As nações que mais contribuem para o bem da humanidade

Em: 18 de janeiro de 2023

Desde 2014, Simon Ahhot, lançou o Good Country Index, um índice que classifica as nações por sua capacidade de ajudar o planeta e pessoas de outros países. E o artigo aborda sobre o autor da metodologia, os principais indicadores, lista os melhores países, bem como apresenta como o Brasil foi avaliado neste ranking internacional.

O britânico Simon Ahhot é conhecido na Europa por ser consultor de Presidentes, Ministros e Governos, ajudando-os a se envolver de forma mais produtiva com a comunidade internacional. Ele já publicou livros e o último publicado em 2020, chama-se “The Good Country Equation: How Can we Repair the World in One Generation – A equação do bom país: como podemos consertar o mundo em uma geração”.

O Simon também desenvolveu três rankings, e um deles é conhecido como Good Country Index, lançado em 2014, o qual tenta medir o quanto cada país contribui para o planeta e para a humanidade. Basicamente, a metodologia, fontes e demais informações estão disponíveis neste link < https://www.goodcountry.org/index/about-the-index/>. A classificação geral de cada um dos 169 países, é medida a partir da análise de 35 indicadores com dados publicados entre 2017 e 2020, classificados em sete categorias, a saber:

C1) Contribuições para a Ciência e Tecnologia

Indicador 1.1 Número de estudantes estrangeiros estudando no país; 1.2 Exportações de periódicos, revistas científicas e jornais; 1.3 Número de artigos publicados em jornais internacionais; 1.4 Prêmios Nobel acumulados atribuídos aos países com base no país de nascimento dos laureados, bem como no país de afiliação institucional no momento da premiação; 1.5 Número de Pedidos de Tratado de Cooperação Internacional de Patentes.

C2) Contribuições para a Cultura

Indicador 2.1 Número de eventos internacionais realizados; 2.2 Exportação de bens e serviços culturais; 2.3 Contribuições da UNESCO; 2.4 Liberdade de Movimento, medido pelo número de países/territórios nos quais os cidadãos podem entrar sem visto; 2.5 Liberdade de Imprensa.

C3) Contribuições para a Paz e Segurança Mundial

Indicador 3.1 Número de tropas de manutenção da paz enviadas ao exterior para missões da ONU; 3.2 Dívidas em atraso para a contribuição financeira para missões de paz da ONU; 3.3 Número atribuído de vítimas da violência internacional organizada (número de vítimas por conflito dividido pelo número de países envolvidos); 3.4 Exportação de armas e munições; 3.5 Pontuação do Índice Global de Segurança Cibernética.

C4) Contribuições para a Ordem Mundial

Indicador 4.1 Porcentagem da População que faz doações para caridade; 4.2 Número de refugiados acolhidos; 4.3 Número de refugiados no exterior; 4.4 Taxa de Natalidade da população; 4.5 Número de tratados da ONU assinados (até 2020) como parte de ação diplomática para resolução pacífica de conflitos.

C5) Contribuições para o Planeta e Clima

Indicador 5.1 Contas Nacionais de Pegadas, Pegada Ecológica; 5.2 Percentual de conformidade com acordos ambientais multilaterais envolvendo resíduos perigosos e outros produtos químicos; 5.3 Exportações de pesticidas perigosos; 5.4 Participação das Energias Renováveis em relação ao consumo final total de energia; 5.5 Consumo de substâncias que destroem a camada de ozônio.

C6) Contribuições para a Prosperidade e Igualdade

Indicador 6.1 Comércio além das fronteiras; 6.2 Número de trabalhadores voluntários e humanitários enviados ao exterior; 6.3 Risco de Lavagem de Dinheiro e Financiamento ao Terrorismo; 6.4 Fluxo de Investimento Estrangeiro Direto; 6.5 Contribuições da cooperação para o desenvolvimento.

C7) Contribuições para a Saúde e Bem-Estar

Indicador 7.1 Financiamento de ajuda alimentar; 7.2 Exportações de produtos farmacêuticos; 7.3 Contribuições excedentes para a OMS; 7.4 Contribuições de ajuda humanitária e 7.5 Conformidade com os Regulamentos Internacionais de Saúde.

Maioria desses indicadores também leva em consideração o PIB, com dados coletados de fontes como Banco Mundial, OMS, UNESCO, ITC, ITU, UNHCR, WIPO, NU, etc. Para tanto, os países recebem pontuações em cada indicador como uma classificação fracionária relativa a todos os países para os quais há dados disponíveis, cuja maioria dos dados é corrigida em relação ao PIB da região. Ao final, cada nação é ranqueada e a última versão (1.5) desse relatório digital permite visualizar, para cada categoria, os gráficos de barra, que apontam se o país está abaixo, dentro ou acima da média de todos os países. 

Como resultado, os cinco países que mais contribuem para o planeta e para a humanidade são: 

1º) Suécia, se destacando nas categorias Prosperidade e Igualdade (1º), Planeta e Clima (2º), Saúde e Bem-Estar (2º); 2º) Dinamarca, se destacando em Prosperidade e Igualdade (3º), Saúde e Bem-Estar (4º); 3º) Alemanha, se destacando em Saúde e Bem-Estar (1º); 4º) Holanda, se destacando em Ordem Mundial; 5º) Finlândia, se destacando em Planeta e Clima (1º), Prosperidade e Igualdade (5º).

Por outro lado, os cinco que menos contribuem são: 169º) Síria; 168º) Mauritânia; 167º) República da África Central; 166º) Líbia; 165º) Sudão.

Já o Brasil, ficou no 62º lugar, com melhor pontuação nas Categorias: C4) Ordem Mundial (30º lugar) se destacando acima da média em ajudar os Refugiados, e número de tratados assinados com a ONU; C5) Planeta e Clima (41º) se destacando em cumprir acordos ambientais, Participação das Energias Renováveis em relação ao consumo final total de energia, porém contribui menos do que a média em relação ao Consumo de substâncias que destroem a camada de ozônio.

Por outro lado, as categorias com os piores resultados foram: C2) Contribuições para a Cultura (119º), em especial, realização de eventos internacionais, contribuições para a UNESCO, Liberdade de Movimento (visto), Liberdade de Imprensa; C3) Contribuições para a Paz e Segurança Mundial (112º), em especial, pesou os indicadores relacionados com as contribuições financeiras para a ONU, Segurança Cibernética, e Exportação de Armas. 

Vale lembrar que os dados coletados são de 2017 a 2020, sendo possível que na nova versão do relatório, o Brasil piore mais ainda por conta dos inúmeros retrocessos registrados durante todo o Governo Bolsonaro, tornando o país um pária na comunidade internacional.

Por último, se um país sonha em ser forte, desenvolvido, respeitado, precisa construir uma imagem melhor, precisa se comportar bem no ambiente internacional, neste sentido o Brasil tem muito a aprender com a Suécia, Dinamarca, Alemanha, Holanda e Finlândia, países considerados benchmark em ajudar o planeta e a humanidade.

Jonas Gomes

Prof. Dr. Jonas Gomes da Silva - Professor Associado do Dep. de Engenharia de Produção com Pós Doutorado iniciado no ano de 2020 em Inovação pela Escola de Negócios da Universidade de Manchester. E-mail: [email protected].
Pesquisar