Carlos Silva
Bem diferente da minha infância, estamos à alguns dias do início da Copa do Mundo e não vejo esse clima nas ruas. Em meados dos anos 60 e no período do Tri, as ruas estavam enfeitadas desde o início do ano, e isso independentemente da política nacional e internacional. Naquele tempo, bem diferente de hoje em dia, as TV, hoje chamadas de mídias televisivas ou outros nomes modernos, distribuíam informações e alegria, com programas de humor, desenhos animados e um bom jornalismo. Isento, e mesmo com as confusões de esquerda-direita por aí. Mas, infelizmente, hoje em dia, por desgraça pura, mas que vai mudar um dia, rogo a Deus, os proprietários de determinados canais de TV escolhem um lado e o endeusam e destroem os outros lados. A culpa não é dos jornalistas e dos leitores de teleprompter que estão na folha de pagamento, pois, a maioria, segue a “música que toca”. Então, se um meio de poder imenso de influenciar pessoas, como as TV, usa a parcialidade, isso me indica e comprova que estou certo em oferecer a estes canais a minha repulsa e falta de credibilidade total. Logo, eu não assisto a isso tudo. Enfim! Hoje, estou assistindo pessoas se manifestando defronte quartéis, exigindo e rezando por uma solução para ao malditos problemas do nosso Brasil e que foram agravados em função de resultados em pleito em um domingo próximo passado. São pais e mães de família. Não são terroristas e nem guerrilheiros armados. Mas, por outra abordagem, da qual eu não compactuo, algumas TV os chamam de “golpistas”. Isso é pura maldade. Mas, o nosso Brasil esteve, desde sempre, ao longo de sua história, sob a influência de revoluçõesinhas aqui e ali. Uma a mais ou a menos, tudo bem. Mas, voltando à Copa do Mundo, o que tenho a dizer? Bem, tive meu primeiro contato com Copa do Mundo assistindo, molecote ainda, em “videoteipe”, a violenta Copa de 1966. E na casa da patroa de mamãe, que na época era empregada doméstica, do interior do nordeste e sem carteira assinada. E desde 1950! Aliás, meu pai nasceu em 1930, também no sertão nordestino. E nasceu escravo. Até hoje, é nítida a diferença do nordestino das capitais e do sertão. E como essa praga não mudou, eu culpo a forma de fazer política no nosso nordeste. E isso não me agrada, mesmo. Depois, em 1970, na casa de amigos, assisti ao tricampeonato mundial. E fiquei 24 anos aguardando o tetra! E em 2002, alcançamos o penta! Isso me lembra o único presidente da História do Brasil que foi aplaudido no Maracanã lotado: Médici. Nenhum outro, com tanta energia. Agora, em alguns dias, vamos a campo de novo. E, neste domingo, quando digito este artigo, não sei qual é o time ainda. Mas, depois do tetra de Romário e companhia, eu nunca mais assisti jogos da Seleção Brasileira. Simplesmente porque, creio, não haverá emoção maior que ter esperado 24 anos pelo tetra. Torço pelo hexa, é claro. Mas, se não for possível, pelo menos, como bônus, nos livramos do Sr Adenor Leonardo Bacchi da função que, por hora, ocupa na “canarinho! E a vida segue !