Os pequenos e médios produtores rurais no Amazonas devem contar com um aporte de até R$ 40 milhões na Safra 2021/2022, segundo estimativa da Sicoob que atua no apoio às atividades do setor primário em todo país. O valor é o triplo concedido no ano passado, onde foram liberados R$ 12,8 milhões no Amazonas. Já na Safra 20/21, foram R$ 21,8 milhões somente no estado, representando crescimento de 75% em um ano.
Raphael Santana, gerente de agronegócio do Sicoob, atribui a expectativa de concessão do Amazonas, a abertura de nova agência e a expansão natural dos nossos negócios em todas as regiões do País.
“Grande parte do crédito é destinado para a pecuária, mas o Sicoob financia qualquer empreendimento que o produtor apresentar. Atualmente atendemos 155 produtores com crédito rural. Queremos elevar esse número para pelo menos 200 produtores atendidos nesta Safra”.
Para o presidente da Faea (Federação e Pecuária do Estado do Amazonas), Muni Lourenço, é muito importante a ampliação dos recursos para financiamentos ao setor rural, principalmente nesse momento de retomada da economia. Além disso, o cooperativismo de crédito tem atuado de forma ágil e desburocratizada.
Ele reitera que essas iniciativas trazem um fôlego para o setor primário, especialmente a pecuária no nosso Estado, que teve o agravante das cheias dos rios. “A maior disponibilidade de financiamentos propicia condições de ampliação e diversificação dos investimentos nos empreendimentos rurais. A maior oferta de crédito rural é sinônimo de incremento de geração de emprego e renda no campo e na cidade.Essa ampliação de recursos é bem vinda em um momento passado a cheia deste ano, que atingiu fortemente o setor rural”, afirma Lourenço.
Em todo país, esses financiamentos como apoio do Sicoob devem chegar a R$ 25 bilhões na Safra 2021/2022. Durante o ano-safra anterior a instituição concedeu cerca de R$ 19,8 bilhões em crédito rural durante o ano-safra anterior.
De acordo com o diretor Comercial e de Canais do Sicoob, Francisco Reposse Junior, o aumento de 26% na expectativa de novas concessões de crédito se deu porque, apesar dos percalços enfrentados durante a pandemia, o setor de agro está otimista com a produção dos próximos meses. “Atuamos tanto com recursos próprios quanto com linhas de financiamento do BNDES. Além de fundos governamentais como o Funcafé e o FCO”, explica o executivo.
Segundo ele, o cooperativismo financeiro, e especialmente o Sicoob, tem fortes raízes e caminha junto com o agronegócio brasileiro. “O atendimento é muito diferente em uma cooperativa, já que as pessoas fazem parte daquela região, conhecem as dificuldades e as oportunidades de crescimento e, com isso, podem oferecer um crédito muito mais sustentável nessas localidades”, diz.
O gerente de Agronegócio da instituição, Raphael Santana, explica que algumas atividades continuam sendo o carro-chefe do Sicoob, como a pecuária de corte e de leite, o café e a cana-de-açúcar. “Temos cooperativas especialistas nessas atividades que entendem perfeitamente a necessidade do produtor nessas atividades, sem deixar de lado os cultivos tradicionais de grãos como soja e milho”. O executivo conta, ainda, que o Sicoob está auxiliando na revitalização e na estruturação de novas cadeias produtivas, como o café em Rondônia e o cacau na Bahia.
Liberação de crédito
De janeiro a junho deste ano,o Governo do Amazonas, por meio do Idam (Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas ) e Afeam (Agência de Fomento do Amazonas), investiram mais de R$ 9 milhões em financiamentos para o setor primário, Desse total, cerca de R$ 6,9 milhões foram financiados por meio da linha de Crédito Emergencial, criada para apoiar famílias rurais afetadas pela cheia dos rios e para diminuir os impactos causados pela pandemia de Covid-19.
