O PIM abriu suas portas, na segunda edição da Feira do Programa Qualidade Amazonas, a partir desta terça (17). A programação inclui uma mostra das 56 empresas que concorrem ao Prêmio PQA (Prêmio Qualidade Amazonas) 2023, estandes das organizações presentes, e palestras (pagas e gratuitas) que focam em liderança e estratégia. Temas caros à indústria incentivada, como inteligência artificial, clusterização e os projetos industriais da ZFM também estão em pauta. A iniciativa é do Dampi (Departamento de Assistência à Média e Pequena Indústria) da Fieam, em parceria com o Sebrae-AM.
Realizada até a próxima sexta (20), no Studio 5 – na avenida Rodrigo Otávio, Japiim, zona – a feira tem como um dos seus destaques o “PQA Talks”, ciclo de palestras gratuitas realizadas no estande do PQA, nos quatro dias do evento, em horários diversos. Além dos temas mencionados, serão abordados também outros assuntos, como Pensamento A3, gestão de riscos, desenvolvimento de softwares, e impulsionamento de vendas na era digital, entre outros. A programação completa pode ser acessada no link https://www.linkedin.com/feed/update/urn:li:activity:7114609603438374912.
O diretor executivo da Simões Tecnologia LTDA/Omni Interactive, Lucas Simões, foi o primeiro palestrante a falar, na manhã desta terça (17), e tratou de inteligência artificial. O executivo conta com experiência em tecnologia multimídia e I.A., além de liderança de desenvolvimento de tecnologias para eventos corporativos e entretenimento, em Portugal e no Brasil. Sua palestra aborda como a inteligência artificial pode ser aplicada na prática, nas empresas privadas em geral, e nas indústrias em particular.
“Mostrei ao público como essa ferramenta serve para análise e previsão de dados, assim como na questão financeira, controle do fluxo de dados e informações. Demonstrei também sua utilização no aumento de produtividade e eficiência das linhas de produção, assim como na otimização de processos e, principalmente, na redução de despesas. É um tema bem bacana de conversar. Quem assistiu, teve a oportunidade de extrair o melhor da ferramenta, além de conhecer também soluções já disponíveis no mercado”, adiantou.
Projetos industriais
Nesta quarta (18), o assessor técnico da Suframa e professor de graduação e pós-graduação, José da Silva Marques, fala sobre os projetos industriais da ZFM. Especialista em engenharia mecânica e em administração de empresas, além de mestre em engenharia de produção, ele vai mostrar um breve histórico dos principais ciclos econômicos da região, desde a colonização até a plena aplicação dos incentivos da Zona Franca de Manaus.
A ideia é dar um entendimento ao público sobre os antecedentes históricos, apresentando o modelo como vetor de desenvolvimento e abordando seus principais incentivos. O conteúdo apresentado inclui também o conhecimento sobre as principais políticas de obrigatoriedades de contrapartidas dos incentivos – como PPB e P&D –, “os principais Indicadores de sucesso”; e o fluxo de apresentação, análise, aprovação e acompanhamento de projetos industriais, conforme a Resolução do CAS (Conselho de Administração da Suframa) 205/2021.
“Para fortalecer a parceria institucional do governo federal com a Fieam e as demais entidades do Estado, a Suframa traz esse tema, na busca de mostrar uma visão sistêmica do modelo ZFM voltada para o PIM, com cerca de 500 indústrias de alta tecnologia e geração de mais de meio milhão de empregos, diretos e indiretos, principalmente nos segmentos eletroeletrônicos, de bens de informática e de duas rodas”, resumiu José da Silva Marques, em resposta intermediada pela assessoria de imprensa as autarquia.
Clusterização no PIM
Na quinta (19), o professor de graduação e pós-graduação da Ufam, Antônio Jorge Campos, vai palestrar sobre clusterização industrial. Um cluster é um conjunto de servidores interconectados, que atuam como se fossem um único sistema e trabalham juntos para realizar tarefas de forma mais eficiente e escalável. Doutorando de engenharia de produção, mestre em administração, especialista em engenharia de produção, e consultor em logística da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina, Campos vai apresentar ao público uma proposta do uso dessa prática no Polo Industrial de Manaus.
“Vou falar a partir de um artigo científico, produzido por conta do pós-doutorado que fiz no ano passado, em Coimbra, Portugal. Como trabalhei 20 anos no Distrito Industrial, e estou como professor titular do departamento de Administração da Ufam há 29 anos, escrevi sobre esse assunto. Analisei o processo de desenvolvimento na Alemanha e da França, tendo como estratégia básica a clusterização. A partir dessa experiência, abordei uma proposta para o PIM, que é o esteio e sustentáculo de nossa economia”, comentou.
O professor da Ufam explica que cluster significa literalmente “aglomeração ou junção” e acrescenta que a diversidade de segmentos industriais do PIM cria as condições para a implementação da estratégia em âmbito local. Ele lembra que essa é uma estratégia que deu certo nos países europeus e aponta que a alternativa da clusterização se torna ainda mais importante enquanto o Estado não consegue desenvolver a contento outros modelos de desenvolvimento econômico, aproveitando as perspectivas em torno da biodiversidade.
“Isso implicaria na integração de nossos principais stakeholders, incluindo as empresas do Distrito, as microempresas, as instituições do ensino superior, o governo federal, os governos regionais e os centros de pesquisa. Todos estariam irmanados na criação de diversos clusters. Posso fazer, por exemplo, um cluster nos polos de duas rodas, metal mecânico, ou de bens de informática. Aí, se vai definir objetivos comuns, que podem ser o desenvolvimento de novas tecnologias, até para acompanhar o que estamos vivendo hoje. Também pode ser para prospectar novos mercados, porque, se vou fazer isso, tenho de pensar em um mercado consumidor”, concluiu.