Manaus está preocupada em manter e aumentar os postos de trabalho? Certamente que sim. Os vereadores têm o mesmo objetivo? Nem todos. Infelizmente um grupo de vereadores, capitaneados pelo presidente da casa legislativa está preocupados em tirar seis mil empregos numa só canetada.
Estamos falando de uma lei copiada de Barueri, São Paulo, pelo vereador que atualmente ocupa a presidência da Câmara de Vereadores. A lei copiada num Ctrl+C e Ctrl+V, com o objetivo de atender, segundo declarou o vereador a este que vos escreve, uma comissão de senhoras não me lembro de que igreja, que reclamavam que seus maridos ficavam até altas horas em bares. A lei votada num cochilo dos vereadores em 2004, em pleno fervor da campanha para sua própria reeleição.
A lei, propalada por políticos demagogos de todo o Brasil, como sendo a que acaba com a violência tem efeito contrário. Causa desemprego, aumenta a violência e pretende, nas entrelinhas, acabar com os bares noturnos. O atual presidente da câmara divulga números flagrantemente mentirosos no sentido de amenizar o estrago que a lei está causando e assim, como Pilatos, tenta lavar as mãos de qualquer responsabilidade. Depois da lei publicada, o copiador dela buscou apoio na
Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), oferecendo-se para fazer modificações. Com isso queria tornar a Abrasel cúmplice do desemprego que a lei vai acarretar. Era o mesmo que pedir ao Papa que se posicionasse a favor do aborto.
Os bares e restaurantes são o setor que mais emprega no Brasil e em Manaus não é diferente. Aqui, somos 36 mil casas com aproximadamente 180 mil postos de trabalho. São trabalhadores que merecem todo o respeito porque têm a difícil missão de atenderem as pessoas em seu momento mais descontraído. Muitas vezes usam da habilidade de um psicólogo, a paciência de um monge, a versatilidade de uma mãe e a agilidade com números de um banqueiro. Sem considerar outras funções como técnico de futebol, crítico musical, gourmet entre outros.
Estes heróis são tratados na famigerada lei como cidadãos de segunda categoria. É um exército que precisa se unir para mostrar aos demagogos de plantão que na hora do voto, são eleitores de primeira categoria como qualquer engravatado. Demagogo só tem medo do voto. Para consegui-lo vale qualquer argumento. Que argumento terá um político que luta contra o emprego de pais de família?
Causa espanto e perplexidade ver um político em frente à uma fábrica cobrando mais postos de trabalhos e melhoria para os trabalhadores já efetivados e, depois, ver este mesmo político ceifando postos dos trabalhadores de bares e restaurantes e fazendo de tudo para criar dificuldades para os que insistem em permanecer no ramo.
Aquele que copiou a lei, e tem a petulância e desfaçatez de apresentá-la como própria, insiste em fazer cumpri-la não sabemos por que. Ignorância não é, pois fornecemos os dados dos prejuízos inúmeras vezes. Mas, vamos refrescar a memória:
– A lei aumenta a violência porque causa desemprego.
– A lei diminui as opções de lazer fazendo com que jovens busquem locais públicos ou desertos, para ouvirem o som da música dos seus carros e se expondo a serem vítimas de traficantes.
– A lei prejudica o turismo.
– A lei decreta a falência dos órgãos de segurança, uma vez que se mostram incapazes de administrar uma cidade em funcionamento pleno.
– A lei desvirtua a função da polícia que passa a perseguir empresários em vez de bandidos. Alguém aí sabe quantos mil policiais seriam necessários para fazer cumprir a lei no prazo estabelecido? Mais de quinze mil, com certeza.
– A lei entristece a cidade, porque bar é e sempre será um local alegre.
– A lei desvia a atenção para a real causa da violência que todos sabemos que não está nos freqüentadores de bares que voltam mais tarde para casa.
– A lei é discriminatória? Sim, porque dá privilégios a bares de shopings e hotéis, sem questionar se eles se enquadram dentro das normas.
Se os donos de bares
Retrocesso
A lei copiada num Ctrl+C e Ctrl+V, com o objetivo de atender, segundo declarou o vereador a este que vos escreve, uma comissão de senhoras não me lembro de que igreja, que reclamavam que seus maridos ficavam até altas horas em bares
Redação
Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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