“Comece o dia com um sorriso, e termine com um vinho”
Eu acho que todo brasileiro antes de morrer tem que visitar dez lugares no Brasil: O Vale dos Vinhedos, As Cachoeiras de Iguaçu, o Arquipélago das Anavilhanas (sobrevoo) no Rio Negro, o Município de São Gabriel da Cachoeira no Amazonas, A Região da Cabeça de Cachorro na fronteira com a Venezuela, as Piscinas de Maragogi, os Cânions do Velho Chico, a Ilha de Fernando de Noronha, o Rio Araguari no Amapá para ver o fenômeno da Pororoca, e o Lago do Janauary para conhecer os igapós e Vitorias Regias, à bordo de uma canoa.
Sei que existem muitos outros, mas esses são destaques na minha lista de tantos lugares que visitei, levado pelo meu indomável espirito cigano.
Pra começo de conversa, o Vale dos Vinhedos é o lugar ideal para se praticar o turismo de aventura, que chamam de enoturismo, e que tem como relevância exclusiva, visitas as principais vinícolas, onde acontecem degustações dos renomados espumantes brasileiros, excelentes sucos da bíblia, e sucos de uva, tudo harmonizado com a culinária ítalo-brasileira que encanta enófilos, turistas, e gourmants, vindos de todos os cantos do nosso pais, principalmente.
O Vale dos Vinhedos pertence aos turistas, principalmente entre os meses de junho a agosto quando a temperatura cai e todos os caminhos levam para as vinícolas, e também para centenas de bons restaurantes estrategicamente localizados em toda área de visitação. A primeira coisa que aprendi foi que 80% das empresas produtoras de vinhos estão localizadas ao norte, e cidades vizinhas. A paisagem, linda demais, me lembrou a Itália com os parreirais nas colinas, e nos sotaques dos descendentes de italianos. Esse é o cenário perfeito para os turistas que por lá se aventuram em cada estação para degustar vinhos finos, espumantes, sucos de uva, e produtos coloniais saborosos. Ninguém deve deixar de degustar o Café Colonial do Vale. Ninguém mesmo.
O interessante á que todo repertório de alegria e descobertas reservado para os visitantes começa nas próprias vinícolas, que abrem suas portas na zona rural, para enófilos, curiosos e especialistas, movidos pela paixão e amor ao vinho. As degustações, se transformam em verdadeiras salas de aula e apontam as diferenças de sabor e aromas nas uvas como a Merlot, Cabernet Sauvignon, (tintas) ou Riesling e Chardonnay, (brancas). Elas são oferecidas transformadas em vinho aos visitantes durante o tour pelas vinícolas como a Miolo, Casa Valduga, Boutique Lídio Carraro, assim como em outras vinícolas situadas no Vale. O tour é guiado e apresenta os métodos de fabricação de espumantes, como o charmat, e o champenoise. Os enólogos, sem exceção, são muito gentis e atenciosos lidando com curiosos e alguns conhecedores ao mesmo tempo. Através das provas, o visitante descobre que no mundo do vinho, existem nuances intrigantes como a sensação olfativa que causa nos degustadores a descoberta dos diferentes aromas como tabaco, café, e frutas e outros.
O deslumbramento dos visitantes começa com a visita ao imenso depósito com milhares de barricas de carvalho da Vinícola Miolo nos quais o vinho descansa antes de ser engarrafado. Outro ponto alto da visita é o imenso galpão de descanso das garrafas de espumantes que permite a visão delas emparelhadas, causando um efeito de grandeza sem igual.
Para quem está planejando visitar o Vale dos Vinhedos, desejando participar da vindima (colheita), recomendo fazer as malas entre os meses de janeiro, fevereiro e março. Monte sua base em Gramado, a bela cidade presépio. O povo é extremamente gentil, e trata o turista com respeito, e muito carinho. Antes de partir para a jornada no Vale dos Vinhedos, desbrave Gramado a pé. Você vai se encantar. A noite na cidade é animadíssima e não vai faltar o que fazer.
Em 2007 o Vale dos Vinhedos foi reconhecido, pela União Europeia, e recebeu o Selo de Indicação de Procedência. Desde então, com o selo de qualidade IPVV ostentado nas garrafas dos vinhos produzidos na região, a indústria vitivinícola se fortaleceu, e o consumo por consequência aumentou consideravelmente. Saibam todos que a primeira cooperativa vinícola brasileira surgiu ali, nos anos 30 do século passado. As uvas e o trabalho braçal para fazer o vinho deram a primeira indústria para Caxias do Sul. A cidade celebra a Festa da Uva desde 1931.
Essa tradição tem tudo a ver com a expansão dos roteiros turísticos e o desenvolvimento da indústria hoteleira local. Você vai encontrar pousadas simples ou luxuosas, hotéis com instalações modernas, e o sonho de consumo de qualquer amante do vinho: hospedagem na própria vinícola, como é o caso da Vinícola Miolo que investiu na construção de uma estrutura hoteleira ímpar, o “Hotel & Spa do Vinho” baseada no tripé “Respeito pela Cultura, Paixão e Bem Receber”.
Cheguei no Vale dos Vinhedos me sentindo um pouco desnorteado, e fiquei instantaneamente deslumbrado com tudo que vi e ouvi. Percebi de saída que tinha muito para aprender e experimentar. Sai de lá me sentindo o máximo, depois do banho de cultura vínica, tradição gaúcha e brasilidade.
Ao me despedir daquelas pessoas que falam hospitalidade, era forte o sentimento de que todas as lições aprendidas no Vale dos Vinhedos, serviram para confirmar que a indústria dos vinhos brasileiros, é saborosa e muito gostosa.
Foto/Destaque: Divulgação