O Luso Sporting Club, um ícone da cultura portuguesa em Manaus, completará 113 anos de existência, em 2025, e seu presidente Jair Alves Corrêa anunciou um plano de revitalização do prédio secular, além do retorno, e ampliação, das atividades sociais e culturais da instituição nessa entrevista ao Jornal do Commercio.
Jornal do Commercio: Quem resolveu que havia chegado a hora de revitalizar o prédio do Luso Sporting Club?
Jair Corrêa: Há alguns anos, a atual diretoria participou de forma ativa das ações do Luso, da Beneficente Portuguesa e das demais instituições da comunidade luso-brasileira no Amazonas, incluindo o Conselho da Comunidade e a criação da Câmara Portuguesa de Comércio no Amazonas. Já ‘estava de pijama’ quando fui convidado para retomar a direção do Luso. Tendo em vista que a minha chapa tem cinco ex-presidentes, então é uma chapa de pessoas conhecedoras e empresários que se destacam na sociedade e que estão aqui com a finalidade de nos ajudar com esse foco de resgatar a história do Luso e de tudo que o clube representou e representa. Fizemos um levantamento e decidimos pela revitalização.
JC: Quais os problemas apresentados no prédio e o que se pretende fazer em termos de revitalização?
JC: O primeiro passo foi fazer o registro da parte estrutural. Contratamos um engenheiro, pois se trata de um prédio de 113 anos. Começamos a fazer pequenas reformas e o ‘grosso’ inicia no ano que vem. Encontramos rachaduras, infiltrações, banheiros em estado inadequado para uso, entre outros problemas. Existe um desgaste da estrutura pela ação do tempo. Estamos buscando recursos tanto da iniciativa pública quanto da privada por meio das leis que amparam o restauro dos patrimônios históricos.
JC: Então, não estão tendo atividades culturais no Luso?
JC: Atualmente as atividades culturais se restringem na visita ao museu Ivan Ferreira Valente, realizada por agendamento, mas estamos planejando que o museu volte a ficar aberto diariamente. Também estamos organizando a agenda do Club para trazer de volta os shows, jantares temáticos, como o das comemorações do aniversário, em 10 de junho, Dia de Portugal e das Comunidades Portuguesas. Estamos alinhando com a Secretaria de Cultura para incluir o Luso na rota cultural do Centro Histórico de Manaus. Nossa intenção é trazer cursos para dentro do espaço, sem esquecer o apoio que o Club oferece ao grupo de dança Rancho Folclórico Luso Brasileiro do Amazonas que faz um belíssimo trabalho social e cultural no bairro de Santa Etelvina.
JC: Quais novidades o Club pretende apresentar em 2025?
JC: Das ideias que já estão saindo do papel podemos citar a realização de uma roda de samba e feijoada aos sábados animada pelo grupo Couro Velho. Outro projeto é promover eventos e atividades que conectem as culturas luso-brasileiras. Pretendemos resgatar os tradicionais bailes de Carnaval, os ‘Bailes da Saudade’, e o ‘Baile do Zé Pereira’, que encantaram gerações. Estamos em negociações visando trazer a gravação do programa Carrossel da Saudade, atualmente produzido pela TV Encontro das Águas, para dentro do nosso espaço com a realização de grandes bailes e apresentações musicais.
JC: Hoje, quantos portugueses e descendentes são associados do Club e quais as vantagens de ser associado?
JC: Entre portugueses e seus descendentes, cadastrados inclusive no Consulado Honorário, localizado em nossas dependências, estimamos em mais de cinco mil pessoas. Antes, para se tornar associado, era preciso comprovar ser integrado à comunidade portuguesa, agora estamos em processo de mudanças e ajustes do estatuto para aceitarmos pessoas de qualquer nacionalidade. Anunciaremos isso em breve, junto com as vantagens e benefícios de se associar ao Luso.
JC: O que falta para o Luso receber artistas e eventos (como feiras gastronômicas, por exemplo) diretos de Portugal?
