19 de setembro de 2024

Vagas temporárias devem aumentar ritmo de contratação neste ano

O ano de 2023 traz projeções positivas e de crescimento para o mercado de contratações temporárias. O levantamento da Asserttem (Associação Brasileira do Trabalho Temporário), estima alta de 8% na geração de vagas dentro desse formato no 1º trimestre de 2023, em comparação ao mesmo período de 2022. Os números apontam que a indústria será o foco das novas oportunidades de janeiro a março. 

De acordo com o presidente da associação, Marcos de Abreu, as empresas brasileiras entenderam a garantia jurídica e a contratação rápida da modalidade e estão se apoiando nela para atender suas demandas.

“O conhecimento jurídico do Trabalho Temporário está permitindo o aumento desta modalidade de gestão de mão de obra a cada ano. Isso nos faz crer, em condições normais, em uma expectativa positiva para o ano de 2023”, sinaliza.

“Entre janeiro e março do ano passado tivemos mais de 774 mil vagas temporárias. Agora, para o mesmo período de 2023, estima-se que esse número ultrapasse as 830 mil vagas. Mas, é claro que isso em condições normais, já que um novo governo se inicia. Ou seja, se não tivermos nenhuma alteração na legislação ou fatos que impactem fortemente a economia nacional”, explica Abreu.

Dentro do segmento da indústria, Luanna Cunha, gerente e diretora técnica de uma consultoria em RH, detalhou que até o momento o cenário para o primeiro trimestre do ano apresenta-se animador e aquecido. Já nas primeiras semanas um grande número de oportunidades temporárias e efetivas começaram a circular nos grupos especializados de RH e vagas da nossa região. “Em condições normais, considerando a mudança do cenário político do Brasil, 2023 pode se consolidar como um ano com o maior volume de posições temporárias em virtude, como disse o presidente da associação, do maior entendimento jurídico do uso desse tipo de mão de obra e pela velocidade na contratação”, frisou ela. 

“Oportunidades temporárias são um bom caminho para que o contratado nesta modalidade mostre bons resultados e converta essa posição em uma posição efetiva”, acrescentou. 

A diretora da regional Norte da Asserttem, Cilene Herbster, afirmou que a indústria sempre foi quem mais puxou vagas temporárias. Para o período de janeiro a março de 2023, a Asserttem espera que a indústria seja responsável por 65% do total de vagas. “Com base em nossa experiência, a região Norte, e em especial, o Amazonas, continuará tendenciando a abertura de vagas temporárias, até em razão da Zona Franca. A utilização do trabalhador temporário traz muitas vantagens, e passou a fazer parte das alternativas das empresas para contratar com segurança e rapidez”. 

Pela ótica do comportamento do mercado ano a ano, ela considerou que 2023 tem tudo para ser positivo para o formato de contratação  no Brasil, já que as empresas entenderam a garantia jurídica e contratação rápida da modalidade, e estão se apoiando nela para atender às suas demandas. “Esta é a nossa visão, e estamos com expectativas muito positivas, claro que em condições normais, e desde que não haja alteração na Legislação ou ocorram fatos que impactam de forma importante a nossa economia”, avaliou. 

Vale lembrar que mesmo durante a pandemia, o PIM (Polo Industrial de Manaus) contratou mais do que as indústrias em outras regiões do país e efetivou todos os temporários. A contratação é formal e possibilita grandes chances de efetivação após o término da vigência do contrato. 

Setores

No 1º trimestre do ano, as contratações serão impulsionadas por todos os setores da economia, com predominância da Indústria (65%), seguido por Serviços (25%) e Comércio (10%).

“Podemos destacar a abertura de vagas no Agronegócio; na Indústria de Alimentos, com destaque para o segmento de carnes, como frigoríficos, abatedouros e embutidos; Indústria de Chocolate, com a aproximação da Páscoa; Indústria Farmacêutica; Indústria de Óleo e Gás, em função de novos operadores no mercado brasileiro”, citou.

Já as contratações no setor de Serviços serão puxadas pelo período de férias e proximidade do Carnaval, com destaque para os hotéis, empresas aéreas, restaurantes, além do segmento de TI e Logística.

“Neste momento, as empresas estão colocando o pé no acelerador novamente, após desacelerarem no último trimestre de 2022 por causa das eleições”, afirmou Marcos de Abreu.

Consolidado de 2022

O ano de 2022 gerou 2.403.560 vagas temporárias em todo o Brasil. O resultado é 0,49% menor do que o de 2021, quando foram geradas 2.415.419 vagas.

“Apesar da retração em relação ao ano anterior, o resultado de 2022 foi excelente. O cenário incerto das eleições presidenciais provocou o adiamento das contratações no último trimestre de 2022. Por isso, os resultados não alcançaram as projeções da associação. Porém, este adiamento vai impactar de forma positiva neste início de 2023”, garante Abreu. “Teremos inúmeras oportunidades, basta o trabalhador estar atento”, conclui.

Em destaque

Fábio Battaglia, executivo da Randstad, líder global em solução e consultoria em recursos humanos, com foco em recrutamento e seleção. Detalhou que o trabalho temporário também tem sido um caminho importante para encontrar habilidades e vai permanecer durante este ano, tendo a grande vantagem de contratação durante o período em que as empresas precisam atender a demandas específicas. “O trabalho temporário é favorável para empresas e candidatos. Permite a contratação de habilidades específicas para um determinado período e pode culminar na entrada de pessoas no mercado de trabalho e em efetivações de profissionais”, destaca Fábio.

Segundo ele, ainda que o trabalho por tempo determinado não é exclusivo de funções operacionais, os profissionais mais experientes e com expertises específicas têm atuado bastante nessa modalidade: “Vemos uma nova tendência no mercado chamada Interim Management, em que especialistas a C-Levels apoiam empresas em todas as alçadas de tomadas de decisões, como projetos de expansão, reestruturação ou às que passam por alguma grande mudança. Esses talentos buscam não somente desafios constantes, mas também flexibilidade. São profissionais com muita bagagem e conhecimento atuando como consultores em seus respectivos mercados para projetos específicos”, conclui Battaglia.

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio

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