21 de novembro de 2024

Shoppings de Manaus ainda em ritmo lento

Retomada das atividades produtivas ainda não chegou ao ponto de empolgar empresários desses centros de compras
Shoppings de Manaus ainda em ritmo lento

Uma semana após a primeira fase de retomada de algumas operações nos shoppings centers da capital, representantes do setor destacam um movimento fraco, sobretudo frente à nova realidade dos estabelecimentos obedecendo protocolos de reabertura que incluem acesso limitado e horário reduzido. 

O presidente da Alasc (Associação de Lojistas do Amazonas Shopping), André Gesta, constatou, a circulação dos visitantes, lenta e gradual, mas em sua maioria, com comportamento de compra. O que significa um sinal positivo para a primeira semana num momento totalmente novo. Considerando a nova política de protocolos adotados pelos centros de compras. Alinhado a isso, aos poucos as pessoas vão ganhando confiança em retomar às compras.  

“Nesta primeira semana, alguns segmentos foram mais demandado pelos clientes. Observamos um fluxo, ainda que pequeno, nas lojas de vestuário. Já é um avanço. Pouco a pouco vai normalizando”. O centro de compras aguarda a flexibilização maior com a abertura da praça de alimentação e dos cinemas, considerados um grandes responsáveis pelo fluxo intenso de pessoas no shopping. 

“Daqui a uma semana vai retomar mais 40% das operações bem importantes. Voltam as lojas âncoras, além do setor de perfumaria, cosméticos e em mais duas semanas o outro ciclo. No final do mês vamos ter o mix completo ativo e consequentemente um maior fluxo”. 

Na mesma linha, o Shopping Millenium acredita que o fluxo deve melhorar com a liberação da outra parte das operações do segundo ciclo. O mall observou um fluxo crescente entre 35% a 40% da média anterior. “Está correndo tudo bem clientes muito conscientes dos protocolos. Aos poucos estamos conquistando sua confiança e demonstrando que os shoppings são ambientes seguros e organizados”, assegurou o gerente geral do estabelecimento, Miguel  Christoph.

Por sua vez, a reabertura parcial das lojas do Sumaúma Park Shopping, foi colocada em prática de forma segura e obedecendo todos os protocolos de segurança e saúde estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS).  Até o momento, cerca de 80 operações puderam retornar às suas atividades, nesta primeira semana.

“Como estávamos prevendo, há uma redução natural do fluxo, em função do horário reduzido (estamos funcionando das 12 às 20h), mas em contrapartida, algumas operações relataram um aumento no ticket médio de compra. Os clientes do Sumaúma Park Shopping tinham interesse em comprar”, afirma o superintendente do empreendimento, Bruno Barros.

Ele lembra que o local permanece com o serviço de drive-thru, que teve uma grande adesão, inclusive, também oferecendo mais conforto aos clientes. 

“Estamos nos preparando para o segundo ciclo de reabertura das lojas âncoras, de telefonia e praça de alimentação, que está sendo muita aguardada por todos. Estamos otimistas com a retomada gradual das nossas atividades”. 

Obedecendo aos decretos estaduais e municipais, ao menos 200 shoppings em todo país voltaram à ativa em momentos distintos. Em alguns centros de compras que retornaram o funcionamento mais tempo, o movimento chegou a meros 40%, considerado abaixo pelo setor. Sobre essa lentidão no fluxo, o diretor institucional da ALSHOP (Associação Brasileira de Lojistas do Shopping), Luís Augusto Ildefonso explica que o consumidor está meio receoso em relação ao emprego e com a própria situação econômica, além de estarem reticentes em sair de casa. “Não vai ser numa velocidade rápida. Muitos lojistas acreditam que o ritmo desse movimento deve acontecer entre os meses de novembro e dezembro com as vendas natalinas. Talvez esse desempenho reforce o crescimento gradual. Não estamos com expectativa de receber uma avalanche de pessoas”, frisou ele.

De acordo com o diretor institucional da ALSHOP, o impacto do fechamento foi muito grande. O que motivou negociações entre empreendedores e administradores dos shoppings para minimizar os impactos nos negócios  “alguns seguiram as nossas sugestões como isenção de cobrança de aluguéis durante o tempo em que os shoppings estiveram fechados, especialmente os pequenos empresários. Outros negociaram entre si, sem pressionar os lojistas, o que fez boa parte sentirem-se atendidos”. 

Ele destaca que cerca de 60% a 70% dos médios e pequenos empresários nos shoppings não têm uma estrutura para reter os funcionários com a ocupação desse espaço “esses empresários pela própria natureza do negócio não têm uma grande receita para determinada eventualidade e essa pandemia foi muito alta.

Em números

Dados da Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers),  indicam que em todo país, cerca de 550 shoppings foram afetados pelos decretos municipais e estaduais que obrigaram o fechamento dos estabelecimentos. O número representa 95% do total de shoppings no país. Na região Norte cerca de 26 shoppings foram afetados com a suspensão das atividades. Já no Amazonas, essa interrupção atingiu 10 centros comerciais. Num cenário geral, o levantamento aponta que 196 municípios foram afetados por decretos, em relação aos Estados esse número chega a 27. 

Segundo ciclo

A segunda fase da reabertura das atividades econômicas está prevista para a próxima segunda-feira (15). Entre os segmentos que fazem parte do ciclo de retomada estão lojas de informática, comunicação, telefonia e materiais e equipamentos fotográficos, lojas de brinquedos, livrarias e papelaria, lojas de departamentos e magazines, restaurantes, cafés, padarias e fast-food, para consumo no local, além de comércio de cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal, entre outras.

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio

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