A líder indígena Sonia Guajajara e o pesquisador brasileiro Tulio de Oliveira integram a lista das 100 pessoas mais influentes do mundo feita pela revista norte-americana Time, divulgada hoje. Nela, também aparecem nomes como os presidentes Vladimir Putin (Rússia), Volodymyr Zelensky (Ucrânia), e o millennial Gabriel Boric (Chile).
Num texto de apresentação publicado pela revista, o pré-candidato a deputado federal pelo PSOL Guilherme Boulos lembra que os pais de Sônia não sabiam ler e ela teve que sair de casa aos 10 anos para trabalhar.
“Apesar disso, ela desafiou as estatísticas e conseguiu se formar na universidade. Desde tenra idade, ela lutou contra forças que tentam exterminar as raízes de sua comunidade há mais de 500 anos”, escreve o ativista. Em 2018, Sonia se tornou a primeira mulher indígena em uma chapa presidencial no Brasil. No pleito, concorreu ao lado de Guilherme Boulos, que liderava a candidatura.
O trabalho dela junto à COP26 também fomentou a criação de um fundo de US$ 1,7 bilhão aos povos indígenas. “Sônia resistiu e continua resistindo até hoje: contra o machismo, como mulher e feminista; contra o massacre de povos indígenas, como ativista; e contra o neoliberalismo, como socialista. Ela é uma inspiração, não só para mim, mas para milhões de brasileiros que sonham com um país que salda suas dívidas com o passado e finalmente acolhe o futuro”, escreve Boulos.
Destaque na ciência Diretor do Centro de Resposta e Inovação Epidemiológica da África do Sul, o pesquisador Tulio de Oliveira aparece na publicação ao lado de Sikhulile Moyo, diretor de laboratório do Laboratório de Referência de HIV de Botswana-Harvard.
“Eles identificaram e relataram o surgimento da variante ômicron em novembro passado. Foi um momento de transformação e uma mudança de paradigma – que para mim simbolizava que a excelência na ciência pode ter origem na África”, diz o texto da revista, assinado pelo virologista John Nkengasong.
“A resposta internacional às notícias dessa descoberta — que incluiu proibições de viagem impostas a países africanos por outras nações — foi complexa. Isso me fez refletir sobre como deve ser a cooperação e a solidariedade globais quando lutamos contra uma ameaça comum como a covid-19”, diz. “Sikhulile e Tulio têm potencial para ser isso para pessoas que trabalharão em saúde pública e genômica.