23 de novembro de 2024

Sábado é o dia oficial da feijoada

Um sábado sem feijoada, num bar, com caipirinha e muito pagode, não é um sábado completo, por isso não deixe passar em branco, este sábado, sem consumir aquele que se tornou o prato mais brasileiro entre todos os pratos brasileiros.

O restaurante Miraflores (av. Inhaúma, 196 – Flores – próximo à hípica da Nilton Lins), realizará no dia 13, a partir do meio-dia, a terceira edição da Feijaburí, feijoada saborizada com um tempero à base de açaí, buriti, castanha do Brasil e ervas amazônicas, resultado dos estudos de Afonso Rabelo, pesquisador do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia).

“Trata-se de uma feijoada original, como qualquer outra, porém o estrato desenvolvido por mim ‘quebra’ a gordura do porco, e tira o pitiú, que é a oxidação da gordura, por isso a feijoada fica leve e sem o mau cheiro característico rebatido pelas folhas de louro, sendo potencializado o seu sabor”, explicou Afonso.

“O nome Feijaburí é uma alusão ao buriti, fruta com a qual já desenvolvi mais de 100 receitas que, em breve, estarão num livro. A feijoada é uma dessas receitas, por sinal, a mais complexa, e minha pesquisa inicial foi exatamente visando melhorar o aroma e o sabor desse prato tão apreciado pelos brasileiros”, disse.

“O Miraflores é um restaurante de comida peruana, mas nesse sábado será da feijoada, evento que está retornando e deverá acontecer semanalmente. Para harmonizar teremos a nossa caipirinha e o pisco peruano, além da banda Caribe Bongo, que só toca música latina, mas no sábado se renderá ao pagode”, avisou Robenita Caldas, proprietária do Miraflores.

Chef Leão, pupilo do mestre dos mestres, Mestre Pereira

Informações: @restaurantemiraflores.

Há onze anos

O Mao Café Bar (rua Rondônia, 25 – Parque das Laranjeiras) foi inaugurado no dia 3 de janeiro e, além do café, que leva no nome, tem atraído clientes fiéis para a feijoada preparada pela chef Sandy Salum.

“Há onze anos atuo na gastronomia, e sempre fiz feijoadas, principalmente para grandes eventos. Aprendi essa arte com minha mãe, Maria das Graças, que é uma cozinheira de ‘mão cheia’, e hoje tenho clientes apaixonados pela minha feijoada”, contou.

“Um aviso para aquelas pessoas que comem feijoada e depois se sentem pesados: a minha, eu preparo com carne magra exatamente para ficar leve. A salga é feita aqui mesmo, por mim, para evitar que a carne não seja nova”, garantiu.

Os ingredientes variam. Sandy utiliza o rabo do porco, pé, pernil, coxão duro, mais paio e bacon.

“O acompanhamento é o tradicional: arroz, farofa, torresmo, couve picada, laranja e, lógico, uma deliciosa caipirinha”, informou.

“Abrimos diariamente às 8h, com o café da manhã regional e encerramos às 18h, com um happy hour. A feijoada acontece das 11h às 15h, avisou Gleice Oliveira, administradora do Mao Café Bar.

 Afonso, Robenita e os temperos da Feijaburí

“Temos amplo estacionamento, música ambiente, áreas inferior, superior e superior externa pergolada. Abrimos o Mao Café Bar há pouco mais de quatro meses, mas os amantes de uma boa feijoada irão conhecer a experiência de mais de dez anos da nossa chef Sandy e esperamos que sigam o nosso slogan: mesa farta e copo cheio”, finalizou Gleice.

Informações: @mao_cafebar

Mestre Pereira

Feijoada mais tradicional impossível, afinal, o Chef Leão aprendeu a fazê-la com ninguém menos do que Mestre Pereira, o cozinheiro paulista que trouxe a feijoada para Manaus, no final da década de 1950, servida no seu restaurante Varandas, aos sábados, no aeroporto de Ponta Pelada.

“A característica das feijoadas do Mestre Pereira é que ele assava à parte o pernil, a cabeça e a barriga do porco, o que enriquece ainda mais o sabor da feijoada”, afirmou Leão.

Chef Leão iniciou na profissão gastronômica ainda jovem, com Mestre José Pereira (1919/1997) e entre outros pratos que aprendeu com o Mestre, a feijoada é o que mais faz sucesso. Há dois anos ele começou a realizar a Feijoada dos Amigos, inicialmente trimestral, depois bimestral e agora está mensal, tamanho o sucesso que vem obtendo. Também já reúne público certo a feijoada delivery, igualmente mensal.

“A diferença é que na ‘Feijoada dos Amigos’, além das peças assadas, é servido um buffet, enquanto no delivery a feijoada tem apenas as partes tradicionais do porco”, falou.

Leão ensina que as partes primordiais do porco numa feijoada são o rabo, a costela, o pé e a orelha. Tudo salgado.

“O rabo não pode faltar, pois a carne tem um sabor diferenciado. Ainda acrescento a língua bovina, calabresa, paio, e charque. E o feijão, como o restante, precisa ter muito boa qualidade”, ensinou.

“Começo a preparar minha feijoada uma semana antes do evento. A carne é marinada com vinho, cerveja preta e ervas. Uso cachaça para temperar, e depois quando tudo está fervendo. Para completar, suco de laranja”, concluiu.

Informações: @chefleão           

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Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio

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