17 de setembro de 2024

Projeção acende ‘sinal amarelo’ para as locadoras de automóveis

O mercado de aluguel de veículos no Amazonas, deve enfrentar um ano ainda mais desafiador em 2022. A percepção é da Abla (Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis no Amazonas). De acordo com a entidade, as locadoras de veículos enfrentam dificuldade para repor ou renovar todos os estoques das suas frotas, além de atender todos os contratos.

“Continuamos com a dificuldade de comprar veículos 0km, e as previsões apontam que o problema irá persistir ao longo de 2022. Temos ainda o aumento constante de preço dos veículos novos e das taxas de juros que impactam nos custos de locadora por possuírem um alto nível de ativo imobilizado em veículos”, avalia o diretor da associação no Amazonas, Sidney Reche Galdeano Filho.

Ao fazer um balanço do comportamento do setor em 2021, Sidney cita que o mercado precisou se adequar aos juros anunciados pelo governo com elevadas taxas para conter a inflação, causando aumento de custo na  aquisição de veículos. 

Cerca de 70% dos veículos comprados no Brasil possuem financiamentos bancários, o que freou o consumo, impactando o mercado. “Boa parte das empresas trabalha com capital financiado, isso aumenta o nosso custo também”. 

Pesquisa Abla/MDA, sobre o setor de aluguel de carro, divulgada em dezembro, sugere que durante a Covid-19, mesmo com toda dificuldade para a compra de veículos, 46,3% das locadoras aumentaram suas frotas, enquanto 30,1% às mantiveram no patamar anterior ao da pandemia. A redução de frota se deu em somente 22,6% das empresas e, nos próximos 12 meses, 60,8% das locadoras têm intenção de comprar mais carros.

Ainda sobre o comportamento do setor no segundo semestre de 2021, Sidney, comentou que apesar da valorização dos veículos seminovos no mercado amazonense, o grande desafio das 277 locadoras que atuam no estado foi a reposição de suas frotas com veículos novos.

“As empresas do nosso setor enfrentaram uma enorme dificuldade para a compra de veículos zero quilômetro, por causa das paralisações nas montadoras diante das medidas de isolamento social e, devido à crise mundial da falta de semicondutores essenciais para produção”.

Situação que fez o mercado para a compra de veículos chegar a patamares críticos, com reflexo nas locadoras. “Situação ainda mais grave para aquelas que não anteciparam os seus pedidos junto às montadoras”. 

Alento

De acordo com Sidney Reche Galdeano Filho, o fôlego do setor vem das  modalidades como carro por assinatura como Reche ZeroKm e aluguel para motorista de aplicativo como Motora Reche que continuam com forte demanda e crescimento, pois são uma excelente alternativa para os clientes que demandam veículos novos e não querem pagar um preço tão caro na compra de um 0km ou altas taxas de juros de financiamento.

A tendência de aluguel de carros por assinatura e por empresas tem crescido no  mercado de locação no Amazonas. Sidney Reche Galdeano Filho, explica que o empresário tem visto como alternativa de captar recursos como se fosse um capital de giro e ao invés de ir ao banco fazer empréstimos com taxas elevadas ele tem preferido vender os carros usados que tem na sua frota por um valor relevante e em conjunto faz uma contratação de assinatura ou locação a longo prazo para empresa dele. “Tem crescido esse formato e a gente enxerga que as locadoras não só estão fazendo essa economia, e performance ,  produtividade para as empresas, mas realmente estão sendo um canal uma alternativa para empresas que possuem carro próprio na frota  levantar algum capital interno para otimizar os seus processos”. 

Por dentro

Locadoras que oferecem o “carro por assinatura” (contratos de longa duração para pessoas físicas), são 21,3%. A pesquisa apontou ainda que 19,9% das empresas de locação de veículos alugam carros para motoristas de aplicativos; e 19,3% atendem clientes de seguradoras, durante períodos em que ficam sem seus carros próprios por motivos de sinistros. Outras modalidades, como o carsharing, caracterizado principalmente pelo aluguel de curtíssima duração, são oferecidas por aproximadamente 5% das locadoras no Brasil.

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio

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