16 de setembro de 2024

Tabela de preços das farmácias vai ser reajustada

Mais um reajuste vai impactar o orçamento e o bolso do consumidor. A partir de 1º de abril, às compras nas farmácias vão ficar mais caras.  O setor de medicamentos seguirá a alta anual nos reajustes e terá novos valores. Conforme autorização da Cmed  (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos), órgão vinculado à Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária), a estimativa é que o aumento chegue até 12%.

De acordo com o presidente do Sindidrogas (Sindicato do Comércio Varejista de Drogas do Amazonas),  Alarico Rodrigues de Araújo, os novos preços seguem a alta acumulada da inflação nos últimos 12 meses. “Esse aumento que vai ser aplicado é referente ao ano passado. A gente cogita aumento de dois dígitos, tomando como base a inflação deste ano e infelizmente vai afetar as finanças do consumidor”. 

Ele explica que a conta é clara, a matéria-prima utilizada para produzir o medicamento vem de fora o que soma-se aos reajustes/ valor do frete, alta cambial, alta no valor do combustível. É impossível que esses fatores não reflitam na conta do consumidor”. 

O sindicato informou que o segmento é o único no país controlado pelo governo federal da Cmed e seguem um caderno de preço que é enviado pela Abcfarma (Associação Brasileira do Comércio Farmacêutico), destacando que nenhuma drogaria no Brasil pode comercializar medicamento além do permitido pelo PMC (Preço Médio do Consumidor).

Mesmo tendo os medicamentos preços tabelados é possível economizar nas compras. Uma coisa que poucas pessoas sabem é que se tabela apenas o valor máximo dos medicamentos, mas o mínimo as farmácias podem estabelecer de acordo com suas estratégias comerciais”, analisa o presidente da Abefin (Associação Brasileira de Educadores Financeiros), Reinaldo Domingos.

Consumo

O consumo de medicamentos em Manaus é 0,8% menor em relação ao restante do país. Contudo, a pandemia foi aliada do mercado no Amazonas. O representante do Sindidrogas afirmou que registraram ganho real durante o período. Segundo ele, as vendas de vitaminas impulsionaram o setor com aumento entre 35% a 45% nas comercializações. “Sem sombra de dúvidas a pandemia favoreceu o mercado. Os consumidores em Manaus não tinham costume de investir nesses complexos vitamínicos, mas como a Covid afeta o sistema imunológico as vendas alavancaram. Outro fator sobre o consumo é que as farmácias eram um dos estabelecimentos abertos normalmente durante a pandemia”. 

Pesquisa

Pesquisa realizada pelo Ifepec (Instituto Febrafar de Pesquisa e Educação Corporativa), em Parceria com a Unicamp, reforça que o reajuste deve aumentar  ainda mais a preocupação do consumidor nas compras nas farmácias, que já é grande e que em 2022 o consumidor está mais atento para economizar em compras nestes estabelecimentos. Para entender sobre o comportamento do consumidor em farmácias no Brasil, foram entrevistados quatro mil consumidores em todo o país. 

“Segundo os dados da pesquisa que é realizada anualmente, com consumidores de forma presencial, se percebe alguns importantes e relevantes reflexos da diminuição de poder aquisitivo da população. Atualmente se compra menos unidades por visitas às farmácias e se busca produtos de preço menor, com isso a redução do ticket médio é bastante significativa”, aponta o presidente da Febrafar, Edison Tamascia.

Percebe-se que a quantidade de unidades adquiridas em uma cesta de compra que era de três produtos na média em 2020, passou para 2,6 em 2021. O ticket médio também caiu consideravelmente, passando de R$55,02, para R$ 43,71, uma redução de 19%. Por fim, os consumidores priorizaram itens com preços menores, sendo que o valor médio por item passou de R$18 para R$16,81.

O objetivo central dessa pesquisa sempre foi analisar o perfil de consumo nas farmácias. “Fazer uma pesquisa sobre o retrato real do comportamento dos consumidores no varejo farmacêutico nacional é primordial para apoiar as iniciativas internas. Com dados atuais à disposição, podemos estruturar nossas estratégias e dessa forma sermos mais assertivos”, destaca Edison Tamascia, presidente da Febrafar.

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio

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