16 de setembro de 2024

Varejo aposta agora nas vendas para volta às aulas

A corrida para compra de materiais escolares tem movimentando as livrarias da capital, isso porque para quem tem filhos, uma das prioridades de gastos das famílias no início do ano é a compra dos itens. A volta às aulas este ano está num ritmo diferente em comparação ao mesmo período do ano passado, que precisou paralisar as atividades do nicho de livrarias em função da pandemia da Covid 19. A época traz otimismo para os lojistas do segmento. 

Erick Lira, proprietário da tradicional Livraria Lira, está animado e acredita que o  movimento deve superar 2019. “O cenário é de expectativas muito boas. As escolas são os nossos termômetros, e levando em consideração que estão liberadas da forma cem por cento presencial, a minha expectativa é muito positiva e será de excelente movimento”. 

Comparado a 2019 ele afirma que a demanda está dentro do esperado, e se conseguir manter o mesmo volume de vendas e de faturamento está ótimo. “A gente tem percebido um patamar parecido com 2019, mas não, com acréscimos de 5% a 10%, mas já observamos uma procura consideravel”. 

Entre as estratégias utilizadas pela empresa estão os tradicionais parcelamentos sem juros com até 10 vezes e sobre os produtos destaque para os de personagens novos. “Além de estarmos com a loja organizada para se manter o distanciamento nas filas de atendimentos, nos caixa, tudo dentro das exigências e vivendo uma outra realidade”. 

Já a Tropical  Atacadão, projeta alta nas vendas de 12% em relação a 2020, posto que em 2021 foi muito atípico e não houve a venda do material escolar para o período de volta às aulas nos meses de janeiro e fevereiro como é tradicional e sim ao longo do ano.

“Até o momento não existe restrição para a volta às aulas. Nossas lojas estão abastecidas com vários produtos. Já estamos recebendo listas de material escolar e já tem grande procura e as vendas estão a todo vapor”, comenta  a gerente de marketing da empresa, Susan Soares.

“As pessoas que gostam de se antecipar, escolher com calma e comprar mais barato, já estão se movimentando na busca dos itens para os seus filhos”, complementa. 

Além disso, a empresa destaca que investiu com antecedência nas compras dos materiais para ofertar aos clientes, com produtos de várias faixas de preços para todas as categorias. 

Economizando nas compras

Considerando que os valores dos itens devem estar 20% mais caros em 2022, conforme levantamento da Abfiae (Associação Brasileira dos Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares), Reinaldo Domingos que é educador e terapeuta financeiro, considera alguns pontos que devem ser observados ao comprar os produtos da lista. 

Devido à falta de educação financeira, as despesas se acumulam e as famílias se perdem em meio a tantas contas para pagar, muitas vezes, ultrapassando o limite de seu orçamento financeiro.

Conforme o especialista, a maior dúvida é como economizar sem ter que desistir de obter os itens que as crianças necessitam. “Sempre recomendo que pensem o quanto precisam trabalhar para conseguir o seu salário. A partir daí, fica fácil valorizar esse dinheiro, aprendendo a pesquisar preço e, principalmente, a negociar os valores das compras”.

Então, o primeiro passo é realizar um diagnóstico da vida financeira da família, para saber exatamente quais são os ganhos e gastos mensais e quanto poderá dispor para a aquisição do material escolar. É fundamental ir às compras com antecedência para não precisar ser obrigado a pagar mais caro de última hora. 

Compras exigem planejamento segundo especialistas/Crédito: Divulgação

Dicas

  • Procure conversar com outros pais e tentar fazer a compra em conjunto, pois, assim, a probabilidade de conseguir preços menores aumenta;
  • Junte o material escolar do ano anterior e veja a possibilidade de reutilizá-los. É possível ainda reaproveitar livros didáticos do filho mais velho para o mais novo, se for o caso. Se não der, faça uma boa ação e doe o material para crianças ou jovens de famílias que não possuem condições de comprá-los;
  • Faça uma lista do que se precisa comprar, para não se perder e acabar rendendo-se aos impulsos consumistas, deixando de economizar;
  • Converse com os filhos antes de sair às compras, explicando a situação em que a família se encontra e quanto poderão gastar com os materiais. Caso contrário, será muito fácil ceder aos desejos deles e, com isso, gastar mais do que o planejado;
  • Quando estiver na loja, seja sincero e explique ao vendedor de forma clara o que você precisa, buscando sempre a melhor opção de pagamento. Sempre pergunte quanto aquele produto custa à vista? Isso proporcionará bons descontos. Se tiver que pagar a prazo, veja se as parcelas caberão no orçamento mensal.

Ele destaca ainda que comprar materiais escolares requer cuidados, mas o investimento vale à pena, pois é o que dará a base necessária para os estudos. “Preocupar-se em economizar sem deixar de proporcionar o que a família precisa faz parte do processo de educação financeira. Passe esses ensinamentos aos pequenos, pois, se aprenderem agora, se tornarão adultos mais conscientes e saudáveis financeiramente”.

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio

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