O Programa “Vendas em Balcão” do governo federal tem dois graves problemas no Amazonas. O primeiro é o alto preço praticado no estado, e o segundo é a redução nacional do estoque público de milho que pode paralisar o programa em todo o Brasil. Nossa bancada federal não pode mais ignorar o alto preço do milho do estoque público praticado pelo governo federal/Conab no Estado do Amazonas.
Da atual bancada, só tive acesso a pleitos do deputado federal Alberto Neto, mas, no meu ponto de vista, somente a união dos nossos deputados federais e senadores para reduzir o valor praticado no Amazonas. Não faz sentido o criador rural do nosso estado pagar R$ 96,00 na saca de 60 kg, o maior valor do Brasil. E em Roraima, esse preço ser de R$ 72,60 a saca de 60 kg.
A regional da Conab no Amazonas, seus técnicos tem se esforçado para ter um preço melhor, mas só a presença política, com ponderações equilibradas e fundamentadas, para resolver o assunto. Temos vários argumentos. Nós estamos falando de um produto com ligação direta na produção de carnes e ovos, ligação direta com a geração de renda dos criadores rurais de aves e suínos, e com a segurança alimentar e nutricional do nosso povo.
Nosso setor primário, nossos 350 mil produtores rurais precisam da união da bancada federal. As entidades como a FAEA, FETAGRI e OCB tem defendido este pleito, assim como o governador Wilson Lima e o secretário Petrucio Magalhães, mas a questão está no âmbito federal, então a melhor estratégia, a obrigatoriedade dessa defesa é dos nossos deputados federais e senadores.
Fim do estoque público de milho
O estoque público nacional de milho em grão vem caindo nos últimos quatro anos. Atualmente, o nível está muito baixo. Esse fim do estoque de milho do governo federal trará graves consequências ao Amazonas, em especial as atividades que dependem desse insumo, entre elas a criação de aves, suínos e bovinos.
Já venho alertando faz tempo essa queda no estoque, sem recomposição. Isso significa a paralisação total do Programa de Vendas em Balcão em todo o Brasil deixando o pequeno criador rural em situação ainda mais complicada para tocar sua atividade. Ainda não vi um discurso na Assembleia Legislativa direcionado ao Ministério da Agricultura questionando sobre providências para recompor o estoque público e evitar o prejuízo a milhares de pequenos criadores rurais que dependem do Programa Vendas em Balcão, incluindo os do Amazonas.
No âmbito federal, novamente, apenas tive acesso a pleitos do deputado federal Alberto Neto, que nem tem origem no setor, mas tem defendido bandeiras importantes da agropecuária local. A outra saída que teríamos, era intensificar a plantação de milho em nosso estado, mas com o travamento na área ambiental isso vira utopia. Quem perde? A economia dos nossos municípios, e a metade da população do estado que vive na extrema pobreza.
O preço do milho no mercado nacional e internacional está interessante, pagando bom preço, então, o produtor não vai vender para o governo e, com isso, não teremos a recomposição do estoque público. Isso é ótimo para o produtor de milho, mas péssimo para os criadores rurais de estados que não plantam milho suficiente para atender a demanda interna. É o caso do Amazonas. Está acontecendo com o milho o que já aconteceu com a soja. Até já li alguns movimentos do Ministério da Agricultura nesse sentido, mas na prática, até agora, nada aconteceu. Vamos acompanhar!