Concordo com a reativação determinada pelo STF para o retorno dos investimentos do Fundo Amazônia, mas antes de destinarmos novos recursos internacionais temos de ter a CPI para saber o que foi feito pelas ONGs com os bilhões que vieram antes de 2019. A razão é simples? No Amazonas, em 2019, o atual governo Wilson Lima pegou o estado com metade da população na pobreza e um bolsa floresta de míseros R$ 50 reais. Isso mostra, pelo menos no meu Amazonas, que o recurso recebido não melhorou a vida das pessoas que vivem na floresta com 97% preservada. Talvez a vida de outros tenha melhorada, mas do guardião da floresta nada mudou.
Volto a dizer, recursos internacionais não devem ir para ONGs pelo passado de quase nenhuma preocupação com o ser humano que habita o Amazonas (falei Amazonas). 14 anos pagando 50 reais é brincadeira!
O esforço dessas ONGs para fazer chegar os bons programas e políticas federais no ser humano, inclusive criadas no governo do PT, do qual fui gestor na Conab, foi quase zero, muito papo, muita reunião, muitas viagens, muitos encontros, muitas consultorias, muitos seminários, muitos congressos, mas esforço mesmo de geração de renda só vi a FVA (Inácio) e a OPAN (Leo) com sinais de preocupação em implementar tais políticas e programas que colocam dinheiro no bolso dos povos e comunidades tradicionais.
Sem CPI para saber o que foi feito no passado, reativar nos mesmos moldes é manter a pobreza do guardião da floresta em nosso estado, é enxugar gelo, é chover no molhado.
Recursos devem ir para o governo federal e estadual que já sabem quem são essas pessoas e remunerar diretamente no CPF deles os serviços ambientais que deixaram 97% intactos em nosso estado. Aqui não precisamos de ONGs, precisamos de grana no bolso de quem manteve os 97% preservado. E se vier grana, que seja, por exemplo, para a Conab operar com maior facilidade os bons programas e políticas que existem, pois, como já disse, já sabem quem são, onde estão e o que fazem.
Só como exemplo, a Conab tá precisando de 1,5 milhão para pagar a subvenção federal ao manejador do pirarucu, então, pra que passar para ONGs se a Conab já sabe quem são e o que está devendo. E nos órgãos federais e estaduais tem as entidades que acompanham, tipo TCE, MP, MPF, TCU e CGU. Repito, ONGs só depois de abrir a caixa preta através da CPI, e não de autorias.
Chega de bonitos papos! Espero que os engenheiros florestais da UFAM e da UEA se levantem e se preocupem com as pessoas, com o guardião da floresta, e sejam nossos verdadeiros interlocutores nacionais e internacionais. No Amazonas, a floresta tá em pé, mas o homem não.
Ia esquecendo, esses recursos do Fundo Amazônia também devem ir para a EMBRAPA, para mais pesquisas que já mostraram que é possível o crescimento sustentável, entre eles o ILPF.
Recursos para ampliar a sala de monitoramento do IPAAM e a chegada mais rápida quando houver a constatação de ilegalidade.
Recursos para fazer o ZEE e asfaltar a BR-319 que ajudaria, e muito, o combate a ilegalidade no sul do Amazonas, quando ocorresse.
01.11.2022
Thomaz Antonio Perez da Silva Meirelles, servidor público federal aposentado, administrador, especialização na gestão da informação ao agronegócio. E-mail: [email protected]