Xadrez, esporte que só traz ganhos

Em: 17 de fevereiro de 2025
O professor Paulo Lima forma enxadristas amazonenses há quase 20 anos, e comemora os títulos conquistados por seus alunos.

 Um jogo, considerado esporte desde 2001, o xadrez só traz ganhos para quem o pratica: desenvolve a concentração, a paciência, a memória, o planejamento, a tomada de decisões, o raciocínio rápido, o trabalho em equipe. Que o diga o professor Paulo Lima, que há quase 20 anos forma jogadores de xadrez. Atualmente sua escola funciona no Espaço Cultural Millennium, no Millennium Shopping, aos sábados, das 11h às 14h, e dá aulas em domicílio.

“Aprendi xadrez quando tinha 14 anos. O casal carioca Maria José, artista plástica, e seu marido, Haroldo Batista, militar aposentado, haviam se mudado para Manaus e ele começou a ensinar xadrez. Fomos estudar com ele, eu e meus irmãos, mas só eu levei aqueles ensinamentos a sério e quis encarar o aprendizado como uma futura profissão. O xadrez se tornou uma verdadeira paixão para mim”, contou.

Paulo levou tão a sério o xadrez que, dois anos depois, fez um curso para se tornar instrutor do esporte e, no ano seguinte, foi contratado como menor aprendiz para dar aulas de xadrez no Centro Educacional Adalberto Valle. O Centro Educacional disponibiliza mais de dez esportes para seus alunos, entre eles, o xadrez.

“Em 2013 o Centro Educacional La Salle me convidou para dar aulas lá. Eles também têm atividades extraclasses divididas entre esportes e artes”, disse.

Paulo lembra que, apesar de a FAX (Federação Amazonense de Xadrez) ter sido fundada em 1968, somente nos últimos anos os praticantes do esporte têm se destacado nacionalmente. Desde 2022 a FAX organiza o Manaus Chess Open, que já é considerado o maior torneio de xadrez da Região Norte, atraindo enxadristas do Brasil e do exterior.

Manaus Chess Open

Ano passado foram mais de 120 enxadristas do Brasil, Paraguai, Uruguai, Argentina, Venezuela, Bolívia, França, Escócia e Zâmbia competindo no Manaus Chess Open.

“A cada ano que passa a FAX tem conseguido aumentar a premiação para os vencedores. Este ano será de R$ 75.000, e as partidas acontecerão entre os dias 10 e 17 de outubro, em dois hoteis, o Intercity e o Quality, ambos em Adrianópolis”, avisou Paulo.

Ainda, segundo Paulo, o Manaus Chess Open fez o xadrez dar um upgrade no Amazonas pela oportunidade que os amazonenses estão tendo de jogar com grandes mestres, da elite enxadrista.

“Em 2022 veio o número 1 da América Latina, o argentino Sandro Mareco. Com esses mestres temos a oportunidade de colocar em prática o que estamos aprendendo e treinando, nos aperfeiçoando com esses jogadores teoricamente mais fortes do que nós. Ano passado, por exemplo, o Suan Bruno ganhou de um grande mestre, Jaime Sunye, que havia sido campeão brasileiro.  

A FAX também organiza, desde a sua criação, em 1968, o Campeonato Amazonense, e o campeão dos campeões é Pedro Moraes, que acumulou 16 títulos de Campeão Absoluto, entre 1979 e 2001, seguido por Alexandre Gonçalves e Andrey Neves, com oito títulos cada um.

“Até hoje Pedro Moraes compete, e detém o título de Mestre Nacional. Atualmente o número 1 do Amazonas é o Renan Reis, e o Vítor Gabriel é campeão amazonense Absoluto”, acrescentou.

 

Ida ao Fenaj

Não satisfeito em apenas ensinar seus alunos a jogar xadrez, Paulo trabalha para que se tornem não só campeões amazonenses, mas nacionais e até internacionais. Desde que começou a dar aulas no C.E. Adalberto Valle, o professor deu início às suas incursões pelo Brasil, com aqueles que se destacam, participando de torneios e campeonatos, em busca de títulos. E vem colhendo resultados.

“Ano passado dois alunos meus, Tiago Adami, 14, e Ryan Freitas, 12, foram medalha de ouro no JEBs (Jogos Escolares Brasileiros), realizados em Recife, entre setembro e outubro. O evento reuniu milhares de atletas de todos os estados brasileiros, competindo em 18 modalidades, entre elas, o xadrez”, falou.

“O Tiago é meu aluno desde os onze anos, e o Ryan também. Enquanto o Tiago estuda no La Salle, escola particular que dá todas as condições para seus alunos se desenvolverem no xadrez, o Ryan eu descobri através de um projeto social na Escola Municipal Guilherme Barbosa Baker, o que demonstra que o xadrez nivela todos pela sua capacidade, independente da condição social. Tiago e Ryan ganharam seis partidas, jogando juntos, em equipe”, comemorou.

Agora o professor Paulo deseja levar os dois garotos para participarem do Fenaj (Festival Nacional da Juventude), que acontecerá em abril, em Florianópolis.

“A participação em torneios como o Fenaj é fundamental para subir de classificação, mas para participar precisamos de patrocinadores que banquem nossas passagens e estadias, nos três dias do evento. Por enquanto só temos o famoso ‘paitrocínio’, mas precisamos de muito mais”, concluiu.

 

Informações: 9 8159-0209. Instagram: @paulochesscoach

Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
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