A produção das fábricas de motocicletas do PIM desacelerou em outubro, mas manteve velocidade acima da registrada em 2021. O Polo Industrial de Manaus fabricou 129.216 motos no mês passado, quantidade 13,6% superior à obtida no mesmo período do ano passado (113.776), embora 5,9% abaixo da marca do mês anterior (137.346) –que teve a mesma quantidade de dias úteis. Foi o quarto melhor resultado do ano para o PIM, perdendo apenas para os números de agosto (145.852), setembro (139.622) e outubro. Mas, foi também o maior volume de produção para o mês, desde 2013 (156.044).
No acumulado do ano, foram fabricadas 1.328.105 motocicletas, o que configura alta de 18,7% no confronto com o igual intervalo do exercício anterior (1.432.842). Os números são da Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares) e foram divulgados nesta segunda (12). A entidade salientou que esse foi o desempenho mais robusto para a produção nesse tipo de comparação, desde 2014 (1.432.842). A mesma base de dados mostrou resultados positivos também para a média de vendas diárias e as exportações.
Em texto distribuído pela assessoria de imprensa da Abraciclo, o presidente da entidade, Marcos Fermanian, confirmou que o volume de produção está dentro do planejado e que a expectativa de fechar o ano com 1.420.000 motocicletas fabricadas no PIM deve ser atingida. “Depois de um primeiro bimestre conturbado devido aos casos da variante ômicron, as unidades fabris retomaram o ritmo das linhas de montagem e a produção vem subindo para atender à demanda do mercado”, enfatizou.
O dirigente avalia também que, a despeito das incertezas e dos desafios aguardados para o próximo exercício, o polo de motocicletas de Manaus deve continuar aquecido nos próximos meses. “Depois dos resultados positivos e do crescimento do segmento neste ano, acreditamos que a procura pela motocicleta deverá seguir em alta em 2023”, afiançou. “Muitos brasileiros encontram no modal um veículo ágil, de custo de manutenção mais em conta e com maior facilidade de aquisição”, acrescentou.
Vendas em alta
De acordo com a Abraciclo, o varejo nacional de motocicletas manteve alta velocidade. Em novembro, foram licenciadas 123.214 motocicletas, volume 15,8% maior do que no mesmo mês de 2021 (106.442). Também ficou 2,4% do que o patamar de outubro deste ano (120.273) e o terceiro maior número do ano. A entidade pontua que o número foi o melhor nesse tipo de comparação, desde 2011 (166.640). Os emplacamentos somaram 1.229.737 unidades de janeiro a novembro, o que corresponde a uma elevação de 17,7%, sendo este o melhor desempenho desde 2014 (1.301.981).
Novembro registrou média diária de vendas de 6.161 unidades. Na comparação com outubro do mesmo ano (6.014 unidades vendidas/dia), que também teve 20 dias úteis, houve aumento de 2,4%. Em relação ao mesmo mês de 2021 (5.602 motocicletas licenciadas/dia), a alta foi de 10%. A região que mais emplacou foi o Sudeste (45.203), o que representa 36,7% do mercado. Na sequência estão o Nordeste (37.758 e 30,6%), Norte (17.273 e 14%), Centro-Oeste (11.521 e 9,4%) e Sul (11.459 e 9,3%). O ranking se manteve praticamente inalterado no acumulado do ano, com as trocas de posições apenas entre o Sul e o Centro-Oeste. A maior alta veio do Norte.
As motocicletas de baixa cilindrada (até 160) representaram 82,5% das vendas no varejo, com 101.668 unidades comercializadas no mês passado. Os modelos de 161 a 449 cilindradas responderam por uma fatia de 14,5% do mercado, com 17.864 unidades. Já as motos acima de 450 cilindradas reduziram sua participação, ao totalizar 3.682 licenciamentos, ou 3% do total. A Street (64.557 e 52,4%) ainda é a categoria mais emplacada, seguida pela Trail (23.3112 e 18,9%) e pela Motoneta (18.566 e 15,1%).
O presidente da Abraciclo avisa que a fila de espera pelos modelos de baixa cilindrada e pelas scooters ainda deverá se estender pelos próximos meses. “Isso ainda é reflexo do primeiro bimestre, quando cerca de 100 mil motocicletas deixaram de ser produzidas. Além disso, em dezembro, teremos as férias coletivas, quando as fábricas aproveitam para realizar as manutenções e os ajustes necessários em suas linhas de montagem”, explicou.
Ajustes e desafios
Por meio de sua assessoria de imprensa, o gerente de Relações Institucionais da Yamaha, Afonso Cagnino, respondeu à reportagem do Jornal do Commercio que a fábrica da multinacional japonesa implantada no PIM seguiu o plano estabelecido para este ano, de crescer 5%. Segundo o executivo, o ano foi de ajustes no fluxo de insumos e adequação dos meios de produção. Mas, apesar das incertezas, a empresa conseguiu preservar seus 17% de share no mercado nacional, com 234.273 motos produzidas, sendo 215.860 destinadas à demanda interna, e as 14.000 para exportações.
“O mercado doméstico de motocicletas segue aquecido, em ascensão gradual, e, para 2023, a expectativa é que não teremos mudança significativa no cenário. Do mesmo modo as exportações devem seguir o mesmo ritmo, com números em evolução, especialmente porque no próximo ano estaremos com alguns modelos adequados ao EURO 5, em pleno alinhamento com as regras de emissões de gases definidas pela Europa e Japão. Mas, 2023 será desafiador, como têm sido os últimos anos no Brasil. Há algumas expectativas de mudança em razão dos novos governos, mas com otimismo sobre o dinamismo da economia e sua capacidade de enfrentar mudanças”, frisou.
A Moto Honda da Amazônia destacou, por meio de sua assessoria de imprensa, que sua unidade fabril de Manaus produziu “mais de um milhão de unidades”, nos 11 primeiros meses de 2022, o equivalente a um incremento 19% em relação ao mesmo período do ano anterior, “quando a produção foi impactada pelas restrições da pandemia”. Em novembro, mais de 97 mil motos foram fabricadas, volume 6% superior ao registrado no mesmo mês de 2021 (92 mil), embora tenha ficado 7% abaixo do número de outubro (104 mil).
“Mesmo em um cenário desafiador para os negócios, os dados de produção da Moto Honda registram resultados positivos em 2022. De janeiro a novembro mais de um milhão unidades saíram das linhas de produção em Manaus, 19% a mais que em 2021. Para 2023, projetamos crescimento de 10% em relação a 2022. Apesar das expectativas positivas, a Honda segue monitorando atentamente o ambiente de negócios em função das incertezas e possíveis fatores de instabilidade que existem tanto no cenário global como local”, concluiu.
Boxe ou coordenada: Exportações seguem o mesmo ritmo
As exportações brasileiras de motocicletas desaceleraram 8,7%, entre outubro (4.047) e novembro (3.695), mas foram 13,8% melhores do que o dado de 12 meses atrás (3.246). Conforme o portal de estatísticas de comércio exterior Comex Stat, os embarques se concentraram na Colômbia (1.346 e 43,5%), EUA (774 e 25%) e Argentina (400 e 12,9%). As vendas do acumulado subiram 2,4%, ao somar 51.412 unidades, com primazia da Colômbia (14.854 e 29%), Argentina (12.098 e 23,6%) e EUA (10.973 e 21,4%).