Em um evento rápido e sem destaques, a 309ª Reunião Ordinária do Conselho de Administração da Suframa teve foco na busca de maior aproximação de entidades empresariais, governos e órgãos de fomento, com a autarquia. Entre cumprimentos e manifestações de apoio ao novo superintendente, Bosco Saraiva, não faltaram sinalizações de parcerias institucionais e pedidos de maior participação da Superintendência da Zona Franca de Manaus nos demais Estados de sua abrangência. Ocorrida nesta terça (23), a reunião foi a segunda do ano e a primeira do gestor efetivo na Suframa.
O evento foi presidido pelo secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Márcio Fernando Elias Rosa. Ele deu início aos trabalhos explicando que o titular do Mdic, e também vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB-AM), só não geriu os trabalhos em razão de conflitos de agenda. Realizada por videoconferência, a reunião deu aval a todos os 32 projetos industriais, de serviços e agropecuários em pauta. Nove são de implantação e 23, de diversificação e atualização, somando R$ 280 milhões (US$ 53.8 milhões) em investimentos e geração de 638 empregos, nos três primeiros anos de operação das empresas.
O representante do Mdic também fez questão de destacar a proximidade da assinatura do contrato de gestão entre o ministério e a OS (Organização Social) que será responsável pela administração do novo Centro de Bionegócios da Amazônia. “Estamos em festa com a possibilidade de escrever o contrato de gestão do CBA em pouquíssimo tempo. Isso vai significar uma grande melhoria na prestação de serviços do Centro, e certamente nos reservará bons resultados em pesquisas, desenvolvimento e inovação com a biodiversidade. E vai significar para a própria Suframa, não tenho dúvida, uma orientação mais contemporânea, no tempo que nos é dado viver”, declarou Rosa.
Após a aprovação dos projetos, o superintendente Bosco Saraiva, submeteu ao crivo dos conselheiros outros itens da pauta, que incluíam uma autorização para alienação de área de expansão do Distrito Industrial; cinco cancelamentos de resoluções antigas do CAS, referentes ao DAS (Distrito Agropecuário da Suframa); e três homologações de compromissos de exportação. Assim como ocorrido na avaliação das proposituras das empresas, a homologação foi unânime e sem ressalvas, dando vez aos apartes.
“Mãos dadas”
Em “breve manifestação”, o presidente da Faea (Federação de Agricultura do Estado do Amazonas), Muni Lourenço, considerou que a pauta aprovada nesta terça (23) é “muito importante e relevante”, demonstrando que o modelo ZFM continua bem sucedido e capaz de atrair investimentos para a região. Destacou os projetos de seu setor, que incluem empreendimentos na pecuária de corte e fruticultura – principalmente açaí e mandioca –, acrescentando que espera novas iniciativas nesse sentido nas futuras pautas do CAS, em face do foco da atual gestão à interiorização da economia amazonense.
Muni Lourenço também foi a primeira liderança a registrar seus votos em favor de “uma profícua gestão” ao novo superintendente. “Conhecemos a trajetória e a folha de serviços de Bosco Saraiva, para o Amazonas e nossa região. Sua grande experiência e habilidade administrativa e política, com certeza, serão fundamentais para o êxito de sua gestão à frente dessa autarquia tão importante para nossa região. Quero registrar aqui a disposição das classes produtoras de somar esforços, de mãos dadas a essa gestão”, frisou.
Sustentabilidade em foco
O representante do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, Ian Carvalho também parabenizou Bosco Saraiva, reiterando seus votos de uma “gestão de muito sucesso” à frente da Suframa, ao ex-deputado federal. “Já trabalhei com a Suframa durante algum tempo e fico honrado de poder trabalhar junto com o senhor. O BNDES está à disposição para contribuir com a Suframa para o desenvolvimento da região”, asseverou.
Foi acompanhado pelo vice-governador do Amapá, Teles Júnior, que destacou a relevância dos incentivos fiscais da Suframa para o comércio das áreas de abrangência da autarquia no Estado – os municípios de Macapá e Santana. “Desejo ao superintendente uma boa e assertiva gestão. Essa é uma instituição muito importante para o Amapá. Temos mais de 76 mil trabalhadores de carteira assinada. Colocamos o Estado à disposição, para que possamos avançar com mais projetos para a região. Acho que é importante uma ênfase da Suframa ao programa Zona Franca Verde, para que a gente possa agregar uma cadeia industrial mais ampla e sustentável na região”, ressaltou.
Mais enfático, o superintendente regional do Banco da Amazônia, Esmar Dutra do Prado, também saudou o novo superintendente e colocou o Basa à disposição da autarquia “para tudo o que for necessário”. “Muito em breve farei uma visita ao senhor, para poder estreitar ainda mais esses laços e colocar o banco como principal agente de fomento de toda a Amazônia Ocidental, para que possamos avançar em políticas públicas mais sustentáveis e que tragam desenvolvimento econômico e social para nossa região”, garantiu.
“Incalculável habilidade”
Encerradas as considerações dos conselheiros, o secretário executivo do Mdic destacou sua “satisfação, honra e orgulho” de presidir a 309ª reunião ordinária do CAS. Márcio Fernando Elias Rosa também saudou a chegada do superintendente Bosco Saraiva à Suframa e afirmou que o fato trouxe maior entusiasmo ao ministério, por conta “do talento e da reconhecida expertise e habilidade política” do novo gestor.
“Agradeço ao superintendente por ter aceitado esse grande desafio, que é grande porque a boa administração tem sido ao longo do tempo uma característica da Zona Franca de Manaus e não era diferente até recentemente. No entanto, sempre há muito o que ser feito e sempre há oportunidade de fazermos mais e melhor. E o superintendente, para nossa alegria, aceitou essa missão e já vem dando mostras efetivas da sua incalculável habilidade para encontrar soluções para grandes problemas. Então ele terá sempre do Mdic o seu primeiro aliado na resolução de todos os conflitos”, enfatizou.
Em seu pronunciamento final, Bosco Saraiva reafirmou o compromisso com a premissa de melhorar o ambiente de negócios da região, a partir da reiteração de prioridades elencadas no dia de sua nomeação. A lista inclui a “sonhada autonomia do CBA” e sua ponte entre pesquisas e negócios; a estruturação do modelo de governança, integridade e gestão de riscos da Suframa; os avanços na implementação de novos sistemas informatizados; e uma maior aproximação com Acre, Rondônia, Roraima e Amapá.
“Nossa intenção maior é avançar na integração e no desenvolvimento regional e fortalecer verdadeiramente e ampliar a atuação da Suframa, inclusive, com a divulgação da nossa cesta de incentivos fiscais em toda a região. Para isso, também esperamos contar com a participação da Sudam e do Banco da Amazônia. Tais ações também fortalecem os resultados econômicos do PIM. Quero, aqui, reiterar minha satisfação de participar pela primeira vez da reunião deste colegiado e tenho certeza que as próximas reuniões também terão pleno sucesso, na gestão do vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin”, encerrou.