16 de setembro de 2024

Trabalhadores do setor plástico ampliam ameaça de paralisação no PIM

Após oito rodadas de negociações na tentativa de fecharem um acordo da CCT (Convenção Coletiva de Trabalho) 2021-2022,  trabalhadores do setor plástico do PIM (Polo Industrial de Manaus) aos poucos estão consolidando movimentos de paralisação das atividades. Sem sucesso nas tratativas, a categoria resolveu cruzar os braços.  

Francisco Brito, presidente do Sindiplast (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Material Plástico de Manaus), confirmou que trabalhadores de algumas fabricantes estão aderindo ao movimento e a ideia é que todas as fábricas do setor plástico parem. 

“As empresas não querem registrar o INPC (Indice Nacional de Preços ao Consumidor) para o acordo. Insistem em dividir o valor, nós não aceitamos. A data-base da categoria é este mês. Estamos fazendo a nossa parte, estamos parando as empresas. Ou eles acatam ou vamos manter a greve”. O movimento reúne 104  fabricantes do setor,  associadas ao sindicato.

Em dezembro, os trabalhadores da indústria de material plástico sinalizavam deflagrar greve caso o acordo entre os sindicatos patronal e laboral não avançasse. Em algumas ocasiões os trabalhadores interromperam as atividades por uma hora.   “A categoria precisou realizar atos reivindicatórios, sinalizando uma possível paralisação, caso o nosso pleito não fosse atendido. Foram várias rodadas de negociações e não houve acordo”. 

Acordo segue em andamento

Segundo o diretor executivo do Simplast (Sindicato da Indústria de Material Plástico de Manaus), Paulo Abreu, as negociações ainda seguem em andamento por dois motivos: o primeiro é que não houve o fechamento oficial do índice do  INPC de janeiro a dezembro de 2021. A expectativa é que esses números devam ser divulgados entre 12 a 15 de janeiro.

“Tivemos que paralisar as nossas negociações em 23 de dezembro por conta do período de festas. Vamos realizar  uma assembleia com as empresas no dia 18 e vamos fazer uma agenda de negociações para finalizar entre 22 a 25 de janeiro.  

Apesar de Abreu afirmar que as tratativas seguem, o presidente do sindicato laboral diz que a categoria não foi informada. “Não chegou até nós essa informação. Nós estamos fazendo o nosso trabalho em porta de fábrica. Os trabalhadores estão muito revoltados porque se trata de um aditivo, só da parte econômica. As coisas vão começar a piorar. Enquanto não fecharem um acordo e não derem uma resposta a paralisação será mantida”. 

Segundo Brito, o principal gargalo entre o acordo é que o sindicato patronal propõe parte do INPC dividido em três vezes, proposta que  a categoria não aceita. “O que nós queremos é a reposição total e de uma vez. Nós aguardamos a última reunião prevista e não temos acordo, a partir daí decidimos paralisar para pressionar o sindicato patronal”. 

A categoria exige reajuste de 100% de INPC, além de 3% de aumento real e piso salarial de R$1.680,70. O valor atual é de R$1.487,35.

O presidente do Simplast  informa ainda que estão dentro do prazo limite para fechamento dos acordos em torno da CCT. “Estamos em andamento no processo das tratativas. Verificando o que é possível buscando consenso,  estamos aguardando dados importantes. As negociações estão em andamento e temos mais 45 dias para conclusão. Até o momento não temos nenhum posicionamento dado como possível”. 

Em novembro, Paulo Abreu reiterou que a ocasião estava sendo discutida as cláusulas financeiras e que não podem avançar rapidamente as negociações, porque tem  que esperar a inflação do INPC dos meses de novembro e dezembro, por que as projeções para os referidos meses sinalizavam  expectativas de índices altos com relação ao mesmos período de 2020. “Como nossa data base é janeiro de 2022, temos tempo para aguardar estes números”. 

Questionado sobre a possibilidade de o Simplast aprovar a proposta dos trabalhadores, ele fez a seguinte ponderação: “Considerando as últimas quatro negociações, o índice ficou muito muito perto do INPC acumulado do ano anterior”

Ele reitera que o alinhamento das negociações estão amparados  por quatro cláusulas  sobre questões financeiras. 

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio

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