Redes sociais x Google: como os amazonenses estão escolhendo onde consumir notícias

Em: 13 de fevereiro de 2025
O estado do Amazonas é berço de quase 3 milhões de pessoas, o que significa que o jornalismo capaz de informar essa parcela da população deve ser forte. Na prática, redes sociais vêm ganhando espaço.

Um texto publicado pela ExpressVPN no começo de 2025 afirmou que a Geração Z e os Millennials estão trocando ferramentas de buscas como o Google pelas redes sociais e os recursos de inteligências artificiais, com dados concretos que comprovam essa ideia. O que podemos aprender a partir disso?

É certo que as redes sociais fazem parte do cotidiano da maioria das pessoas, mas nem sempre se joga uma luz nas atividades cumpridas nesses espaços, como a busca de notícias. Especialmente quando nós falamos sobre públicos específicos, os quais priorizam notícias geograficamente mais próximas.

Mais especificamente, de que forma a tendência se relaciona com o jornalismo regional amazonense? Esse é um comportamento observado também entre os brasileiros que consomem conteúdo local? As respostas para essas perguntas não são simples, mas elas nos ajudam a compreender o nosso futuro.

 

Há diferenças geográficas na busca por notícias online?

O artigo da ExpressVPN citado durante a introdução (e o qual vamos voltar a abordar em um tópico a seguir) tem caráter internacional, entrevistando 4 mil internautas dos Estados Unidos, Reino Unido, França e Alemanha. Isso significa que seus dados devem ser considerados com diferenças geográficas.

Mesmo dentro do nosso próprio país, quando questionamos sobre “como os brasileiros escolhem onde consumir notícias”, a resposta vai depender do estado. Claro que existe uma resposta “média” da população brasileira, mas as particularidades de uma determinada região não devem ser ignoradas.

Baseado em tudo isso, podemos confirmar que sim, há diferenças geográficas na busca por notícias. Apesar disso, os dados apresentados pela pesquisa são valiosos para compreendermos as ações das gerações mais jovens, algo com reflexos no Brasil quando consideramos a faixa etária dos internautas.

Quais são os dados de consumo de notícias na internet?

De acordo com os números da pesquisa divulgada pela ExpressVPN, as redes sociais mais usadas para buscas de notícias são o Facebook, o Instagram, o Reddit, o TikTok e o X. Enquanto o Reddit e o Instagram são os queridinhos das novas gerações, os usuários mais antigos das redes pendem significativamente para o Facebook.

Outro dado interessante é o de que, entre os mais jovens, o uso das redes sociais e do Google para achar notícias é equivalente, mas as coisas mudam de figura quando falamos dos mais velhos. Para os indivíduos entre 43 e 65 anos, o Google é disparado o método mais utilizado para encontrar notícias.

Os homens são usuários relativamente mais propensos a utilizar o Google em detrimento das redes quando comparados com as mulheres. Como consequência, uma parcela significativa dos portais de notícia online vem marcando presença nas redes sociais, seja republicando conteúdo ou interagindo.

Como os novos paradigmas impactam os amazonenses?

O perfil do Jornal do Commercio – AM no Facebook conta com 10 mil likes, com números similares observados no X e em um aplicativo de celular específico da plataforma disponível nas lojas de apps. Ou seja: observa-se um claro interesse em encontrar os amazonenses nos espaços que eles visitam.

E esse movimento é replicado por todos os principais veículos de notícia do estado, os quais parecem ter percebido a “debandada” do público mais jovem para as redes sociais. O esforço para alcançá-los é valioso, pois significa se manter relevante como fonte de notícia regional e interesse de proximidade.

A conclusão a que podemos chegar é que as redes sociais ainda não substituíram as ferramentas de buscas e menos ainda os grandes (e pequenos) portais de notícia. O objetivo, visando a coexistência, é que os jornais amazonenses estejam presentes nas redes e continuem o seu trabalho único e íntegro.

A interação com as novas tecnologias de consumo de notícias

À medida que as redes sociais e os algoritmos de inteligência artificial se tornam protagonistas, o impacto na maneira como as notícias são consumidas é cada vez mais evidente.

Para os amazonenses, a adaptação a esses novos padrões de consumo não é apenas uma questão de modernização, mas também de manter a relevância e conexão com as necessidades locais.

As plataformas digitais representam uma grande oportunidade para expandir a audiência, mas a chave para o sucesso continuará sendo o compromisso com a veracidade e a proximidade das informações.

Porém, é importante frisar que a transição de plataformas de busca tradicionais, como o Google, para redes sociais traz desafios no que diz respeito à confiabilidade da informação.

As redes sociais, muitas vezes, abrigam conteúdos mais opinativos ou imprecisos, o que exige uma responsabilidade maior por parte dos jornalistas ao se engajar nessas plataformas. Embora continuem a ter um papel crescente, o papel do jornalismo regional se mantém fundamental.

Não basta apenas estar presente nos espaços digitais; é preciso inovar, sendo cada vez mais eficiente em entregar conteúdo relevante e verídico, alinhando as estratégias digitais às demandas locais.

 

 

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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