JC: O Luso Sporting Clube é uma das instituições com maior representação histórica da cultura portuguesa no Amazonas, e tem sido um espaço de confraternização e promoção dessa cultura, porém, a realização de eventos e a recepção de artistas diretamente de Portugal ainda enfrenta alguns desafios, como melhoria da infraestrutura, realização de parcerias e a construção de uma rede sólida de contatos para facilitar a vinda desses artistas, e a realização de eventos, o que já está sendo ‘costurado’ pela Câmara Portuguesa do Comércio no Amazonas.
JC: O que será a Confraria Luso Brasileira do Amazonas?
JC: A Confraria surgiu da importância de contar com a colaboração de novos parceiros e amigos, que têm se unido ao Luso para realizar um projeto que contemple não apenas a comunidade portuguesa, mas a sociedade amazonense. A Confraria, surgida lá atrás, se perdeu, e agora ressurge como uma proposta inovadora. Com isso a Confraria não apenas pretende celebrar as tradições luso-brasileiras, mas também fortalecer laços sociais, econômicos e culturais entre as duas nações e o Amazonas já que aqui essa herança é particularmente visível, dada a presença de portugueses que contribuíram para o desenvolvimento da região, especialmente nas áreas de comércio.
De janeiro a novembro de 2024, o programa Auxílio Estadual totalizou mais de R$ 495 milhões injetados na economia do Amazonas, transformando a vida de 300 mil famílias em situação de vulnerabilidade por meio do pagamento mensal de R$ 150 reais. Ao longo de três anos, o programa já investiu mais de R$ 1,7 bilhão, investido no combate a pobreza e desigualdade social do estado.
A secretária de Estado de Assistência Social (Seas), Kely Patrícia, destaca a importância do Auxílio Estadual, que é o maior programa de transferência da história do Amazonas e garante dignidade para centenas de famílias na capital e no interior, com o compromisso de ajudar famílias em situação de extrema pobreza. “Junto aos demais serviços do Governo do Amazonas, o programa tem oferecido os recursos necessários às famílias, promovendo uma melhor qualidade de vida”, destacou a secretária.
O programa tem como público alvo famílias cadastradas no CadÚnico que atendem critérios como recorte de renda, pessoa com deficiência, idoso, e mulheres que chefiam a família.
Atualmente, são mais de 270 mil mulheres chefes de família que recebem o valor mensalmente, como é o caso da beneficiária Rosemary Passos, 43 anos, moradora do bairro Coroado. Mãe de dois filhos, Rosemary consegue comprar itens de alimentação e produtos de higiene para sua casa.
“Hoje o Auxílio Estadual está sendo muito importante para a minha família. Com essa ajuda eu posso comprar alimento e também materiais de limpeza para minha casa. Eu moro com meus filhos e minha mãe. Sou desempregada e o Auxílio Estadual é uma maneira de contribuir para a renda familiar’’, ressaltou.
Outro beneficiário é o seu Augusto Freire, 53 anos, que consegue comprar itens básicos e essenciais para a sua casa. Desempregado, ele reconhece a importância do programa para garantir sua segurança alimentar.
“É um programa que me ajuda, sou muito agradecido por essa força que eu recebo. Caso contrário, não sei o que seria de mim. Com esse dinheiro consigo comprar óleo, carne, mistura, café. Espero todo mês o auxílio cair, com muita alegria e ansiedade”, contou.
De acordo com a diretora do Departamento de Proteção Social Básica (DPSB/Seas), Laudenise Oliveira, o Auxílio Estadual vem transformando a vida das famílias beneficiárias, além de dar dignidade e qualidade de vida.
“O benefício tem cumprido a promessa de garantir ajuda e suporte para aquelas famílias que diariamente passam por dificuldades financeiras. É através dessa ferramenta que construímos um futuro mais igualitário para a população amazonense”, disse.
Monitoramento
Os beneficiários do Auxílio Estadual recebem o serviço de monitoramento social que é executado pelo projeto Psico+Social. A equipe do Psico+Social trabalha em parceria com o Auxílio Estadual, realizando o monitoramento dos beneficiários por meio de visitas domiciliares e atendimentos nos Pontos de Atendimento ao Cidadão (PACs) na capital e no interior.
De janeiro a outubro deste ano, a equipe realizou 74,8 mil visitas domiciliares e atendimentos aos beneficiários do Auxílio Estadual. Através do monitoramento, as famílias são encaminhadas e conseguem ter acesso a documentação básica, saúde e melhoria financeira.