23 de novembro de 2024

O Melô dos Caras Coroas

Bosco Jackmonth*

Divorciado e com um novo amor, às vezes dá certo e o cara coroa passa a viver então maravilhosos momentos românticos jamais imaginados. Volta a namorar com o sabor da juventude cujos anseios tinham como trilhas sonoras melodias como “Fascination”, “Too Young”, “An Affair To Remember”, “September Song”, e outras”. Não faz diferença hoje ouvir e dançar ao som dessa musicalidade atual. Fala o coração, que aliás (o de músculos) deve merecer especial cuidado nessa fase de muita emoção. Se tiver sorte, ou juízo, o cara coroa será assim feliz até que “a morte os separe” ou não até que “a vida os separe”, pois pode acontecer que o apaixonado, desavisado, descubra um dia certas coisas nada positivas sobre a nova amada.

Nessa situação desquerida, depois de outras tentativas frustradas, quando em alguns casos vem à memória, entre outras coisas, a inquestionável moral da ex-espôsa, e não podendo retroceder, ao cara coroa resta embalar a vida ao som nostálgico de “Smile”, a melodia que passa a ser compatível com a sua vida –  seu melo, como dizem (“sorri, vai mentindo à tua dor, que ao te ver assim a sorrir as pessoas vão supor que és feliz”). É o que vem contar aqui no escritório.

Algum nível de ciúme é necessário em todo relacionamento. Todos nós, alguma vez, já o sentimos. As pessoas costumam dizer que o ciúmes é o tempero do amor, aquela pitada que o incrementa, mostrando que o interesse mútuo permanece aceso. A presença de ciúmes é saudável nas relações amorosas. O ciúmes serve como um sensor, ume medida de segurança que se sente na relação. Sua ausência, anto quanto seu excesso, pode prejudicar o relacionamento. No caso de ciúmes normal, a honestidade e o reasseguramento do companheiro são importantes. Muitas vezes reações de ciúmes são esperadas, por exemplo na descoberta de uma infidelidade. Quando não há intimidade suficiente no relacionamento, o ciúmes também pode se intensificar, pois o companheiro tenta desesperadamente se orientar em uma estrada onde a sinalização não é clara e por isto testa o relacionamento constantemente.

Quando o ciúmes se torna excessivo, ao invés de fazer bem ao relacionamento, acaba tendo o efeito oposto, muitas vezes afastando o companheiro. Na ânsia de não perder a pessoa amada, o ciumento cerceia seus passos e sua liberdade de tal modo, invadindo seu espaço pessoal a sua privacidade, ferindo seus sentimentos com acusações infundadas, que afrouxa o laço que os uniam. O controle que o ciumento tenta impingir ao seu parceiro vai “sufocando” a vítima do ciúmes, que se afasta cada vez mais para poder “respirar”. Seus atos, suas amizades, seu trabalho, sus pensamentos, suas fantasias e lembranças, tudo parece ameaçar a segurança do ciumento. O ciúmes doentio faz com que sua vítima se sinta cada vez mais ressentida com a falta de confiança do companheiro em seu comprometimento para com ele. (Continua)

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Advogado empresarial (OAB/AM 436). Ex-funcionário do Banco do Brasil, em Manaus designado como Fiscal de Bancos junto a agências bancárias da praça, voltadas para contratos em moedas estrangeiras, comissionado a ordem do Banco Central. Tornou-se escriturário na Agência Centro do Rio de Janeiro. Cursou Comunicação Social (Jornalismo); Contabilidade; Lecionou História Geral; Autor do livro “O Ônus do Bônus”. Tem sido articulista na imprensa local. 

Bosco Jackmonth

* É advogado de empresas (OAB/AM 436). Contato: [email protected]

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