“Um brinde ao inesperado e às diversas formas de seguir em frente”
Houve uma época, não muito distante, durante a qual os únicos fornecedores de bons vinhos em Manaus, eram os portugueses donos das tabernas que comercializavam secos e molhados. Marcilio Soeiro da Casa Alto Douro, Arthur Nogueira da Padaria N.S de Fátima, e Orlando Pinto Loureiro do Farol Verde, foram alguns desses pioneiros que mantiveram abastecida por muitos anos a tradição do consumo dos fermentados, até a chegada de vinhos finos no final da década de 90, e a consequente explosão da cultura dos Sucos da Bíblia nos dias de hoje na nossa cidade. Detalhe importante. Esse vinhos só apareciam nas prateleiras das tabernas em novembro, e geralmente tinham como compradores certos os integrantes das tradicionais famílias portuguesas que adoravam harmonizar vinhos verdes portugueses com o bacalhau da Ceia de Natal. Várias vezes, participei como convidado das celebrações familiares na residência dos inesquecíveis e gentis amigos Gracinha e José Pinto Cardoso, sempre regadas pelos melhores vinhos da “Terrinha”. Naquele tempo, durante o ano inteiro, os poucos enófilos como eu, pertencentes a patuleia, tinham que se contentar bebendo vinhos de mesa em garrafões, até nas sangrias, que geralmente garantiam como certa, uma senhora dor de cabeça, se consumidos em excesso. Dentre esses o mais famoso e marcante foi o Sangue de Boi. Progredimos com a chegada do vinho Chateau Duvalier, aí em seguida aconteceu a inesperada aparição do nefasto vinho alemão da garrafa azul, que de alemão só tinha o nome difícil de pronunciar, pois era produzido na Turquia com baixo padrão de qualidade. Muitos gostaram desse vinho, e quem degustou não esquece, não posso negar.
Estamos agora em termos de oferta desfrutando uma prolifica cena vínica, fruto da evolução contínua que foi iniciada oficialmente em Manaus no ano de 2003 com a criação da confraria SBAV-AM. Hoje, somos brindados por muitos acontecimentos que revelam boas novidades. Impossível não reconhecer a chuva de rótulos que atingiu Manaus nos últimos anos, tornando muito mais fácil o poder de escolha dos enófilos manauaras, devido tantas e boas opções, principalmente para aqueles apreciadores que adoram saborear um bom vinho português. Falando em vinhos portugueses, sabem qual é a última e grande novidade na praça? Leitores meus queridos, essa semana os vinhos emblemáticos da Adega do Cartaxo fundada em 1954, com raízes fincadas na Região Tejo com forte tradição vitivinícola situada no coração de Portugal, em um terroir milenar, finalmente desembarcaram em Manaus. A Adega do Cartaxo tem como norte o lema “Tradição que se bebe”, e nos últimos três anos recebeu 176 prêmios nacionais e internacionais de qualidade.
Uma boa dica para todos vocês: degustei em primeiríssima mão, e posso recomendar encantado o rótulo Bridão Private Collection, resultado do corte das variedades Touriga Nacional e Alicante Bouschet da safra 2015, um dos quatro rótulos recebidos, por enquanto. É um vinho meio fortificado com graduação alcoólica de 15%, intenso e com boa complexidade. Harmonizei com um saboroso Steak au Poivre bem condimentado, escoltado por purê de batata, e não me arrependi. Pelo contrário.
Meus aplausos para empresária Elaine Cristina e toda equipe da Amazonvino ( www.amazonvino.com.br), importadora das preciosidades do Tejo que agora integram o portfólio de opções para supermercados e comércio em geral, e logicamente, também estão disponíveis através do serviço de delivery para apreciadores de bons vinhos em Manaus.
Achei muito prático essas dicas que mostram as diferentes taças para diferentes vinhos, e resolvi publicar.
Foto/Destaque: Divulgação