22 de novembro de 2024

Produção de motocicletas no PIM cresce 30% em agosto

A produção de motocicletas no PIM (Polo Industrial de Manaus) chegou a 123.722 unidades em agosto. O resultado é o segundo melhor desempenho do setor em 2021, ficando atrás apenas de março, quando as indústrias produziram 125.556 motos. O balanço foi divulgado pela Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares).

No acumulado do ano foram fabricadas 787.610 motocicletas, alta de 33,8% na comparação com o mesmo período de 2020 (588.495 unidades). Segundo a entidade, este é o segundo melhor desempenho desde 2015, quando a produção chegou a 913.972 motocicletas. Segundo o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, o bom desempenho mostra o esforço das montadoras do PIM em atender a demanda do mercado.

“As fabricantes trabalham para atender a demanda do mercado, que segue em alta, especialmente por modelos de entrada e de baixa cilindrada, muito utilizados como instrumentos de trabalho e transporte de baixo custo”, disse.

Mesmo em meio às dificuldades no processo produtivo, com a carência de insumos vindos do mercado asiático, a produção de agosto mostrou um desempenho crescente ao longo do ano. Em relação a julho, o volume é 30,2% superior. Já comparado ao mesmo período do ano passado, a alta é de 25,8%.

Para Fermanian, apesar do setor ter reagido na contramão da crise econômica, é preciso estar atento à alta dos juros e a outros fatores que, podem ser relevantes para afetar o setor de duas rodas. “A motocicleta é mais barata, tem baixo custo de manutenção e permite deslocamentos mais rápidos na comparação com os carros. Aliado a isso, a alta dos combustíveis está levando muitas pessoas a preferirem o guidão. Estamos atentos também, pois a alta dos juros, o aumento da inflação e a explosão dos preços também poderão afetar o setor de Duas Rodas”, explicou.

Efeito variante Delta

Em relação à questão da falta de insumos, o presidente da Abraciclo explica que todas as associadas acompanham atentamente as dificuldades na cadeia logística, devido ao fechamento de alguns portos em decorrência dos casos da variante delta do coronavírus. “Estamos acompanhando atentamente as dificuldades de logística para o fornecimento de insumos. Houve casos de fechamento de alguns portos, principalmente na China, devido aos casos da variante Delta do coronavírus. Esse é um problema global”, disse.

No dia 3 de setembro, a Yamaha Motor da Amazônia emitiu uma nota informando a suspensão provisória em algumas linhas de produção de motocicletas e motores de popa, a decisão foi motivada  por conta do cenário logístico internacional, causado pelos efeitos da variante Delta do coronavírus na Ásia. O objetivo foi ajustar o fluxo do recebimento de insumos. 

Os colaboradores das linhas afetadas tiveram férias coletivas do dia 9 a 24 de setembro. Segundo a nota, parte da produção, assim como as demais atividades operacionais das empresas do Grupo Yamaha do Brasil, permanecerão em atividade regular durante esse período.

Vendas no varejo

No mês de agosto foram licenciadas 102.463 motocicletas, retração de 9,0% na comparação com julho (112.538 unidades) e alta de 6,8% em relação ao mesmo mês do ano passado (95.961 motocicletas). De acordo com dados da Abraciclo, esse é o melhor resultado para o mês de agosto desde 2014 (111.291 unidades).

“O recuo nas vendas já era esperado devido às férias coletivas de julho que reduziram a oferta de motocicletas no mercado”, explica o presidente da Abraciclo.

Com 50.392 unidades, a Street foi a categoria mais emplacada. Esse volume corresponde a 49,2% do total do mercado. Em segundo lugar, ficou a Trail (20.207 unidades e 19,7% do mercado), seguida pela Motoneta (14.073 unidades e 13,7%).

Em agosto, que teve 22 dias úteis, a média diária de vendas foi de 4.657 motocicletas. Esse volume é 9,0% inferior ao registrado no mês anterior, que contou com o mesmo número de dias úteis (5.115 unidades/dia). Na comparação com agosto do ano passado, que também teve 22 dias úteis, houve alta de 6,8% (4.362 motocicletas/dia). De janeiro a agosto, foram emplacadas 732.155 motocicletas, o que corresponde a um aumento 37,8% na comparação com as 531.250 registradas no mesmo período de 2020.

Exportações

As exportações de motocicletas caíram em agosto. Foram embarcadas 5.607 unidades, retração de 7,0% em relação a julho (6.026 motocicletas). Na comparação com o mesmo mês do ano passado, no entanto, houve alta de 8,5% (5.167 unidades).

Segundo dados do portal de estatísticas de comércio exterior Comex Stat, os Estados Unidos foram o principal mercado, com 1.924 motocicletas e 29,7% do volume total exportado. Em segundo lugar, ficou a Argentina (1.876 unidades e 29% do volume exportado), seguida pela Colômbia (1.512 motocicletas e 23,4%).

No acumulado do ano, as exportações somaram 37.893 unidades, alta de 88% na comparação com o mesmo período de 2020 (20.157 motocicletas). O principal destino foi a Argentina. Segundo o levantamento, o país vizinho recebeu 11.321 motocicletas, o que corresponde a 29,6% das exportações. Na sequência vieram a Colômbia (8.551 unidades e 22,3% do total exportado) e os Estados Unidos (8.494 motocicletas e 22,2%).

Foto/Destaque: José Paulo Lacerda/CNI

Antonio Parente

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