24 de novembro de 2024

Planos de saúde coletivos empresariais crescem no Amazonas

O Brasil continua em franco crescimento em relação a novas adesões de planos médico-hospitalares –já são mais de 49 milhões de vínculos registrados até março. Desses, a maior parte, 33,8 milhões, que representa 69% do total geral, são do tipo coletivo-empresarial, modalidade que mais tem crescido nos últimos meses, revela a NAB (Nota de Acompanhamento de Beneficiários) nº 69, desenvolvida pelo IESS (Instituto de Estudos de Saúde Suplementar).

De acordo com o estudo, em um ano, houve acréscimo de 1,3 milhão de vínculos do tipo coletivo empresarial (uma alta de 4,2%). Eram 32,5 milhões de beneficiários, em março de 2021, e saltou para os atuais 33,89 milhões, em março deste ano.

O  Amazonas teve o maior número  de beneficiários em planos médico-hospitalares. Em março de 2014, eram 596 mil. Após o início da pandemia em 2020, os números tiveram instabilidade, mas demonstraram  volume nas contratações. Em março deste ano,  alcançou 584 mil  contratos. Entre março de 2021 e março deste ano houve crescimento de 5,7% (+32 mil beneficiários).

Conforme o levantamento, os coletivos empresariais representavam 81% do total de beneficiários em março deste ano. Análise semelhante ao total de beneficiários. Em 12 meses encerrados no referido mês de 2022, a contratação na modalidade cresceu 6,5% (+29 mil beneficiários) e os por adesão 8,8% (+5 mil beneficiários).

Outro dado evidenciado em relação ao Amazonas é que em 12 meses encerrados em março de 2022,  houve crescimento em todas as faixas etárias –sendo 6,1% (+22 mil beneficiários) entre os com 19 a 58 anos, 5,3% (+2 mil) entre os com 59 anos ou mais e 5,0% (+8 mil) entre os com 0 a 18 anos.

Os planos odontológicos  atingiram seu ápice no número de beneficiários: 512 mil em março deste ano.

“O volume de adesões a planos médico-hospitalares continua em alta no Amazonas. Vem crescendo continuamente desde julho de 2020. O Estado foi o que mais cresceu na região Norte (5,7%), acima da média geral do país. Observamos também um crescimento ainda maior no tipo coletivo empresarial (6,5%), que está diretamente ligado ao comportamento do mercado de trabalho formal no Estado. Como em outras regiões, cresceu também o número de idosos nos planos”, comentou o superintendente executivo do IESS, José Cechin.

Fatores

O administrador da empresa Plural Saúde, Wilker Monteiro, explicou que o crescimento no número de contratações em planos de saúde é o reflexo do aumento nas contratações da indústria, as empresas do PIM (Polo Industrial de Manaus) são obrigadas a oferecerem benefícios aos seus colaboradores

“Esse crescimento é reflexo da retomada econômica que estava reprimida devido a pandemia. Com a retomada da produção, a indústria precisa contratar mais colaboradores. Acredito no crescimento do setor. Observando os indicadores apresentados conseguimos reconhecer que o crescimento econômico sustentável está ligado diretamente a geração de postos de trabalho”, atribuiu. 

Segundo ele, no plano coletivo por adesão, o crescimento vem pela percepção em entender que é confiável e conhecido pelos beneficiários e entidades de classe que abrem espaço para disponibilizar aos seus associados plano com valores mais baixos em comparação com plano pessoa física e plano família, a credibilidade nesse modelo de contratação é uns dois motivos para tal crescimento. “Além dos baixos reajustes aplicados nesta categoria de contratação, acabam sendo um parceiro atuante junto aos seus beneficiários dando todo suporte de rede credenciada e acompanhamento”. 

Para José Cechin, superintendente executivo do IESS, o registro crescente de novas adesões, especialmente a planos empresariais, se justifica, pois está diretamente interligado à oferta de empregos gerada no País. “Observamos que essa tendência tem sido constante nos últimos meses, fato que mantém o segmento aquecido e, consequentemente, mais pessoas podendo contar com o benefício de ter um plano, o que é mais importante”, afirma.

Mercado de trabalho aquecido 

Vale destacar que o plano coletivo empresarial tende a acompanhar o número de trabalhadores formais com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). No mesmo período analisado, entre março de 2021 e o mesmo mês de 2022, o estoque de empregos formais foi de 38,7 milhões para 41,3 milhões, respectivamente, um saldo de 2,6 milhões (crescimento de 6,6%).

Do total de planos médico-hospitalares registrados no País — pouco mais de 49 milhões –, a maior parte está inserida em algum tipo de plano coletivo (40,1 milhões), sendo 33,8 milhões do tipo empresarial e 6,2 milhões no coletivo por adesão. Os outros 8,9 milhões estão vinculados a planos individual ou familiar.

Em números absolutos, o maior crescimento em novas adesões a planos médico-hospitalares no País ocorreu no estado de São Paulo, que teve um acréscimo de 347 mil beneficiários no período de 12 meses analisados pela NAB. Eram 17,3 milhões de vínculos, em março de 2021, e passou para 17,6% em março deste ano, alta de 2%.

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio

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