22 de novembro de 2024

Setor de panificação comemora o Dia Mundial do Pão

O Dia Mundial do Pão, celebrado neste dia 16, vem reforçar o quanto o alimento sagrado, e querido do povo brasileiro tem seu valor nos lares das famílias. Através dele milhares de pessoas garantem seu sustento. De acordo com a Abimapi (Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados), a categoria de pães industrializados, está presente em 89,4% dos lares brasileiros e ganhou popularidade devido aos atributos de praticidade, saudabilidade e conveniência.

Apesar do setor também ter sofrido com os efeitos da pandemia e paralelo a isso sentir o impacto na alta dos custos dos insumos, representantes do segmento em Manaus falam que ainda assim há o que comemorar. 

A entidade que representa o setor na capital destaca que, apesar da retração deste ano na ordem de 20%  frente a 2019, os primeiros dias de outubro têm sido favoráveis. “Houveram algumas  melhorias, porém é muito cedo para uma análise mais profunda”, afirma Carlos Azevedo, presidente do Sindipan-AM (Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria do Amazonas). 

Segundo o setor, o aumento em decorrência da alta do dólar e da energia elétrica tem impactado levemente a demanda pelo produto. 

“O consumo vem em recuperação, frente ao período anterior à pandemia, porém ainda temos perda de consumo. O setor tem buscado diversificar seu mix de produtos e serviços, para minimizar os altos custos de energia, combustíveis, matéria-prima, insumos, materiais de consumo e limpeza. Os preços dos produtos têm se mantido estáveis com pequenas variações de acordo com as planilhas de custos de cada empresa”, menciona o presidente do Sindipan-AM. 

Ele diz que uma das preocupações do setor são as variações cambiais, que gera aumento na farinha de trigo e a alta nos preços dos combustíveis, elevam o preço de toda a cadeia produtiva. Mas segue confiante. “Estamos muito otimistas com as vendas de final do ano, uma vez que o mercado mostra sinais de recuperação em vários setores”. 

De acordo com Azevedo, a palavra do momento é trabalhar com o lançamento de novos produtos e aumentar o volume de venda a fim de equilibrar a sustentabilidade do negócio. Ele diz que os empresários do setor estão otimistas para o próximo ano, com o possível fim da pandemia. E reitera que estão tentando uma recuperação lenta, que deverá se consolidar em 2022. 

Neste dia de celebração ele aproveita para deixar uma mensagem. “Consumidor, pão é na padaria, prestigie a padaria de seu bairro, ela está, para lhe servir”. 

“Devido ainda a algumas restrições, não programamos em 2020 e 2021 nossa tradicional comemoração, que sempre fizemos, esperamos em 2022, fazer um grande evento presencial”, finaliza ele.

Setor comemora

Para  Arian Ribeiro, que atua no setor, a demanda e consumo de pão é crescente, ainda mais num momento de inflação como esse que o país está enfrentando. “Apesar do grande aumento no custo das matérias-primas, o consumidor final ainda consegue encontrar no pão uma alternativa barata para alimentação familiar comparando com outros alimentos.

Na mesma linha, a empresária Zeina Russo, defende que o setor de panificação apesar de todos os percalços tem muito a comemorar. “Conseguimos buscar alternativas para manter o alimento na mesa do consumidor. Apostamos atender por meio de delivery, mantendo um bom atendimento e a qualidade dos nossos produtos, conseguindo manter um equilíbrio”. 

“Hoje nós temos o cliente que vem à padaria todos os dias e alcançamos aqueles clientes que não tinham tempo de vir até nós”, destaca Russo, complementando que o pãozinho francês  é  carro chefe da padaria, além dos pães rústicos que estão em alta. “O consumo graças a Deus é muito bom e as perspectivas são as melhores possíveis”. 

De acordo com Cláudio Zanão, presidente-executivo da Abimapi, apesar do cenário de instabilidade, com a pandemia e a atual situação econômica do país, além dos fortes impactos da crise no transporte marítimo global e a alta do preço da farinha, a desvalorização do real refletiu favoravelmente nas exportações da categoria de pães.

“Nossa indústria é bastante competitiva no mercado internacional, favorecida pelo forte mercado doméstico posicionado como o 10º maior do mundo. Temos volume que garante abastecimento constante aos compradores em mais de 100 destinos anualmente. Os estrangeiros sabem que os pães brasileiros têm marcas e variedade de oferta, o que propicia o alcance de nossas empresas nos mais diferentes mercados, desde os países do Mercosul, nossos principais parceiros na categoria, até países do Oriente Médio como Iêmen, Omã, Líbia e Arábia Saudita”, ressalta Cláudio Zanão.

Até o final deste ano, a Abimapi espera um crescimento médio de 15% e 10%, respectivamente em valor e volume, a depender da estabilidade tanto cambial, quanto da logística com regularização de embarques e redução dos custos de frete internacional especialmente no transporte marítimo.

Foto/Destaque: Divulgação

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio

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