Agradeço ao Governo Japonês pela forma cortês com que as autoridades, os diretores e gestores me trataram durante as visitas naquela nação, a fim de conhecer e divulgar as boas práticas que eles estão adotando para se tornar uma Sociedade 5.0 e descarbonizada. Neste artigo, resumo a viagem e recomendo parcerias com organizações japonesas para tornar Manaus uma cidade melhor para se viver, inteligente e sustentável.
O mês de outubro foi abençoado, cheio de emoções e aprendizagens que compartilho com você, leitor(a):
1) Nos dias 4 e 5/10/22, aconteceu em SP, o Connected Smart City & Mobility 2022, evento que palestrei e dialoguei com vários especialistas de Cidades Inteligentes. O tema da palestra foi “Cidades Inteligentes e Propostas para Descarbonizar o Amazonas até 2050”, cuja apresentação está disponível em <https://www.jgsilva.org/net0smartcity> opção Lecture (São Paulo), um material elaborado para fins de consulta, fruto de oito anos de pesquisa, com diversas fontes científicas e casos de sucesso sobre o assunto, incluindo Cingapura, Coreia do Sul e Japão.
Nesse evento, várias cidades foram premiadas pelos bons indicadores relacionados com cidades inteligentes, se destacando Curitiba, Florianópolis, São Paulo, São Caetano do Sul e Campinas. Lamentavelmente, Manaus, considerada uma das oito capitais mais “ricas” do país, com um polo industrial contendo cerca de 600 empresas, e que em 2016 foi prometida se tornar Cidade Inteligente pelo então Prefeito Arthur Neto, amargou a 67a posição, e ficamos de fora das cem melhores cidades nos quesitos Saúde, Mobilidade, Meio Ambiente, e Segurança, se destacando apenas no item Empreendedorismo, mas com queda do 3o para 19o lugar quando comparado com 2021, conforme pode ser visualizado interativamente neste link <<https://ranking.connectedsmartcities.com.br/>.
2) Nos dias 17 e 22 de outubro, viagem oficial ao Japão
No início deste ano, fui convidado pelo Consulado Geral do Japão em Manaus para participar de uma coletiva de imprensa (online) organizada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros do Japão (MOFA), sobre um tema relacionado ao Hidrogênio Verde & Energia Solar, uma fábrica instalada em Fukushima, cujo conteúdo divulguei para a população por meio de quatro artigos publicados no JCAM <https://bit.ly/3DRp1HQ; https://bit.ly/3h2nZQc; https://bit.ly/3zy326k; https://bit.ly/3DQBueT>.
A partir de fev./22, o mesmo Consulado fez um convite especial, para participar de um Programa chamado “Building a Multi-layed Network of Japan Experts”, patrocinado pelo MOFA, a fim de dialogar com oficiais e especialistas japoneses sobre temas de interesse do convidado, permitindo criar conexões, ter uma melhor compreensão dos temas, bem como a divulgar as experiências no país origem do convidado.
Tendo em vista os efeitos das mudanças climáticas, sua ameaça para a humanidade, e o esforço de diversos países para enfrentar o problema, especialmente o Japão, o tema escolhido foi sobre “A estratégia de crescimento verde para alcançar a neutralização do carbono até 2050” com os seguintes subtemas: Sociedade 5.0; Hidrogênio Verde; Energia Solar; Veículos Elétricos e Cidades Inteligentes.
O convidado teve direito e sugerir organizações para visitar, sendo semanalmente informado sobre a construção da programação, cuja versão final envolveu agendamento que permitiu diálogos, almoço, jantares com oficiais e especialistas de quinze organizações: Gabinete do Japão, MOFA, METI, MLIT, Prefeitura de Yokohama (Projeto de Cidade Inteligente), Panasonic (Cidade Inteligente e Sustentável de Fujisawa), Prefeitura de Hamamatsu (Projeto de digitalização inteligente da cidade-irmã de Manaus), Yamaha (Innovation Road Museum), Honda Motor (Fábrica de Transmissão), Suzuki (Museu Histórico), Smart City Institute Japan, Universidade de Estudos Estrangeiros de Tóquio (fiz uma palestra), NEDO (maior organização pública de fomento a pesquisa e desenvolvimento para organizações que atuam com projetos industriais e energéticos), JICA (Agência de Cooperação Internacional do Japão), NMTS (Museu que trata de assuntos sobre Soberania) e Universidade de Gunma.
Confesso que essa foi uma semana intensa, o momento em que me senti mais reconhecido e valorizado como professor e pesquisador em toda a minha vida, cujas informações, documentos e fotos já estão disponíveis para a sociedade ter acesso, pelo site <https://www.jgsilva.org/net0smartcity>, bastando escolher opção Japan. Por enquanto estão em Inglês, mas lá na frente haverá em nosso idioma.
Tendo em vista a limitação do espaço, neste artigo focarei sobre Cidades Inteligentes e os outros temas serão abordados adiante. A viagem permitiu descobrir diversas formas de tornar Manaus uma cidade inteligente e sustentável em parceria com organizações deste país:
1o) Com a JICA, pois essa agência tem treinamento específico sobre o assunto, possui uma metodologia que permite junto com os representantes do município, diagnosticar os principais problemas da cidade, priorizá-los, bem como oferece suporte técnico para ajudar a construir e implementar projetos ao longo do tempo, permitindo o compartilhamento de saberes com outras cidades que já passaram pela experiência.
Basicamente, há 21 elementos na abordagem da JICA classificados em cinco dimensões: 1) Política; 2) Organização; 3) Sistema; 4) Tecnologia e 5) Operação.
Porém, para dar início a um acordo de cooperação dessa magnitude com a JICA, ele pode acontecer a partir de duas formas: 1a) Governo Federal do Brasil negocia com Governo Nacional do Japão; ou 2a) Prefeito de Manaus inicia negociação com Gestores da JICA, apresentando documentação formal em que se compromete a trabalhar com a Agência sobre o projeto.
2o) Com a Prefeitura de Hamamatsu, pois essa cidade é irmã de Manaus e está implementando projetos de modernização digital do seu governo;
3o) Com a Prefeitura de Yokohama, particularmente gostei bastante da experiência deles, pois desde 2010 eles vêm transformando a matriz energética da cidade, otimizando o uso da energia e reduzindo a emissão do carbono, por meio de uso de diversas tecnologias e abordagens construídas de forma participativa com a população;
4o) Com a Panasonic, pois eles estão implementando com êxito cidades inteligentes no Japão e em outros países;
5o) Com o Smart City Institute Japan, eles oferecem consultoria para diversas cidades inteligentes no Japão e até para os oficiais do Governo Nacional do país. O Executivo do Instituto já morou no Brasil e até prometeu que poderia ministrar uma disciplina, caso a UFAM elaborasse um mestrado sobre Cidades Inteligentes ao longo do tempo.
Por fim, há tantas oportunidades, porém, elas dependem do interesse do poder público, especialmente da PMM e de sua capacidade para liderar o processo sobre como tornar, de forma participativa, nossa cidade inteligente e sustentável. E neste sentido, dia 03/11 (5a), às 19h, no Espaço de Inovação do Centro de Convenções Vasco Vasques, ministrarei uma palestra sobre o tema, a inscrição é gratuita <https://www.feiradopolodigitaldemanaus.com.br/>, participe.