O engenheiro agrônomo da Gerência de Crédito Rural do Idam, Orleidson Sales, afirma que os agricultores familiares e pescadores artesanais foram os que mais tiveram projetos aprovados e contratados neste primeiro semestre. E foram mais de 1,2 mil projetos elaborados e 500 contratados através das linhas de crédito da Afeam, com recursos do Fmpes (Fundo de Apoio às Micro e Pequenas Empresas e ao Desenvolvimento Social do Amazonas), como o Afeam Agro, microcrédito e varejo, além dos programas de Pró-Mecanização e Pró-Calcário”, destacou Sales.
Segundo Sales, o principal objetivo do crédito rural é recuperar as áreas que foram afetadas pela enchente. O Idam acompanha os produtores, desde o levantamento de perdas agropecuárias, até a aplicação do crédito para a recuperação de diversas atividades. E temos trabalhado também na elaboração de projetos de crédito para pesca artesanal, que acontece durante o ano todo.
Entre as atividades do setor primário que mais receberam investimentos, no período de janeiro a junho deste ano, estão a avicultura, pecuária, pesca artesanal, piscicultura, olericultura, extrativismo florestal, fruticultura, agroindústria e cultivos de açaí, guaraná, café e fibras.
Dados
Levantamento do Idam indica que entre as produções mais afetadas estão: banana (R$ 66,6 milhões), mandioca (R$31,1 milhões), hortaliças (R$ 29,5 milhões) e o mamão (R$ 24,2 milhões).
As produções compreendem os municípios de Atalaia do Norte e Benjamin Constant (Alto Solimões); Fonte Boa e Tefé (Médio Solimões); Anori , Careiro da Várzea e Manacapuru (Solimões); Boca do Acre, Pauini, Lábrea e Canutama (Purus); Guajará, Ipixuna, Envira, Eirunepé, Itamarati, Juruá e Carauari (Juruá); Humaitá, Manicoré, Nova Olinda do Norte, Borba e Novo Aripuanã (Rio Madeira), Itacoatiara (Médio Amazonas); Nhamundá e Urucará (Baixo Amazonas). Vale ressaltar que 58 dos 62 municípios do Estado registraram prejuízos causados pelas cheias.
O Governo do Amazonas, por meio do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas (Idam) e Agência de Fomento do Amazonas (Afeam), já investiu, de janeiro a junho deste ano, mais de R$ 9 milhões em financiamentos para o setor primário, considerado prioritário pelo governador Wilson Lima. Desse total, cerca de R$ 6,9 milhões foram financiados por meio da linha de Crédito Emergencial, criada para apoiar famílias rurais afetadas pela cheia dos rios e para diminuir os impactos causados pela pandemia de Covid-19.
De acordo com o engenheiro agrônomo da Gerência de Crédito Rural do Idam, Orleidson Sales, os agricultores familiares e pescadores artesanais foram os que mais tiveram projetos aprovados e contratados neste primeiro semestre. “São mais de 1,2 mil projetos elaborados e 500 contratados através das linhas de crédito da Afeam, com recursos do Fundo de Apoio às Micro e Pequenas Empresas e ao Desenvolvimento Social do Amazonas (FMPES), como o Afeam Agro, microcrédito e varejo, além dos programas de Pró-Mecanização e Pró-Calcário”, destacou Sales.
“Hoje, o principal objetivo do crédito rural é recuperar as áreas que foram afetadas pela enchente. O Idam acompanha os produtores, desde o levantamento de perdas agropecuárias, até a aplicação do crédito para a recuperação de diversas atividades. E temos trabalhado também na elaboração de projetos de crédito para pesca artesanal, que acontece durante o ano todo”, informou Orleidson.
Entre as atividades do setor primário que mais receberam investimentos, no período de janeiro a junho deste ano, estão a avicultura, pecuária, pesca artesanal, piscicultura, olericultura, extrativismo florestal, fruticultura, agroindústria e cultivos de açaí, guaraná, café e fibras.
Para o pescador Richar Flores, 32, da comunidade Bom Sítio, em Benjamin Constant, que financiou um motor de popa 15 HP, o apoio do governo do Amazonas vai fortalecer e facilitar o dia a dia de quem trabalha com a pesca. “Essa ajuda veio para facilitar o transporte do pescado. Antes eu levava cerca de quatro horas para chegar à sede do município, para vender meu pescado e, agora, vou conseguir fazer isso em uma hora”, destacou.
Foto/Destaque: Divulgação