16 de setembro de 2024

Preços dos Imóveis de Manaus registram repique em janeiro, segundo o Fipezap

O preço médio do metro quadrado dos imóveis de Manaus sofreu repique na virada do ano, após a queda de dezembro. Janeiro registrou alta de 0,45%, com o valor subindo de R$ 5.587 para R$ 5.744, em movimento ainda insuficiente para repor a perda do mês anterior (-1,14%), além de ficar abaixo da média brasileira (+0,53%). É o que apontam os dados mais recentes do Índice FipeZap, estudo mensal da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) que acompanha as flutuações do mercado imobiliário de 50 cidades brasileiras.  

Na média nacional, o Índice FipeZap de novembro (+0,53%) acelerou ante novembro (+0,48%), mas segue distante do recorde de julho de 2021 (+0,64%). O número veio praticamente empatado com o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) aguardado pelo mercado financeiro para o mesmo mês (+0,54%), apontado na pesquisa Focus/BC. Mas, perdeu de longe para o IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado), que apresentou uma variação mais do que três vezes maior para a “inflação do aluguel” (+1,82%), no primeiro mês do ano, segundo a FGV (Fundação Getúlio Vargas).

Todas as 16 capitais sondadas pelo Fipezap – que se baseou em 1.440 anúncios imobiliários locais – aumentaram seus preços. Manaus (+0,45%) subiu da última para a 12ª colocação, em relação a dezembro. Os maiores aumentos vieram de Goiânia (+2,02%), Campo Grande (+1,98%), Maceió (+1,65%), Vitória (+1,57%), Florianópolis (+1,22%), Brasília (+0,77%), Curitiba (+0,67%), João Pessoa (+0,73%), Fortaleza (+0,71%), Salvador (+0,49%) São Paulo (+0,47%). Em contrapartida, Recife (+0,30%), Porto Alegre (+0,10%), Belo Horizonte (+0,36%), Rio de Janeiro (+0,17%) registraram variações mais baixas do que a capital amazonense.

Em síntese, com exceção de Canoas/RS (-0,16%), quase todas as 50 cidades monitoradas pelo Fipezap também registraram elevação no preço médio do metro quadrado, sendo que em 26 delas a variação superou a expectativa de mercado para o IPCA. As altas mais expressivas foram apuradas em Betim/MG (+3,15%), São José dos Campos/SP (+2,74%), Vila Velha/ES (+2,07%), Balneário Camboriú/SC (+2,03%), Goiânia/GO (+2,02%), Campo Grande/MS (+1,98%), Maceió/AL (+1,65%), São José/SP (+1,63%), Vitória/ES (+1,57%), entre outras.

Levando-se em conta a variação dos últimos 12 meses, Manaus (+8,43%) ficou na sexta colocação e bem à frente do número brasileiro (+5,47%). Vitória (+20,65%) ainda lidera a lista, enquanto Maceió (+18,31%), Florianópolis (+16,13%), Curitiba (+14,86%) e Goiânia (+15,14%), Brasília (+9,35%), João Pessoa (+8,45%) também aparecem à frente da capital amazonense. Abaixo desse patamar estão Campo Grande (+8,21%), Fortaleza (+6,44%), Porto Alegre (+4,99%), Recife (+4,41%), São Paulo (+4,14%), Belo Horizonte (+3,98%), Rio de Janeiro (+2,07%) e Salvador (+2,01%). 

Bairros em alta

O Adrianópolis (R$ 6.715) – na zona Centro-Sul – se manteve como o bairro mais caro de Manaus. Foi seguido pelos bairros Ponta Negra (R$ 6.201), Aleixo (R$ 6.185) – também na zona Centro-Sul –, Nossa Senhora das Graças (R$ 5.976) – na mesma zona da cidade – e Dom Pedro (R$ 5.882) – na zona Centro-Oeste. Os cinco mantiveram as mesmas posições do levantamento anterior, sendo que todos também registraram variações positivas em 12 meses (+8,6%, +1,3%, +25,3%, +10,2% e +24,5%, respectivamente).

O mesmo ano se deu nas demais colocações do Top 10 da capital. O Parque 10 de Novembro (R$ 4.965) – também na zona Centro-Sul – perdeu o sexto lugar para a Vila da Prata (R$ 5.743) – na zona Oeste. Flores (R$ 4.695) – na zona Centro-Sul – permaneceu na mesma posição. Já a Chapada – na mesma área da cidade – cedeu lugar à Alvorada (R$ 4.321) – na zona Centro-Oeste –, enquanto o Centro (R$ 2.789) seguiu em décimo. Na comparação com janeiro do ano passado, os três primeiros alcançaram índices de valorização de dois dígitos (+19,5%, +15,7% e +18,6%, na ordem), ao passo que o Alvorada seguiu estável e o Centro viu se preço médio de metro quadrado recuar 42,9%.

Com a alta de janeiro, o preço médio do metro quadrado manauense (R$ 5.744) diminuiu sua diferença (-29,04%) em relação à média nacional (R$ 7.905). O valor local está próximo ao de cidades médias do Sudeste, a exemplo de São José dos Campos (R$ 5.779) e Santos (R$ 5.506), entre outras. Manaus segue em 12º lugar entre as 16 capitais listadas pelo FipeZap, à frente de Salvador (R$ 5.356), Goiânia (R$ 5.216), João Pessoa (R$ 4.961) e Campo Grande (R$ 4.679), ficando logo atrás de Fortaleza (R$ 6.369). Os preços mais elevados estão em São Paulo (R$ 9.751), Rio de Janeiro (R$ 9.664) e Florianópolis (R$ 8.701) – que ultrapassou Brasília (R$ 8.680). 

Custos e demanda

Em entrevista anterior à reportagem do Jornal do Commercio, o diretor da Comissão da Indústria Imobiliária da Ademi-AM (Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Amazonas), Henrique Medina, avaliou que variação da média do preço do metro quadrado abaixo do patamar do indicador nacional pode ter sofrido influência de uma eventual concentração de imóveis de valores “um pouco mais baixos” do programa Casa Verde e Amarela. 

No entendimento do dirigente, apesar disso, a tendência é que os aumentos de preços verificados no restante do Brasil continuem em patamar semelhante ou mais forte também na capital amazonense, pressionados pelo custo dos insumos. Lembra ainda que, em uma região que se notabiliza por seu nó logístico, os reajustes são puxados principalmente pelo aumento dos combustíveis e, em menor grau, pela mão de obra – que sofreu majoração em janeiro, prevista no acordo fechado, durante a convenção coletiva da categoria. 

O diretor da Comissão da Indústria Imobiliária da Ademi-AM garante também que o mercado imobiliário de Manaus é “muito resiliente” e que a demanda segue aquecida. “Conseguimos disponibilizar produtos de todo tipo de padrão. Ainda temos um valor médio de metro quadrado abaixo do registrado em muitas regiões do Brasil e isso demonstra o quanto nosso custo está alinhado com a expectativa de consumo de nossos clientes. Por mais que os juros estejam elevados, os bancos seguem com apetite. E os clientes, da mesma forma, querem continuar comprando”, encerrou.

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio

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