Venda da Amazônia Celular está autorizada

Em: 21 de agosto de 2007
Uma polêmica de última hora marcou a aprovação da venda ontem da Telemig e da Amazônia Celular para a Vivo por R$ 1,2 bilhão.

Embora concordasse com a venda da duas companhias, o Opportunity, um dos acionistas da complexa cadeia societária das duas operadoras, se opôs à aprovação por discordar da “condução do processo”. Como não tem maioria no negócio, a venda acabou sendo aprovada pelos fundos de pensão e pelo Citibank.
Na prática, a participação colocada à venda foi da controladora Telpart, onde o Opportunity detém 49% de participação, por meio de uma empresa chamada TPSA. Os fundos de pensão e o Citibank também participam da Telpart. Nos últimos anos, os três sócios se envolveram em sucessivas disputas societárias, mas chegaram a um acordo para a venda.
De maneira simplificada, o Opportunity afirma que foi contra porque o negócio teria sido conduzido “sem a devida transparência” e a estruturação da venda “não respeitou o modelo idealizado inicialmente que visava maximizar o retorno do investimento realizado”. A assessoria do banco informa ainda que a TPSA não foi “engajada no processo de venda”, nem nas discussões com os potenciais compradores nem com a Merrill Lynch na avaliação das propostas feitas.

Embora os envolvidos nos entendimentos para a venda não confirmem, sabe-se que pelo menos a Claro, do grupo mexicano America Movil, e a Oi apresentaram também propostas de compra da Telemig.
Uma das divergências, segundo um executivo de uma das empresas envolvidas, dizia respeito ao pagamento de imposto. Como a venda foi feita pela Telpart, controladora direta das duas operadoras, a operação resultará em pagamento de imposto perto de R$ 100 milhões, o que poderia ser evitado caso a venda se realizasse por meio de outra empresa da complexa cadeia societária -ou seja, mais distante das duas empresas controladas.
O executivo Alberto Guth, diretor do Angra Partners, que representa os fundos na operação, limitou-se a comentar que não foi encontrado comprador para ficar com o negócio fazendo a aquisição “na parte de cima da cadeia de controle” porque isso, na avaliação dos potenciais interessados, envolveria o risco de os conflitos societários do passado continuarem existindo.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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