A venda de motocicletas no mercado interno caiu 16,6% em novembro, de acordo com balanço divulgado na quinta-feira, 10, pela Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares). Na comparação com com o mesmo período do ano passado, no entanto, as vendas aumentaram 12,1%.
Segundo a Abraciclo, foi o segundo mês consecutivo de queda, já que em outubro houve diminuição de 2% ante o mês anterior. Nos últimos 12 meses, o setor registra retração de 31,1%. As exportações tiveram alta de 12,8% sobre outubro, mas, comparadas a novembro do ano passado, houve queda de 41,4%. No acumulado do ano, as perdas chegaram a 56,1%.
Para o presidente da Abraciclo, Paulo Takeuchi, a queda nas vendas está diretamente ligada a dificuldade de obtenção de crédito direto ao consumidor, o que levou essa modalidade, que em 2008 representou cerca de 60% das vendas, para o patamar de 45% em 2009.
“A redução da oferta de crédito ocorreu porque, depois da crise, houve maior seletividade e rigor para aprovação de cadastro. Antes, também tínhamos prazos mais alongados para pagar as parcelas e hoje isso está restrito a no máximo 48 meses, além da exigência de uma parcela de entrada”, explicou.
Retomada do crescimento
Takeushi estima que o setor feche o ano com a produção de 1,49 milhão de motocicletas, 30% a menos do que em 2008, quando o total foi de 2,13 milhões de unidades. Em termos de vendas, a Abraciclo deve registrar queda de 17%, com a comercialização de 1,56 milhão de motocicletas contra o total de 1,879 milhão em 2008. As exportações devem totalizar 55 mil unidades, 58% a menos do que em 2008, quando foram exportadas 137 mil unidades.
Para 2010, Takeushi espera a retomada do crescimento do setor, impulsionado por um aumento de 15% nas vendas, com 1,8 milhão de motocicletas comercializadas. “A previsão é termos um cenário econômico favorável para o ano que vem, influenciado pela Copa do Mundo, pelas obras do PAC [Programa de Aceleração do Crescimento], pelo aumento do consumo, do emprego e da renda, além do fato de o Brasil sediar a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016”, disse.
Para tentar incrementar o mercado, a Abraciclo está em negociação com os bancos privados e públicos para obter linhas especiais de financiamento. “Estamos conversando principalmente com os bancos públicos para ver se conseguimos um recurso específico para que possamos alavancar o setor de duas rodas. Esperamos ter uma resposta positiva em breve”, concluiu Takeushi.