13 de setembro de 2024

Valor médio da cesta básica diminui no Amazonas

Manaus está entre as capitais onde o valor da cesta básica teve redução no mês de março. O valor médio da cesta de consumo básica de alimentos reduziu em relação ao mês anterior com variação de -0,8% registrando o valor de R$ 683,28. De acordo com a plataforma Cesta de Consumo HORUS & FGV IBRE, os produtos com menores variações de preços na capital foram o óleo  -2,0%, frutas -1,6% e o café – 0,3%.

Ao considerar a variação dos valores da cesta de consumo básica acumulada nos últimos 6 meses, Manaus registrou -0,6%. Já os alimentos com maiores variações de preço nos últimos 6 meses estão os legumes 21,6%, farinha de mandioca 34,1%, enlatados e conserva 15,7%; frutas 18,4% e ovos 4,8%.

Manaus, também apresentou retração na cesta de consumo ampliada, que inclui bebidas e produtos de higiene e limpeza, além de alimentos, houve queda de -0,6%. Entre os produtos com mais altas de preços médios na cesta ampliada em março de 23 estão papel higiênico 1,3%; creme dental 0,4%; shampoo 0,8%; e refrigerante 2,1%. 

Em março, dos 18 produtos da cesta básica, apenas os ovos apresentaram alta de preço em todas as capitais.

A tendência de alta do preço dos ovos pelo segundo mês consecutivo, que ocorreu em todas as capitais, tem sido impactada pelo aumento no custo de produção e alimentação das aves, em especial, o milho e o farelo de soja nos meses anteriores, o que vem resultando em diminuição na oferta da proteína, assim como o aumento da demanda ocasionado pela Quaresma.

A educadora financeira, Aline Soaper relembra que uma pesquisa realizada pelo The Good Food Institute Brasil (GFI Brasil), em 2022, mostrou que 67% dos brasileiros reduziram o consumo de carne bovina, motivados principalmente pelo preço (45%). E com isso, passaram a consumir outros tipos de proteínas mais baratas.

“E não foi só pelo preço, a pesquisa também mostrou que 36% das pessoas substituiu a carne bovina, por outras proteínas, por questões de saúde. Com isso, as alternativas vegetais, análogas às carnes ou não, como o ovo, por exemplo, já está na rotina de 65% das famílias brasileiras. A mesma pesquisa apontou, para se ter uma ideia, que 72% dos brasileiros consumiam ovos, mais de três vezes por semana, especialmente para famílias de baixa renda”, lembra Aline Soaper.

Segundo o economista e especialista em gestão de supermercados, Leandro Rosadas, um dos motivos para o aumento do ovo de galinha é o custo de alimentação das aves. 

Resultado

Apesar da queda no valor da cesta básica em algumas capitais em março, percebe-se uma tendência de alta em importantes produtos da cesta básica, como é o caso dos ovos, farinha de mandioca, feijão e arroz, legumes e frango, impactando o bolso especialmente dos menos favorecidos.

Em sete das oito capitais analisadas mensalmente pela plataforma Cesta de Consumo HORUS & FGV IBRE. A diminuição no valor da cesta variou de -4,0% a -0,1%, Manaus é uma das capitais onde (R$ 683,28) registraram os menores valores.

Outros números

Alguns dos principais alimentos  da cesta básica tiveram um aumento de preço no último ano. Entre as maiores altas estão farinha de mandioca com alta acima de 100%. Segundo a 

Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), entre março de 2022 e março de 2023, o preço do arroz aumentou 29,7%, o frango 17% e o óleo 11%. O valor médio da farinha era R$ 4,28, agora custa quase R$ 9. 

A tendência, segundo as distribuidoras, é que os reajustes permaneçam até o meio pelos próximos meses. 

Para o economista Alisson Rezende, os produtos de origem animal também são afetados pela sazonalidade ou efeitos climáticos. A elevação dos preços dos combustíveis também impactam no aumento dos valores,  já que os veículos que transportam os alimentos têm um custo maior e esse custo vai ser repassado para o frete. “Quem vai pagar esse aumento é o consumidor final”. 

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio

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