Quem manda na ministra e no secretário?

Em: 10 de junho de 2025

Tenho percebido uma coisa curiosa: o presidente não manda na ministra do Meio Ambiente, assim como o governador não manda no secretário de Meio Ambiente. Por exemplo, acredito que o presidente Lula quer asfaltar a BR-319 desde o seu primeiro mandato, mas está no Lula 3 e nunca conseguiu convencer a ministra a apoiar. No Amazonas, o governador já determinou, duas vezes, a execução do Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE-AM) que estava entre as promessas de 2018, mas o secretário de Meio Ambiente simplesmente ignora até hoje. Afinal, a quem eles obedecem? Não parece ser ao presidente, no caso da ministra, nem ao governador, no caso do secretário. Essa falta de comando para que a área ambiental pública beneficie o povo do Amazonas já vem desde o governo Eduardo Braga. Então, quem manda neles? No caso da ministra, arrisco dizer que ela responde mais a ONGs e a países que enviam dinheiro para o Fundo Amazônia, do que ao próprio presidente. Esse dinheiro ajuda a manter viva a militância política do PT e manter as travas quando ela esteve ausente do governo durante 15 anos, mas não melhora a vida do povo. No Amazonas, sei como o titular da SEMA chegou ao cargo em 2018, e sempre fui contra — e hoje, depois de 7 anos, vejo que eu estava certíssimo. Parece que ele permanece no cargo por causa da proximidade com a ONG FAS, sua origem e, quem sabe, futuro, e pela captação de recursos, como os 78 milhões de reais vindos do banco alemão KFW. Não faz sentido manter um secretário que ignora o ZEE prometido na campanha de 2018 (eu fiz Wilson prometer), que só fala de crédito de carbono e REDD+ mas não coloca nada em prática, e ainda o seu parceiro da ONG FAS já está sendo investigado pelo Ministério Público Federal no Projeto Mejuruá e que justamente envolve o tal Crédito de Carbono. Acesse o site do MPF-AM, está tudo lá. E o MPC-AM investiga a ligação SEMA X FAS. Enquanto isso, a secretaria não agiliza o licenciamento ambiental e muitos empreendedores acabam indo para estados vizinhos. Gosto do jeito do Wilson Lima: é um cara simples, quer acertar e sou grato pelo que já fez pelo setor primário. Se ele for candidato, terá meu voto. Mas é triste ver esse desgaste desnecessário, quando temos tantos doutores na UFAM e na UEA, alguns fizeram o ZEE de Roraima, que poderiam assumir a área ambiental com seriedade, sem teatro, sem depender de interesses externos, e pensando mais nas pessoas. Chega de “faz de conta”! Aliás, falando em conta, essa da incompetência da SEMA está caindo no colo do governador. E tem mais: o ZEE-AM está no site do Ministério do Meio Ambiente. Então, por que a ministra nunca enviou recursos ou cobrou o ZEE do maior e mais preservado estado do Brasil? Por que o secretário da SEMA me ignorou quando fui ao gabinete dele, em 2019, a pedido do governador e do secretário Petrucio Magalhães, para tratar justamente do ZEE-AM? E por que ele empurrou essa responsabilidade para a SEDECTI em 2021, depois de enrolar por três anos? Qual a razão de não ter usado os 78 milhões do Banco Alemãp no ZEE-AM que é uma ferramenta que precede tudo que estão fazendo com esses milhões. Em síntese, perdendo dinheiro de novo. Sigo fazendo minha parte. Quem manda na ministra e no secretário? Qual sua opinião?

10.06.2025
Thomaz Meirelles, administrador, servidor público federal, especialista na gestão da informação ao agronegócio. E-mail: [email protected] ou [email protected]

Thomaz Meirelles

Servidor público federal aposentado, administrador, especialização na gestão da informação ao agronegócio. E-mail: [email protected]
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