A venda de veículos importados no Brasil cresceu 19,7% em julho na comparação com o mês anterior, de acordo com balanço divulgado nesta segunda-feira (8) pela Abeifa (Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores). No mês, foram comercializados 3.337 unidades das 18 marcas filiadas à entidade, contra 2.788 unidades de junho. Na comparação de julho com o mesmo período do ano passado, o setor apresentou queda de 37,1%.
No acumulado do ano até julho, foram vendidas 21.537 unidades. Em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram vendidos 38.183 veículos das marcas associadas, as vendas de importados registraram queda de 43,6%.
O crescimento em julho não ameniza o fraco desempenho do setor durante o ano, segundo o presidente da Abeifa, José Luiz Gandini. “Reconhecemos que a crise de confiança dos consumidores tem prejudicado a venda de veículos novos”, afirma.
Um dos motivos para o fraco desempenho, segundo ele, continua sendo a sobretaxa cobrada pelo governo federal na comercialização de importados no país. As empresas em países fora do Mercosul que importam veículos para o Brasil são tributadas de duas formas. A primeira diz respeito ao próprio imposto de importação, de 35% sobre o valor do produto. E a segunda refere-se ao IPI, que também é válido para quem produz no Brasil. Esta segunda, no entanto, adiciona 30 pontos porcentuais para o importador em comparação com a taxa cobrada para a empresa que produz no Brasil.
“Se não estivéssemos contingenciados pelas cotas proporcionais sem os trinta pontos porcentuais do IPI, certamente teríamos recuperado parcela importante das perdas do primeiro semestre”, disse Gandini, em nota encaminhada à imprensa antes da coletiva de anúncio do balanço.
Os 30 pontos a mais só são cobrados se as importadoras ultrapassarem uma cota anual de importação. O limite de importação sem a cobrança dos 30 pontos é de 400 unidades mensais, segundo a Abeifa. “Diante desse cenário, hoje é impossível comercializar no mercado interno produtos importados fora das cotas proporcionais ou acima do teto máximo de 400 unidades mensais. Nossos preços ficam inviáveis diante da concorrência nacional. Com isso, há quatro anos estamos perdendo concessionárias e corremos sério risco de perder ainda mais”, afirmou.
Produção local
Considerando apenas os modelos de associadas da Abeifa que são produzidos no Brasil, como unidades da Chery, BMW, Land Rover, Mini e Suzuki, o número de vendas no mês de julho foi de 1.101 unidades, o que corresponde a uma queda de 14,7% em relação ao mês anterior. Se comparado com julho de 2015, houve uma redução de 79,2% nos resultados. No acumulado dos sete primeiros meses do ano, as cinco associadas tiveram queda de 63% nas vendas sobre 2015.
Participação
Considerando apenas a quantidade de veículos importados, a participação das associadas da Abeifa no mercado interno foi de 1,91%, tanto no mês de julho como no acumulado de 2016. Somando a produção nacional, a parcela foi de 2,54% em julho e de 2,47% no acumulado do ano.
O porcentual de market share dos importados ainda é ínfima, de acordo com o presidente. “Como está, a tendência é de fechamento de algumas marcas, como já ocorreram em um passado muito recente. Quanto à produção nacional, as nossas associadas ainda estão em fase de crescimento. Por isso, a importância de o governo federal abreviar, o quanto antes, o fim dos 30 pontos percentuais no IPI”, argumentou Gandini.
Esportivo Nissan no Brasil
Depois de muita expectativa, finalmente o superesportivo Nissan GT-R linha 2017 está a caminho do Brasil. Segundo informações da representante oficial do modelo, localizada em uma das áreas mais valorizadas de São Paulo, um lote de três carros deixou o Japão no último dia 28 de julho com destino ao nosso país.
Os cupês devem chegar por aqui entre os dias 25 e 28 de agosto (considerando já um prazo mínimo para os procedimentos de liberação dos veículos na alfândega) por preços que ficarão entre R$ 900 mil e R$ 1 milhão. Neste primeiro lote, todos os carros trazem carroceria na cor laranja combinando com um interior no mesmo tom. Mas há muitas opções de cores, azul, prata, laranja… que podem igualmente serem configuradas pelo cliente, no ato da negociação. O ponto de venda oficial do GT-R no país vai trazer o cupê em lotes, tal qual aconteceu essa primeira leva. Se o cliente for àquele showroom querendo comprar um Godzilla (como é carinhosamente conhecido no Japão) e o carro fizer parte de um lote já requisitado pela loja, esse modelo será entregue em um prazo de 90 dias para o felizardo consumidor. Caso o consumidor queira uma exclusividade ainda maior, como uma unidade com uma combinação de cores mais incomum, o prazo de entrega pode subir para seis ou até oito meses.
Aos futuros clientes, uma entrada (reserva) mínima de aproximadamente R$ 100 mil será exigida para se fazer o pedido do carro. Quem vai definir esse valor exatamente é a Nissan. E, se por um lado o GT-R ainda nem chegou por aqui, por outro, a rede da marca corre para deixar tudo pronto por aqui quando o Godzilla pisar em solo brasileiro. Um exemplo é o equipamento de última geração, destinado a ajustar diversos parâmetros no carro, que já está na oficina da marca -que fica na zona Sul da capital paulista.
O aparato serve para ajustar o GT-R para um “track day”, modalidade em que o veículo é exigido ao extremo em uma pista. Nessas situações, o aparelho recalibra a cambagem e o alinhamento das rodas para dar mais equilíbrio ao carro. Quando o cupê retorna do autódromo, ou de onde ele tenha ido acelerar, ele pode ser levado novamente à mecânica para ter suas configurações originais reconfiguradas.
No mundo
Mais uma vez, a Volkswagen ultrapassou a Toyota nas vendas de carros ao redor do mundo. A conquista, no entanto, vale mais como prestígio do que como representatividade no mercado. O grupo Volkswagen vendeu 5,1 milhões de veículos nesse primeiro semestre. Foram cerca de 80 mil carros a mais do que a concorrente japonesa.