Nesta terça-feira (8), os registros apontaram que o Rio Negro atingiu o nível crítico de 12,17 metros, ultrapassando as marcas alcançadas durante a seca histórica de 2023, quando o rio baixou até 12,70 metros. A gravidade da estiagem que estamos enfrentando este ano é evidenciada por esta diferença de 53 centímetros, marca que confirma previsões científicas de que a seca de 2024 seria ainda mais intensa do que a de 2023.
O Rio Negro, um dos principais cursos d’água da bacia amazônica, já apresentava estar em uma situação preocupante desde a última sexta-feira (4), quando o nível no Porto de Manaus sofreu uma queda, atingindo 12,66 metros, o menor nível desde o início das medições, há 122 anos, segundo o Serviço Geológico do Brasil (SGB). O recorde é alcançado quase um mês antes do previsto pelos especialistas.
A seca severa deste ano também afetou diretamente o deslocamento de mais de 120 mil eleitores no Amazonas durante o domingo (6) de eleições municipais. A navegação fluvial, principal meio de transporte para diversas comunidades ribeirinhas, foi drasticamente comprometida.
Visando garantir o acesso às urnas da população afetada pela seca, 78 locais de votação precisaram contar com helicópteros para a distribuição das urnas eletrônicas. Essas áreas isoladas atendem 27.777 eleitores em 136 seções, incluindo 30 áreas indígenas que abrigam 12.890 votantes.
