Compliance – O que é isso?

Em: 13 de junho de 2018
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Fraude e corrupção têm sido termos frequentes na mídia e geralmente os associamos à política. Mas você já parou para pensar que eles podem estar presentes na sua empresa? Como seus líderes e colaboradores se comportam diante de dilemas éticos? É a área de compliance que ajuda a responder essas questões, a mitigar os riscos e a construir uma cultura organizacional ética.

Esse termo foi adicionado ao mundo corporativo nos últimos tempos. Para uns, já não tão novo assim, mas a maioria das pessoas ainda não sabe do que se trata o compliance. Gostaria de trazer, de forma facilitada, o que é compliance, para que você não se pegue voando numa reunião de trabalho em que o termo seja utilizado.

É preciso construir uma cultura organizacional ética forte e que seja absorvida pelos colaboradores para que saibam como agir diante dos dilemas vivenciados no dia a dia.

Origem do compliance corporativo

O termo compliance tem origem no verbo em inglês to comply, que significa agir de acordo com uma regra, uma instrução interna, um comando ou um pedido. No âmbito corporativo, Compliance é o dever de cumprir, estar em conformidade e fazer cumprir regulamentos internos e externos impostos às atividades da organização. O objetivo do compliance corporativo é proteger a organização de atos ilegais ou antiéticos.

As práticas de compliance ganharam espaço inicialmente no mercado financeiro, mas sua aplicação tem se estendido para as mais diversas organizações, tanto privadas como governamentais, especialmente as que estão sujeitas a forte regulamentação e controle.

No Brasil, o compliance chegou um pouco mais tarde, mas falando de mundo, um número crescente de organizações públicas e privadas passou a adotar um programa de compliance para garantir a transparência a partir da década de 1990.

Às ações de compliance, cabe cercar o problema do descumprimento de regras de base moral na organização, antecipar riscos e atender às exigências normativas. Por isso, o ideal é que compliance esteja integrado aos objetivos estratégicos das empresas, contribuindo com as decisões de negócios e se adaptando rapidamente às constantes mudanças inerentes ao ambiente corporativo.

Características do compliance

O compliance não se restringe apenas ao funcionário, processos e normas internas. Para ter uma política de compliance consistente é preciso garantir que fornecedores, colaboradores e qualquer interação com terceiros estejam de acordo com as normas de conduta propostas pela organização.Outra característica do compliance corporativo é a divisão de funções. Por exemplo, no caso de um investimento, quem o determina não pode ser a mesma pessoa que o fiscalizará. Quem cria uma norma interna não pode ser a mesma pessoa que vigiará se ela é cumprida. Os profissionais de compliance devem ser pessoas com larga e comprovada experiência não apenas no negócio, mas também em cargos de liderança.

Objetivos do compliance

Além de proteger organizações de riscos legais, ou seja, aqueles relacionados ao não cumprimento de leis ou normas aplicáveis, o compliance corporativo também as protege de riscos ligados à imagem e reputação. A reputação de uma empresa está fortemente vinculada ao nível de confiança pública que ela inspira nos consumidores e na sociedade, que preza por uma postura ética. Assim, as empresas que não cultivam valores éticos correm o risco de perder negócios.

A adoção de práticas de compliance demonstra o comprometimento das organizações não apenas com a lei, mas também com uma gestão responsável e transparente, conduzindo seus negócios com ética e integridade.

Ferramentas de compliance
Um Programa de Compliance é implantado com o objetivo de construir, desenvolver e manter a cultura ética nas empresas. Ao implantar um Programa de Compliance, as ferramentas mais utilizadas pelas organizações são:
– Códigos de ética e conduta;
– Canal de denúncia;
– Treinamento e desenvolvimento sobre ética organizacional;
– Programas de integridade;
– Due diligence de fornecedores;
– Jogos de compliance.
Aconselha-se que a organização comece criando um comitê para tratar o tema com a devida atenção e foco que o assunto exige. Em seguida, defina políticas e diretrizes para posterior comunicação e treinamento para seus stakeholders e, em paralelo, implante um canal seguro de denúncia e um programa de integridade no processo seletivo.
Boa semana!
Fiquem com Deus!

*é diretora-executiva da Paula Pedrosa Headhunter & HR Solutions – email: [email protected]

Paula Pedrosa

É CEO, Headhunter, Jobhunter e Coach de Carreira da Paula Pedrosa Headhunter & HR Solutions. Colunista de carreira, mercado e imagem corporativa do Jornal do Commercio
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