23 de novembro de 2024

Vendas de seminovos têm queda no Amazonas

O mercado de  veículos seminovos e usados, no Amazonas, apresentou  queda de 2,2% em abril deste ano. Foram 9.029 unidades comercializadas contra 9.232 automóveis vendidos no mês de março. De acordo com a Federação, no entanto, o número de comercializações foi superior em relação ao mesmo período do ano passado. Os dados são do Relatório divulgado pela Fenauto (Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores). 

Conforme o levantamento, se comparado ao mês de abril do ano passado, apenas 517 veículos seminovos foram comercializados, o que corresponde ao aumento de 1.646,4%. Os números superaram os índices nacionais com queda nas vendas de 9,6% em relação a março.

O presidente da  Fenauto, Ilídio dos Santos, considera que os números registrados no Amazonas são positivos se comparados à média nacional. Para ele, a retração está ligada à pandemia ocasionada pela  pandemia no Estado. Ele afirma que a performance em relação aos números nacionais pode estar atrelada ao fato que do consumidor manauara, está mais seguro frente a situação de normalidade no Estado e preparado para adquirir a compra de seu veículo, diferente aos demais estados do país, onde a segunda onda da Covid ainda está presente fortemente. 

“Nos primeiros meses do ano, vimos a epidemia crescer em praticamente todo o país e mais intensamente no Amazonas, que sofreu um colapso na saúde pública. Mas, por ter começado antes, a pandemia diminuiu mais depressa nesse estado. Mas, no restante do país, demorou mais. Daí a queda do volume de negócios em praticamente todo o país. Mas, se olharmos os números nacionais, tanto em acumulado neste ano, como no mesmo período do ano passado, veremos que as vendas cresceram e, é nossa opinião, que deverão continuar positivas nos próximos meses com a flexibilização cada vez maior do comércio e o avanço da vacinação em massa, diminuindo o número de internações e a volta da confiança no consumidor”. 

Escassez elevou custos

Para quem atua no mercado, a queda está associada à paralisação das montadoras pela falta de insumos. “Diante da dificuldade de comprar e receber carros novos, para retomar à normalidade da produção, o mercado está sem produto. Não tem mercadoria para comprar. O carro zero ficou fora do mercado e impacta o mercado como um todo”, atribui  Diogo Augusto, proprietário da empresa de usados Kodo Veiculos.

Ele diz que a demanda está grande, mas não tem produto para comercializar e quem tem e conseguiu fazer estoque está vendendo. “Quem não se preparou está sentindo o efeito ser maior”. 

Outros fatores que trazem vantagem para quem comercializa seminovos em trabalhar com estoque são o tempo de mercado da loja, a parceria com empresas e a carteira de clientes, “isso faz captar mais carros”. 

Para ele, a escassez dos veículos nas fábricas impede que os consumidores façam troca.  “Muitos estão segurando o seu carro usado. Além disso, a média de valores de veículos chega a R$ 10 mil reais para qualquer tipo de veículo. E isso assusta”. 

O presidente da Fenauto reforça que os números devem continuar positivos nos próximos meses, acompanhando a recuperação gradativa da economia. “Percebemos que o consumidor, desde o início da pandemia, não perdeu a vontade de comprar um carro. Ao contrário, apenas adiou esse momento e agora está mostrando que continua querendo efetuar a compra até pela própria sensação de segurança de não depender do transporte público como ônibus, metrô etc. Ele quer ter a segurança do seu próprio veículo, pois sabe que ele estará sempre higienizado, e sem criar aglomerações.

Retomada e estabilização 

No ano passado, assim como em todo o Brasil, o setor sofreu muito logo no começo da pandemia, por conta da falta de informações confiáveis, cenários de incertezas, quarentena e fechamento do comércio. Mas, aos poucos, os lojistas perceberam que poderiam continuar com suas vendas de forma online, utilizando as mídias sociais mais intensamente,  oferecendo toda a facilidade para o cliente encontrar o veículo que deseja, promover toda a facilidade em termos de obtenção de crédito e documentação e até mesmo entregar na casa do cliente o veículo totalmente higienizado.Assim, conseguiram manter as vendas e, a partir de junho, começaram a subir em “V”, recuperando-se rapidamente. Acreditamos que se não tivermos nenhuma outra surpresa com relação à pandemia, conseguiremos manter um ritmo positivo de vendas em 2021.

Segmentos 

Dos 9.029 comercializados em abril,  os segmentos de automóveis e motocicletas,  apresentaram a maior performance nas vendas 5.498 e 2.085, respectivamente. Seguida de comerciais leves 1.249; caminhões 2.085; outras 43.

Entre as marcas mais vendidas no Amazonas lidera a lista modelo Gol (468), seguida do Onix (336);  foram vendidos (293) do modelo Siena;  Palio (287)  a marca Celta (273); HB20 (255)  e o Prisma (185) 

Nacional

Em todo o país, em abril, cerca de 1.118.285 veículos foram comercializados em oposição a 1.237.030 em março, com recuo de 9,6%. Em relação ao mesmo mês de 2020, o aumento das vendas foi de 459,4%. Em relação ao acumulado nos quatro primeiros meses de 2021 o registro foi de 40,7% maior  que o mesmo período do ano passado.

Conforme a Fenauto, os números refletem os efeitos da segunda onda da Covid-19 que atingiu o país, provocando medidas mais enérgicas de isolamento, além de um novo fechamento do comércio no mês passado.

Para o presidente da organização os efeitos dessa segunda onda da epidemia foram sentidos no mês de abril, mas acredita que a nova flexibilização das medidas e o retorno das atividades do comércio, já anunciadas pela maioria dos Governos Estaduais, deverão gerar resultados positivos novamente nas próximas semanas. Isso, aliado ao avanço da vacinação por todo o país, deve trazer uma nova onda de confiança aos consumidores”, avaliou o presidente da Fenauto, Ilídio dos Santos. 

Foto/Destaque: Divulgação

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio

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