr. também não foi fácil encontrar uma empresa gigantesca e ter que mantê-la funcionando, exatamente como seu pai ensinara. Nessa entrevista ao Jornal do Commercio, Phelippe Daou Jr. contou como tem sido estar à frente do Grupo Rede Amazônica nesses quase seis anos de ausência do pai.
Jornal do Commercio: Como tem sido estar à frente da Rede Amazônica de Rádio e Televisão, há quase seis anos, sem teu pai?
Phelippe Daou Jr.: Estar à frente da empresa, não só eu como a minha irmã, nesses últimos seis anos sem o nosso pai, tem sido um grande desafio. Graças ao bom Deus ele nos formou muito bem, mas os desafios têm sido imensos, porém, conseguimos superar tudo, com muito trabalho e foco na essência do Grupo Rede Amazônica, que é servir à Amazônia, então mesmo diante da pandemia, da crise econômica, de anos políticos, vimos mudando e unificando a empresa, tornando-a mais eficiente, produzindo melhor conteúdo a cada dia, e buscando falar quase que individualmente com as pessoas que nos assistem e nos consomem nas nossas diversas plataformas.
JC: Quais mudanças você promoveu na empresa nesses anos?
PD: Foram várias. A primeira: a integração das várias áreas da empresa. As plataformas eram totalmente separadas, hoje as unificamos em todos os níveis, na área de vendas, de produção de conteúdo, de tecnologia, enfim houve uma mudança enorme. Fizemos uma reestruturação do quadro de funcionários e hoje a empresa está muito mais fluida, mais ágil. A mudança cultural, também promovida nesses últimos anos, foi importante para que a empresa pudesse permanecer focada no seu propósito, que é servir à região, desenvolver e integrar a Amazônia.
JC: Como está vendo, e como está atuando, diante dessas mudanças do público da TV para as redes sociais e canais de streaming?
PD: Realmente as mudanças no nosso segmento têm sido significativas, rápidas, dinâmicas e a migração de consumo para outras plataformas, eu não diria migração, mas divisão do tempo do consumidor com outras plataformas, é uma realidade, então continuamos a dar atenção para os meios tradicionais, bem como para os meios digitais. Estamos cada dia mais presentes nos meios digitais, no Google Play, em todas as redes sociais. O Amazonsat lançou o seu streaming, em maio, e devemos fazer o mesmo com outras formas de distribuição do canal em dispositivos, como o Smart TV, lançado semana passada. Este mês estamos fazendo uma melhor apresentação do Amazonsat, mais condensado, mais consolidado e, em outubro, será lançada a versão IOS. Apostamos na relevância do conteúdo, construtivo, propositivo, para que realmente continuemos sendo importantes na vida dos nossos consumidores.
JC: Quais novidades podemos esperar nesses 50 anos da Rede Amazônica?
PD: As novidades estão relacionadas à trajetória que os fundadores do Grupo sempre seguiram: dedicação em colorir a Amazônia, estar presente em todos os municípios da nossa área de cobertura, oferecendo os mais diversos serviços. É uma obra gigantesca, que começou há 50 anos, com todas as dificuldades que se possa imaginar, econômicas, de logística, para lograr êxito e tirar da escravidão da desinformação toda a população amazônida e trazê-la para a realidade, tornando possível chegar a cada uma dessas pessoas, a informação correta, que liberta, que gera perspectivas econômico/financeiras. Os fundadores se esmeraram para isso. Hoje, essa jovem de 50 anos continua a busca de conquistar o coração das pessoas, de falar individualmente com elas, atendendo seus anseios. Há três anos estamos trabalhando num projeto, na área de jornalismo, que será lançado no próximo ano.
JC: Números: onde a Rede Amazônica atua? Tem quantas produções locais? Emprega quantos funcionários? E o Amazonsat, como está?
PD: O Grupo Rede Amazônica está presente em cerca de 170 municípios da Amazônia, a maior parte deles concessões nossas, 100% regularizadas e preparadas para receber o novo processo de TV digital. Em alguns casos temos sinal do Amazonsat, com 50 retransmissores. Estamos presentes com sete emissoras de rádio, todas com programação CBN, em cada um dos Estados afiliados Globo com o G1, o GShow, e o Globo Esportes. Temos o Portal Amazônia, além da Fundação Rede Amazônica, que é o braço institucional do nosso Grupo, e o Studio 5, plataforma de entretenimento e compras presenciais. Estamos presentes em seis Estados da Amazônia Legal, agora também no Pará, com uma operação inicial em Belém, da CBN. Ano que vem implantaremos transmissores de rádio em todos os Estados onde temos uma geradora na capital. Empregamos cerca de 800 profissionais em nossas operações. O Amazonsat passou por uma reestruturação completa, agora com o relançamento de sua programação, presente em cinco Estados. Via internet e por streaming, o canal é visto no mundo inteiro e, mais do que nunca, permanece como a referência nacional de conteúdos amazônicos.
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