21 de outubro de 2024

Suframa avalia projetos com mais de R$ 850 milhões em investimentos

O Conselho de Administração da Suframa avalia, nesta segunda (2), uma pauta com 29 projetos industriais, que somam mais de R$ 850 milhões em investimentos – o equivalente a US$ 167,8 milhões. Entre as propostas listadas para a 311ª Reunião Ordinária do CAS, 11 são de implantação, e os outros 18 são atualização e diversificação. Caso implementadas, iniciativas industriais devem contribuir para a geração de 1.060 novas vagas na área de atuação da Superintendência da Zona Franca de Manaus, e um faturamento global de R$ 4,9 bilhões para as empresas envolvidas, nos próximos três anos.

A quarta reunião do CAS de 2023 será presidida pelo secretário-executivo do Mdic (Ministério de Desenvolvimento, Industrial, Comércio e Serviços), Márcio Fernando Elias Rosa, e contará com a participação do superintendente da Suframa, Bosco Saraiva, além de parlamentares, representantes de entidades de classe e governantes da área de atuação da Suframa, entre outros. “Toda realização do CAS é uma demonstração da confiança dos investidores no futuro da Zona Franca de Manaus, bem como uma evidência do compromisso de representantes do povo com o desenvolvimento sustentável da Amazônia”, declarou Bosco Saraiva, em texto distribuído pela assessoria da autarquia.

Em linhas gerais, os números da presente reunião são mais fortes do que os do encontro anterior, realizada mais de dois meses atrás. Em julho, os conselheiros deliberaram sobre 35 projetos, que totalizavam R$ 727,30 milhões (ou US$ 152.37 milhões) e 1.006 novas vagas – além de R$ 4,2 bilhões em faturamento estimado. Mas, está abaixo dos dados contabilizados um ano atrás, que englobavam 40 proposituras industriais de serviços, R$ 1,39 bilhão em aportes e 1.589 novos postos de trabalho na área de influência da autarquia federal.

Caso a pauta atual seja aprovada na íntegra, o Conselho de Administração da Suframa terá dado sinal verde a R$ 3,24 bilhões (ou US$ 647,01 milhões) em aportes no acumulado do ano, alocados em 147 projetos, com 4.204 novos empregos, no próximo triênio. Na comparação com os dados aglutinados nas quatro reuniões iniciais de 2022, houve retrocesso tanto na quantidade de iniciativas (177), quanto na soma de capital produtivo (R$ 5,649 bilhões) e empregos (7.252) envolvidos nas inciativas do período. 

O encontro ocorre em meio a um cenário ainda incerto. O PIM mantém seus corações e mentes voltados para a reforma Tributária, que passa por uma nova rodada de negociações no Senado. Pressões políticas também sinalizam dificuldades de tramitação no Congresso de projetos que visam recolocar a economia nos eixos. Em paralelo, as empresas padecem com aumentos de custos por conta da vazante e temem que o estrangulamento logístico gere atrasos e ônus que comprometam o crescimento de vendas nas festas de fim de ano. Lideranças do PIM reafirmam, entretanto, que a pauta do CAS confirma a confiança dos investidores e na indústria incentivada. 

Diversidade e consolidação

Como já é hábito, a pauta da 311ª reunião do CAS é diversa, com a introdução de produtos novos e consolidação de segmentos do PIM – especialmente nos segmentos industriais de termoplásticos e de duas rodas. A lista inclui linhas de produção de embalagens, alimentos processados com insumos regionais, produtos de metal, insumos para construção, civil, embarcações, motocicletas e componentes, entre outros.

Entre os 11 projetos de implantação contidos na pauta está o da SR Embalagens Plásticas Manaus. A empresa planeja produzir compostos termoplástico de resina extrudado (apresentado na forma de grânulos), além de chapas, folhas, tiras, fitas e películas de plástico (exceto a de poliestireno expansível e a auto-adesiva). O volume de investimentos reservados para tanto é de R$ 35 milhões e a expectativa é que as novas linhas de produção contribuam para um acréscimo de 44 empregos diretos no PIM.

Outro projeto de implantação destacado pela Suframa é o da empresa Warabu Comércio e Fabricação de Derivados de Cacau, para produção de produto de chocolate com matérias-primas regionais. O produto em questão é uma barra de chocolate de cacau meio amargo contendo açaí, mas a autarquia federal não informou os números de empregos e investimentos relativos à proposição.

Entre os 18 projetos de diversificação listados na 311ª reunião do CAS, a Superintendência da Zona Franca de Manaus coloca em evidência o da Lite-on Mobile Indústria e Comércio de Plástico. A empresa quer fabricar placas de circuito impresso montadas, com investimento projetado de R$ 25 milhões e expectativa de geração de 22 novas vagas diretas.

“Fator primordial”

O presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Antonio Silva, destacou à reportagem do Jornal do Commercio que a regularidade das reuniões do CAS é “fator primordial” para garantir que novos investimentos na ZFM não sofram atrasos em seus cronogramas. “Negócio é questão de timing e oportunidade, de forma que qualquer atraso no planejamento é suficiente para inviabilizar um possível projeto. A Suframa e o Mdic têm cumprido rigorosamente o calendário proposto, e este já foi um ponto de muita contenda em momentos anteriores. O setor parabeniza os esforços do superintendente Bosco Saraiva e de sua valorosa equipe técnica”, afiançou.

Para o dirigente, o número de projetos de implantação também é uma excelente notícia que demonstra o poder de atratividade do PIM para investimentos, mesmo diante de dificuldades estruturais, logísticas e econômicas na região. “Os projetos, em linha geral, denotam tendência de consolidação dos segmentos já estruturados na região, que possuem cadeia de suprimentos sólida e mercado consumidor estável. Destaco, o projeto da Warabu, que foi homenageada no Prêmio Industrial do Ano 2023. Suas propostas convergem para os interesses gerais de valorização do insumo regional e agregação de valor aos produtos amazônicos”, asseverou.

Na mesma linha, o presidente da Aficam (Associação dos Fabricantes de Insumos e Componentes do Amazonas), Roberto Moreno, considerou que a pauta da 311ª reunião do CAS aponta para indicadores positivos para o desempenho da ZFM. “Temos vários projetos que reforçam a importância e confiança dos investidores na região. Muito importante é a manutenção das reuniões de maneira que há continuidade em todo o processo. O CAS, consolida os projetos em desenvolvimento no Estado. A economia precisa continuar ‘girando’ e a ZFM continua uma importante roda desse processo”, arrematou.

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio

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