Preço dos ovos sobe até 40% em 2024, impulsionado pela inflação do preço nos alimentos

Em: 13 de fevereiro de 2025
ovos

O preço dos ovos de galinha registrou um aumento de até 40% desde a segunda quinzena de janeiro, segundo dados divulgados pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras) na terça-feira (11/2). De acordo com a instituição, a alta nos preços desse alimento específico é resultado de uma combinação entre demanda elevada e oferta limitada.

Marcio Milan, vice-presidente da Abras, explicou que as empresas iniciaram o planejamento de abastecimento para atender à demanda sazonal da Quaresma, período em que o consumo de ovos tradicionalmente aumenta. No entanto, a restrição na oferta e os sucessivos reajustes nos preços têm preocupado os supermercados. Além disso, o consumidor tem optado mais por ovos de galinha devido ao encarecimento de outras proteínas, como carnes.

A Abras também destacou que os consumidores estão enfrentando uma redução no peso médio dos ovos. Essa mudança ocorreu após a entrada em vigor da Portaria SDA nº 1.179, da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária, em 6 de setembro de 2024. A nova classificação para os ovos estabelecida pela portaria reduziu o peso médio do produto em quase 10 gramas, o que também contribui para o aumento do custo relativo.

Enquanto isso, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial no Brasil, registrou uma taxa de 0,16% em janeiro, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (11/2). Esse é o menor índice para o mês de janeiro em 31 anos.

O IPCA, calculado desde 1979, é considerado o termômetro oficial da inflação e é utilizado pelo Banco Central para ajustar a taxa básica de juros, a Selic. O índice mede a variação mensal dos preços de uma cesta de produtos e serviços, comparando-os com o mês anterior. A diferença entre os valores representa a inflação do período observado.

Alimentos continuam pressionando a inflação

Apesar da desaceleração geral da inflação, o grupo de alimentos segue pressionando o índice para cima. Em janeiro, os preços dos alimentos subiram 0,96%, marcando a quinta alta consecutiva. Enquanto isso, o grupo de energia elétrica registrou recuo de 14,21%, ajudando a equilibrar o índice geral.

O IPCA abrange preços de diversas categorias, como transporte, alimentação e bebidas, habitação, saúde, educação, comunicação e vestuário, entre outros, e tem como objetivo refletir o custo de vida e o poder de compra dos brasileiros que vivem em áreas urbanas.

A alta nos preços dos ovos e de outros alimentos ocorre em um momento em que o consumidor brasileiro enfrenta desafios relacionados ao aumento do custo de vida. A inflação acumulada em 12 meses, embora tenha desacelerado, ainda preocupa, especialmente em setores essenciais como alimentação. Enquanto passagens aéreas subiram 10,42% em janeiro, consolidando-se como um dos principais vilões da inflação no período, os alimentos continuam a ser um dos grupos que mais impactam o bolso do consumidor.

A Abras reforça a necessidade de atenção aos fatores que influenciam a oferta e a demanda de produtos essenciais, como os ovos, para evitar pressões adicionais sobre os preços no curto prazo.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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