Depois de uma alta de 28,5% nos últimos seis meses, conforme o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), o consumidor final já pode observar a redução no preço da carne. Nos frigoríficos e estabelecimentos da capital, essa redução chegou a 50%. A queda no valor da proteína fez o consumidor voltar a consumir o alimento. Em alguns locais, essa demanda é bem significativa.
“A demanda e as vendas estão cem por cento dentro do que era. Em compensação, diminuiu a demanda pelo peixe e pelo frango”, afirma o superintendente da Amase, Edilson Rufino e proprietário de supermercado.
Conforme Rufino, ao que tudo indica, o valor deve ser mantido, e caso surja uma variação, é algo em torno de 5%, já que a carne está na lista de produtos que sofrem oscilação no preço. Ele destaca que o aumento no valor da proteína está associado ao volume de exportação e nesse caso, deu uma reduzida. “Quando reduz o volume de exportação do produto, reduz o valor do boi”.
Na região Norte, a cotação da arroba do boi estava R$220, com a queda, baixou para R$160. Em matéria divulgada do site da Agência Brasil, o Mapa divulgou que a cotação da arroba (15 quilos) do boi gordo diminuiu de valor no final de dezembro, queda média de 15%. Conforme levantamento periódico do Mapa, a arroba do boi gordo estava cotada a R$ 180 no último dia 30 de dezembro. No início do mês passado, chegou a R$ 216.
Para Júlio César, dono de um açougue, o mercado ainda tem muito a faturar com a comercialização da proteína. “Tivemos uma fase difícil que elevou o preço do boi para os açougues e freou o consumo. Mas eu acredito que vamos manter esse patamar”.
Com a elevação do preço da carne vermelha, em dezembro, alguns estabelecimentos chegaram a comercializar o quilo do coxão mole a R$ 32, a alcatra R$ 40, a bisteca R$ 25 e a famosa picanha entre R$ 44 a R$ 70. Com a redução, é possível encontrar num frigorífico localizado no bairro Alvorada, o quilo da alcatra a R$ 34,90, a bisteca R$18,90, e o coxão mole R$ 26,90.
Consumidor comemora
O industriário Maurício Guedes foi conferir se realmente houve retração no preço do produto. Ele conta que no fim de semana foi em três frigoríficos para certificar que os valores tiveram queda. “Primeiro decidi fazer uma comparação entre um estabelecimento e outro e desta forma, comprovei que baixou mesmo. Eu só espero que o valor se mantenha estabilizado”, diz.
Quem garante também que está valendo a pena consumir a proteína é a costureira Neide Santos, que levou dois tipos de carne para casa. “Para quem tem o costume de comer muita carne vermelha é uma ótima notícia. Traz um alívio. Na última vez que fui ao açougue tomei um susto porque me deparei com preços elevados 50% mais caro”, lembra ela.
Em números
De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o preço da carne recuou em janeiro e reduziu a pressão sobre a inflação do país. O IPCA (a medida oficial de inflação do país) teve alta de 0,21% em janeiro.
O preço das carnes teve redução de 4,03% em janeiro, após alta de 18,06% em dezembro. Havia a expectativa entre produtores e o varejo de que os preços continuassem a subir, porém com menor intensidade.
"Tivemos uma alta muito grande no preço das carnes, nos últimos meses do ano passado, devido às exportações para a China e alta do dólar que restringiram a oferta no mercado interno. Agora, percebemos um recuo natural dos preços, na medida em que a produção vai se restabelecendo para atender ao mercado interno", disse o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov.
Com a variação no preço das carnes, o grupo alimentação e bebidas desacelerou de 3,38% em dezembro para 0,39% em janeiro.